30 novembro, 2008

Biblioteca Comunitária

PT envelheceu internamente e precisa se revigorar

O impulso inicial que deu vida ao PT e desembocou no governo Lula, se esgotou. O dinamismo, a referência hoje está no governo e não no PT.
Este precisa revigorar-se social e ideologicamente, para voltar a desempenhar um papel importante no campo político e ideológico do país, que tem na conjuntura já aberta da sucessão presidencial a maior das suas batalhas contemporâneas. A análise é de Emir Sader.
O PT foi a maior esperança da esquerda brasileira – e talvez mundial, em um momento de esgotamento da esquerda tradicional.
Depois de mais de duas décadas de existência, desembocou no governo Lula que, medido pela imagem ideológica que o partido tinha na sua fundação ou que exibiu na sua primeira década de vida, seria irreconhecível.
Não se trata agora de fazer uma breve história do partido e saber onde aquele fio original foi cortado e outro perfil foi se desenhando.
Certamente ele tem a ver com a projeção da imagem de Lula, por cima e, de certa forma, de maneira independente do partido.
Trata-se agora de tentar entender a situação em que se encontra o partido – paradoxalmente com um perfil político extremamente baixo, quando Lula exibe níveis recordes de apoio, de 80%.
Em suma, o sucesso do governo não é o sucesso do PT, que ainda não saiu das duas crises que o envolveram nos últimos anos.O PT sofreu dois duros golpes desde a vitória de Lula, em 2002.
O primeiro, o perfil assumido pelo governo, com Palocci funcionando quase como um primeiro-ministro e impondo uma hegemonia neoliberal e continuísta ao governo.
Tal como havia se configurado na parte final e decisiva da campanha eleitoral, se constituiu em torno de Lula um núcleo dirigente do governo, que tinha em dois dos arquitetos da vitória – Palocci, com a Carta aos brasileiros, e Duda, com o "Lulinha, paz e amor" -, referências fundamentais.Palocci dava a linha geral, manejava os recursos, impunha – até mesmo a Lula – o discurso geral do governo.
O PT presenciou tudo isso, ferido pela crise de expulsão e posterior saída de outros de seus membros, impotente.
Não conseguir defender a reforma da previdência, que atentava contra tudo o que havia defendido, nem as orientações econômicas do duo Palocci-Meirelles, se defendia das posições de ultra-esquerda, que prenunciavam um caminho de isolamento, sectarismo e derrota.
Pouco tempo depois, quando o governo ainda não decolava, veio a chamada "crise do mensalão", em um momento em que o partido ainda não tinha se refeito da primeira crise. Foram os piores anos da história do PT – 2003-2005.
A imagem do partido foi revertida de partido ético, da transparência, para partido vinculado a negociatas e à corrupção, uma reversão da qual não conseguiu e dificilmente conseguirá sair.
Apesar das eleições internas, que recuperaram um pouco da auto-estima, sem forjar uma nova direção com capacidade de redefinir o papel do PT e suas relações com o governo. Lula e o governo se safaram da crise a partir dos efeitos das políticas sociais que se fortaleceram com as mudanças dentro do governo – especialmente a queda de Palocci e o enfraquecimento das suas orientações dentro do governo – e com o papel dinâmico que Dilma Rouseff passou a imprimir nas ações governamentais. Mas, de alguma maneira o governo se safou com a crise exportada para o PT.
A imagem que ficou foi a de que "os petistas" haviam cometido graves erros, que quase comprometeram irremediavelmente o governo Lula. E as acusações sobre José Dirceu e sobre os principais dirigentes partidários confirmavam essa versão. E o baixo perfil das direções posteriores, tanto a que foi eleita no PEC, quanto posteriormente pelo Congresso, foram na mesma direção, pelo baixo perfil dessas direções, pela falta de capacidade de iniciativa política e de mobilização da própria militância do PT.
O Congresso, ao invés de um grande balanço do primeiro governo de esquerda, conquistado ao longo das lutas de toda a história do PT, acabou sendo mais um acerto de contas entre as tendências sobre a crise do partido.
Criticas à política econômica reafirmaram certo grau de independência diante do governo, mas em geral a avaliação deste e, sobretudo, as propostas para o segundo governo, não foram o centro do Congresso, desperdiçado para recuperar a capacidade de ação do PT.
No entanto, os problemas vêm de mais atrás e são mais profundos.
A via moderada escolhida pelo PT já se assentava numa perda do peso da militância jovem e da militância social, marcante já no Congresso de 2000, realizado em Pernambuco.
O partido perdeu capacidade de empolgar e mobilizar os que lutam ou poderiam ser despertados para a luta por um outro país, por "um outro mundo possível".
Uma parte destes trabalham em torno do MST ou de outros movimentos sociais, outros permanecem no PT, mas sem ímpeto de ação.
O envelhecimento interno do partido é óbvio, não apenas na idade dos seus membros, mas também na falta de idéias, de criatividade, de alegria, de encarar os novos desafios com um rico e pluralista debate interno.
É como se o PT estivesse ainda sofrendo os efeitos de uma quase morte da experiência de governo, tivesse se safado por pouco, mas tivesse exaurido suas energias na sobrevivência, não voltando a ganhar ímpeto, criatividade, iniciativa, capacidade de liderança e, principalmente, de mobilização de novas camadas.
A elaboração de uma plataforma pós-neoliberal e o apoio decidido à organização das bases sociais pobres que apóiam substancialmente ao governo Lula – se constituem nas duas maiores tarefas que o PT tem que enfrentar, para se renovar, se revigorar.
Encarar frontalmente o tema da plataforma com que vai lutar para o governo posterior ao de Lula e recompor suas bases sociais de apoio, na direção das grande massas do nordeste e das periferias das grandes metrópoles – onde residem os imensos bolsões de pobreza beneficiados pelas políticas sociais do governo – para reconquistar energia, capacidade de luta, de mobilização. Porque o impulso inicial, o que deu vida ao PT e desembocou no governo Lula, se esgotou.
O dinamismo, a referência hoje está no governo e não no PT. Este precisa revigorar-se social e ideologicamente, para voltar a desempenhar um papel importante no campo político e ideológico do país, que tem na conjuntura já aberta da sucessão presidencial a maior das suas batalhas contemporâneas.
É uma nova grande possibilidade para o PT, onde se disputa o futuro do Brasil na primeira metade do século – na consolidação, correção de rumos, aprofundamento das linhas progressistas do governo atual ou no catastrófico retorno do bloco de direita ao governo.
O papel do PT será essencial se assumir a luta pelo cumprimento desses dois objetivos essenciais: formulação da plataforma pós-neoliberal para a campanha de 2010 e trabalho duro na organização das grandes camadas pobres que dão sustentação ao governo Lula.

