05 abril, 2006

Câmara livra João Paulo de cassação, o oitavo absolvido

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) é o oitavo deputado envolvido nas denúncias do esquema do "mensalão". O deputado petista é acusado de ter recebido R$ 50 mil irregulares das contas do empresário Marcos Valério de Souza.

João Paulo foi absolvido com 256 votos contrários à cassação, 209 favoráveis, 9 abstenções e 2 votos nulos. Além de ter recebido dinheiro do valerioduto. João Paulo é acusado de ter praticado tráfico de influência com Marcos Valério ao supostamente beneficiá-lo em uma licitação publicitária da Câmara, na época em que era presidente da Casa.

Antes da votação, ao concluir sua defesa, João Paulo fez um alerta aos deputados: "Da forma como estão sendo conduzidos os processos de cassação, hoje sou eu na berlinda, mas amanhã poderá ser qualquer um de vocês."

Agora, todos podem ser absolvidos. E deverão ser restituídos os mandatos de José Dirceu, Roberto Jefferson e quem mais tenha sido cassado. Até os que renunciaram para evitar o processo, deveriam ser reconduzidos ao congresso nacional. Com letra minúscula mesmo.

Nem todos os acusados deveriam ser cassados, pois se dinheiro não contabilizado na campanha for punível com cassação, não fica um em Brasília, nem para apagar a luz.

Deveriam ser suspensos, multados, etc.

E os casos mais emblemáticos, deveriam ser cassados. Como o do Senedor Azeredo (PSDB), pai do mensalão. Roberto Brant (PFL), que recebeu dinheiro da USIMINAS, via Valerioduto, sabe-se lá pra que. E João Paulo Cunha, presidente da câmara dos deputados, que recebeu dinheiro de Marcos Valério e depois o contratou para fazer a publicidade da casa.

Fica a frase, ameaçadora e destinada a antologia do congresso nacional: "amanhã poderá ser qualquer um de vocês..."

Nenhum comentário: