25 janeiro, 2006

Veja, que mentira!

Fonte:Repórter Social (www.comunique-se.com.br)

Nesta quinta-feira |(19/01), a escadaria da Catedral da Sé foi o palco da primeira manifestação de rua em que o boicote à revista Veja foi pregado. O ato, convocado inicialmente para lembrar o 17º mês sem solução para o caso do massacre de nove moradores de rua na capital paulista, transformou-se em uma sucessão de menções à ação parcial da revista.

Pela Internet, circulam dezenas de “mensagens de repúdio” à publicação de um texto sobre os projetos de recuperação do centro da cidade de São Paulo, cujo box insultava o Padre Júlio Lancelotti, da Pastoral de Rua, e um dos mais reconhecidos lutadores pela causa de crianças e moradores de rua.

A matéria que desencadeou a nova onda de protestos – “A solução é derrubar” (8/1/2006) – defende claramente o projeto de “revitalização do centro de São Paulo” posto em prática pela atual gestão do prefeito José Serra. Ações como a construção de rampas sob viadutos, para evitar que sejam usadas por moradores de rua, e a demolição de 850 imóveis na região conhecida como Cracolândia, vários deles ocupados por sem-tetos, vem sendo veementemente questionadas pelos movimentos sociais e organizações de direitos humanos.

O próprio Ministério Público de São Paulo formalizou, em dezembro, um pedido de esclarecimentos sobre a construção das rampas.

Veja é fascistóide, diz Benevides

Na Sé, a socióloga Maria Vitória Benevides foi uma das personalidades a bater mais forte na revista. “O caso da Veja é mais do que anti-democrático. É fascistóide mesmo”, disse Benevides. “É uma posição de quem confunde pobreza e miséria e quem está do lado dele com subversão. Isso é absolutamente insuportável agora, em pleno século XXI.”

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