27 novembro, 2008

Cadastro de Doadores de Medula

Atendendo a um pedido de nossa leitora Mariana, gostaria de lembrar a todos que no próximo dia 29/11/08 (sábado), será realizada campanha para cadastro de doadores de medula.

Basta reservar alguns minutos do seu dia para colher 10 ml de sangue e se cadastrar como doador de medula óssea. Para isso, você precisa:

- Ter entre 18 e 55 anos de idade e estar em bom estado de saúde;
- Levar seu RG, CPF ou Carteira de Habilitação;
- Nome e Telefone de 2 pessoas para contato.

O primeiro passo para participar é fazer um cadastro. Em seguida, serão colhidos 10 ml de sangue para você fazer parte do banco de dados do registro de doadores de medula óssea. Não é necessário estar em jejum. Quando um paciente necessitar do transplante este cadastro é consultado e se for encontrado um doador compatível, ele é convidado a fazer a doação.

Para cada paciente com leucemia, há apenas um ÚNICO doador num universo de 100 mil pessoas.

Sábado, 29 de novembro, das 10h às 16h.
Local: Objetivo Centro- Rua da Penha, 1.181, Sorocaba/SP.

Da série: Reinaldo e suas célebres frases

"Quando se pretende conhecer uma mulher que há potencial de se apaixonar, vá com roupa de chumbo, pois mulher é mais instável que núcleo de átomo de urânio enriquecido."

26 novembro, 2008

A crise da extrema esquerda

Emir Sader

Os resultados das eleições municipais vieram corroborar o que o cenário político nacional já permitia ver: o esgotamento do impulso da extrema esquerda, que tinha sido relançada no começo do governo Lula. A votação em torno de 1% de dois dos seus três parlamentares, candidatos a prefeito em São Paulo e no Rio de Janeiro, com votações significativamente menores do que as que tiveram como candidatos a deputados, sem falar na diferença colossal em relação à candidata à presidência, apenas dois anos antes – são a expressão eleitoral, quantitativa, que se estendeu por praticamente todo o país, do esgotamento prematuro de um projeto que se iniciou com uma lógica clara, mas esbarrou cedo em limitações que o levam a um beco difícil, se não houver mudança de rota.

A Carta aos Brasileiros, anunciando que o novo governo não iria romper nenhum compromisso – nesse caso, com o capital financeiro, para bloquear o ataque especulativo, medido pelo “risco Lula” -, a nomeação de Meirelles para o Banco Central e a reforma da previdência como primeira do governo – desenharam o quadro de decepção com o governo Lula, que levaria à saída do PT de setores de esquerda. A orientação assumida pelo governo inicialmente, em que a presença hegemônica de Palocci fazia primar os elementos de continuidade com o governo FHC sobre os de mudança – estes recluídos basicamente na política externa diferenciada e em setores localizados – e a reiteração de um governo estritamente neoliberal davam uma imagem de um governo que era considerado pelos que abandonavam o PT, como irreversivelmente perdido para a esquerda.

O dilema para a esquerda era seguir a luta por um governo anti-neoliberal dentro do PT e do governo ou sair para reagrupar forças e projetar a formação de uma nova agrupação. Naquele momento se cogitou a constituição de um núcleo socialista, dos que permaneciam e dos que saíam do PT, para discutir amplamente os rumos a tomar. Não apenas cabia uma força à esquerda do PT, como se poderia prever que ela seria engrossada por setores amplos, caso a orientação inicial do governo se mantivesse.

Dois fatores vieram a alterar esse quadro. O primeiro, a precipitação na fundação de um novo partido – o Psol -, com o primeiro grupo que saiu do PT – em particular a tendência morenista – passando a controlar as estruturas da nova agremiação. Isto não apenas estreitou organizativamente o novo partido, como o levou a posições de ultra-esquerda, responsáveis pelo seu isolamento e sectarização. A candidatura presidencial nas eleições de 2006 agregou um outro elemento ao sectarismo, que já levaria a uma posição de eqüidistância em relação ao governo Lula. O raciocínio predominante foi o de que o governo era o melhor administrador do neoliberalismo, porque além de mantê-lo e consolidá-lo, o fazia dividindo e confundindo a esquerda, neutralizando a amplos setores do movimento de massas. Portanto deveria ser derrotado e destruído, para que uma verdadeira esquerda pudesse surgir. O governo Lula e o PT passaram a ser os inimigos fundamentais da nova agrupação.

Esse elemento favoreceu a aliança – já desenhada no Parlamento, mas consolidada na campanha eleitoral – com a direita – tanto com o bloco tucano-pefelista, como com a mídia oligárquica -, na oposição ao governo e à reeleição de Lula. A projeção midiática benevolente da imagem da candidata do Psol lhe permitia ter mais votos do que os do seu partido, mas comprometia a imagem do partido com uma campanha despolitizada e oportunista, em que a caracterização do governo Lula não se diferenciava daquela feita na campanha do “mensalão”. Como se poderia esperar, apesar de algumas resistências, a posição no segundo turno foi a do voto nulo, isto é, daria igual para o novo partido a vitória do neoliberal duro e puro Alckmin ou de Lula. (Se tornava linha nacional oficial o que já se havia dado nas primeiras eleições em que o Psol participou, as municipais, em que, por exemplo, em Porto Alegre, diante de Raul Pont e Fogaça, no segundo turno, se afirmou que se tratava da nova direita contra a velha direita e se decidiu pelo voto nulo.)

Uma combinação entre sectarismo e oportunismo foi responsável pelo comprometimento da orientação política do novo partido, que o levou a perder a possibilidade de formação de um partido à esquerda do PT, que se aliasse a este nos pontos comuns e lutasse contra nos temas de divergência. O sectarismo levou a que sindicatos saíssem da CUT, sem conseguir se agrupar com outros, enfraquecendo a esquerda da CUT e se dispersando no isolamento. Levou a que os parlamentares do Psol votassem contra o governo em tudo – até mesmo na CPMF – e não apoiassem as políticas corretas do governo – como a política internacional, entre outras. Esta se dá porque o governo brasileiro tem estreita política de alianças com as principais lideranças de esquerda no continente – como as de Cuba, Venezuela, Equador, Bolívia -, que apóiam o governo Lula, o que desloca completamente posições de ultra-esquerda – que se reproduzem de forma similar a dessa corrente no Brasil nesses países -, deixando de atuar numa dimensão fundamental para a esquerda – a integração continental.

Por outro, o governo Lula passou a outra etapa, com a saída de vários de seus ministros, principalmente Palocci, conseguindo retomar um ciclo expansivo da economia e desenvolvendo efetivas políticas de distribuição de renda, ao mesmo tempo que recolocava o tema do desenvolvimento como central – deslocando o da estabilidade, central para o governo FHC -, avançando na recomposição do aparelho do Estado, melhorando substancialmente o nível do emprego formal, diminuindo o desemprego, entre outros aspectos.

A caracterização do governo Lula como expressão consolidada do neoliberalismo, um governo cada vez mais afundado no neoliberalismo – reedição de FHC, de Menem, de Carlos Andrés Perez, de Fujimori, de Sanchez de Losada – se chocava com a realidade.

Economistas da extrema esquerda continuaram brigando com a realidade, anunciando catástrofes iminentes, capitulações de toda ordem, tentando resgatar sua equivocada previsão sobre os destinos irreversíveis do governo, tentando reduzir o governo Lula a uma simples continuação do governo FHC, reduzindo as políticas sociais a “assistencialismo”, mas foram sistematicamente desmentidos pela realidade, que levou ao isolamento total dos que pregam essas posições desencontradas com a realidade.

O isolamento dessas posições se refletiu no resultado eleitoral, em que todas as correntes de ultra-esquerda ficaram relegadas à intranscendência política, revelando como estão afastadas da realidade, do sentimento geral do povo, dos problemas que enfrenta o Brasil e a América Latina. As políticas sociais respondem em grande parte pelos 80% de apoio do governo,rejeitado por apenas 8%. Para a direita basta a afirmação do “assistencialismo” do governo e da desqualificação do povo, que se deixaria corromper por “alguns centavos”, mas a esquerda não pode comprá-la, por reacionária e discriminatória contra os pobres.

Confirmação desse isolamento e de perda de sensibilidade e contato com a realidade é que não se vê nenhum tipo de balanço autocrítico, sequer constatação de derrota da parte da extrema esquerda. Se afirma que se fizeram boas campanhas, não importando os resultados, como se se tratassem de pastores religiosos que pregam no deserto, com a consciência de que representam uma palavra divina, que ainda não foi compreendida pelo povo. (Marx dizia que a pequena burguesia sofre derrotas acachapantes, mas não se autocrítica, não coloca em questão sua orientação, acredita apenas que o povo ainda não está maduro para sua posições, definidas essencialmente como corretas, porque corresponderiam a textos sagrados da teoria.)

Não fazer um balanço das derrotas, não se dar conta do isolamento em que se encontram, da aliança tácita com a direita e das transformações do governo Lula – junto com as da própria realidade econômica e social do país –, da constatação do caráter contraditório do governo Lula, que não deveria ser se inimigo fundamental revelariam a perda de sensibilidade política, o que poderia significar um caminho sem volta para a extrema esquerda. Seria uma pena, porque a esquerda brasileira precisa de uma força mais radical, que se alie ao PT nas coincidências e lute nas divergências, compondo um quadro mais amplo e representativo, combinando aliança a autonomia, que faria bem à esquerda e ao Brasil.

fonte: Blog do Emir

25 novembro, 2008

Para a TV-TEM, tucano cassado não tem partido

O prefeito eleito de Jundiaí, Miguel Haddad (PSDB), foi cassado pelo juiz Marco Aurélio Stradiotto, que convocou novas eleições dentro de 20 a 40 dias.

O dito cujo já foi cassado quatro vezes, acusado, dentre outros crimes, de compra de voto e abuso de poder econômico.

Curioso é que a TV-TEM, ao divulgar a notícia, referia-se apenas ao "prefeito eleito de Jundiai", levando os telespectadores a acreditarem que o homem não tem partido.

Tem partido sim. É tucano. Apesar do esforço da TV-TEM em sua campanha para proteger o PSDB e fazer de José Serra, o vampiro brasileiro, o próximo presidente.

Cala a boca, FHC


Quem disse: “ A globalização é o novo Renascimento da humanidade.”

Quem disse: “Quem acabou com a inflação, vai acabar com o desemprego.”

Quem disse: “Esqueçam o que eu escrevi.”

Quem disse: “Vou virar a página do getulismo.”

Quem disse, no último comício de Alckmin, no segundo turno, com a camisa fora da calça, desesperado: “Lula, você acabou, você morreu.”

Quem disse: “O Estado brasileiro gasta muito e gasta mal” e entregou o Estado com a dívida pública 11 vezes maior.

Quem disse: “Eu tenho um pé na cozinha” e depois de terminado o mandato, cinicamente acrescentou: “na cozinha francesa”.

Quem quebrou a economia brasileira três vezes e na última, em 1999, subiu a taxa de juros para 49%?

Quem reprimiu e tentou criminalizar os movimentos sociais?

Quem fez a Petrobras mudar de nome para Petrobrax, para tentar privatizá-la. Quem vendeu 1/3 das ações da Petrobras nas bolsas de valores de Nova York e de São Paulo? Quem quebrou o monopólio estatal do petróleo no Brasil?

Quem comprou votos de parlamentares para mudar a Constituição e conseguir um segundo mandato?

Quem aumentou como nunca o trabalho precário no Brasil?

Quem entregou o patrimônio público a preço de banana aos grandes capitais privados nacionais e internacionais, depois de sanear empresas públicas com dinheiro do BNDES e financiar essa transferência com juros subsidiados, no maior caso de corrupção da história brasileira.

Quem disse que os trabalhadores brasileiros são preguiçosos?

Quem disse que o Brasil tem vários milhões de pessoas “inimpregáveis”?

Quem sumiu o Brasil na longa recessão a partir de 1999, que só foi superada no governo Lula?

Quem quase liquidou o Mercosul com suas idéias de livre comércio e de prioridade de comércio com os países do norte?

Quem promoveu a mais ampla privatização da educação no Brasil?

Quem fracassou e teve seu governo largamente rejeitado quando seu candidato foi derrotado em 2002?

Quem não conseguiu nem que o candidato do seu partido defendesse seu governo nas eleições de 2006?

Quem é o político atualmente mais rejeitado pelo povo brasileiro, como tendo sido o presidente dos ricos?

Quem tinha o apoio de 18% dos brasileiros a esta altura do mandato, quando Lula tem 80% de apoio e 8% de rejeição.

Quem disse e fez tudo isso, FHC, deve calar a boca para sempre. O povo o rejeitou, o Brasil o rejeitou, democraticamente.

CALA A BOCA, FHC!

Emir Sader

Movimento Ministério Público Democrático

Hoje (segunda) estive na Assembléia Legislativa em São Paulo.
Atividade do Movimento Ministério Público Democrático, organização não-governamental, composta de promotores públicos progressistas de todo o Brasil.
Conheci o presidente da entidade, Dr. Roberto Livianu, em uma viagem que fiz recentemente.
Sujeito bastante engajado, democrático, defensor convicto dos Direitos Humanos; jamais poderia deixar de prestigiá-lo.
Para conhecer melhor o trabalho do MPD, acesse:

24 novembro, 2008

Crise Internacional e os Reflexos no Brasil



O Partido dos Trabalhadores de Sorocaba e a sub sede local da CUT promovem, no próximo dia 01/12/08, segunda-feira, às 19:00 horas, no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos, um debate com o tema "Crise Internacional e os Reflexos no Brasil".

Participarão do evento o senador Aloísio Mercadante (PT/SP) e o presidente nacional da CUT, Artur Henrique da Silva.

O debate é aberto a todos e trata-se de uma grande oportunidade para que os interessados possam conhecer melhor os reflexos da crise financeira sobre a vida das pessoas.

A informação é do nosso amigo José Carlos Triniti Fernandes, Secretário de Comunicação do PT/Sorocaba.

20 novembro, 2008

Reinaldo, o sábio

Reinaldo, colaborador deste blog, e uma das pessoas mais inteligentes que já conheci, não tendo dúvida alguma ser o maior intelectual sorocabano, proferiu um dos seus célebres pensamentos, recentemente, sobre o que chamamos de "mulher ideal":
"Minha mulher ideal deve ter a cabeça da Marilena Chauí, o corpo da Angelina Jolie, e que cuide de mim como a Mamy!".

18 novembro, 2008

Feriado do dia da consciência negra em Sorocaba

Como acontece em todo o feriado em Sorocaba, quando este cai numa quinta ou terça-feira, a prefeitura de Sorocaba concede ponto facultativo para todas as repartições públicas municipais. É como se a prefeitura estendesse a comemoração das datas importantes do país, da religião católica e as do município para além de sua obrigação legal.

No ano de 2008, por obra do acaso, ou por empenho de Nosso Senhor - que pretendia que este fosse um ano mais produtivo que os demais - vários feriados fixados numa data específica “caíram” em finais de semana.

Para o terror de quem realmente trabalha nesse país, O Dia da Independência, Dia da Padroeira, Finados, Proclamação da República ocorreram em sábado ou no domingo.
Quanto aos prolongamentos, os dias de Tiradentes, Fundação de Sorocaba e o Dia do Servidor Público Municipal (28/10), caíram em segundas ou sexta-feira, e por isso não geraram ponto facultativo. Assim, diferentemente de outros anos, apenas o Dia do Trabalho, o Natal, o Primeiro de Janeiro e o “31” de Dezembro, ocorreram numa quinta ou terça-feira, gerando assim, prolongamento por meio de ponto facultativo. O Nove de Julho caiu numa quarta e por isso não houve prolongamento.

O Dia da Consciência Negra, 20 de Novembro, foi instituído como feriado municipal em 02 de Abril de 2007, através de projeto de lei de autoria do então vereador, Raul Marcelo de Souza (Psol). O texto da lei autoriza a prefeitura a executar as ações afirmativas em homenagem ao Dia da Consciência Negra. Assim como é aplicado às demais efemérides da cidade.
Assim, na próxima quinta-feira, todas as escolas municipais estavam programadas para a paralização das aulas, os postos de saúde não funcionariam e muitos servidores já estavam preparando as malas para curtir o feriado na praia. No entanto, a prefeitura voltou atrás e não decidiu não dar mais o ponto facultativo como é de costume, para a surpresa dos próprios secretários.
Corre a língua solta nos corredores do Paço Municipal que, o Jornal do Município da última sexta-feira, havia saído da gráfica com o edital concedendo o famigerado ponto facultativo no dia 21 de Novembro, sexta-feira seguinte. O jornal já estaria pronto quando o próprio prefeito, o senhor Vitor Lippi, se tocou de que o feriado em questão, era apenas o Dia da Consciência Negra, e que, sendo um feriado de menor importância, que muitas cidades não o haviam instituído, não havia motivo para se conceder prolongamento.
O estranhamento foi tão grande por conta dos servidores do Paço e dos diretores de escola e coordenadores de postos de saúde, que vinham preparando as escalas de trabalho, que não se falou em outra coisa nesta segunda-feira no Palácio dos Tropeiros.

Gostaria de lembrar que, se o prefeito considera o Dia da Consciência Negra menos importante por se tratar de um feriado municipal e não um nacional ou estadual, isto não explica porque ele concede ponto facultativo aos demais feriados municipais. Se, por outro lado, o argumento fosse econômico - a necessidade de gerar escala de plantões extra nos pronto atendimentos da prefeitura - o mesmo não se justificaria, pois, o ano de 2008 foi um dos que menos ocorreram feriado prolongados.
Se o ponto facultativo estava programado, por quê ele foi cancelado? Será que em terra de tropeiros e apresadores de índios, o Dia da Consciência negra deva ser um feriado de menor importância? Apenas uma loucura de um vereador oportunista de esquerda?

14 novembro, 2008

Artigo: Desigualdade extrema condena o capitalismo

por Celso Lungaretti: escritor e jornalista; militou na Vanguarda Popular Revolucionária em tempos de Ditadura Militar.


Na contramão dos economistas e escribas a soldo do sistema e dos tolos que acreditam nesses fariseus e saem repetindo sua retórica falaciosa como papagaios, eu sempre afirmei que as contradições intrínsecas do capitalismo são insolúveis dentro do próprio capitalismo, projetando um futuro de crises econômicas cíclicas, de gravíssimos danos ecológicos (como as alterações climáticas) e de dilapidação dos recursos naturais de que a humanidade carece para a sua sobrevivência (a água em primeiro lugar).
Vai chegar o momento em que os homens terão de decidir se preferem morrer abraçados ao capitalismo ou se salvar adotando outra prioridade: a colaboração de todos para o bem comum ao invés da competição insana inspirada pela ganância.
A coluna de 14/11/2008 do Clovis Rossi na Folha de S. Paulo, "Números que falam", trouxe dados estarrecedores:
* a renda dos 1.125 bilionários do planeta (US$ 4,4 trilhões) supera a renda somada de metade da população adulta do planeta e equivale a quatro quatro vezes tudo o que 180 milhões de brasileiros produzem de bens e serviços;
* em 1997, os gerentes dos 50 fundos de hedge e de "private equity" receberam cada um US$ 588 milhões, mais do que 19 mil vezes o salário-tipo do norte-americano;* os rendimentos do Wal-Mart batiam, em 2007, o produto nacional bruto da Grécia, enquanto os da Toyota superavam o da Venezuela;
* o rendimento do trabalho no Brasil era de 45,4% em 1990, veio caindo até 2004 e só começou a ter uma ligeira recuperação a partir de 2005. Nem sequer se vislumbra no horizonte econômico o dia em que a participação do trabalho no bolo da riqueza nacional pelo menos igualará a participação do capital.
Realmente, os números falam por si: essa brutal, absurda e repulsiva desigualdade econômica é a raiz dos principais problemas que a humanidade enfrenta. Repousa sobre o sofrimento e privações extremas a que são submetidos vastos contingentes humanos (os que vegetam abaixo da linha da pobreza) e sobre os sacrifícios inúteis impostos aos demais, que poderiam viver bem melhor e trabalhar muito menos caso cuidassem de produzir apenas o suficiente para suprir as necessidades humanas, em vez de sustentar os 1.125 grandes ociosos e todos os médios e pequenos ociosos.
Este é o Marquinho - beijando a estrela do São Paulo - o novo presidente do Centro Acadêmico Rubino de Oliveira da Fadi Sorocaba.

Um dos grandes momentos que a vida acadêmica me proporcionou foi conhecer este rapaz.

Quando ele entrou na Faculdade, estava em meu segundo mandato a frente do C.A.. Ele se apresentou, disse simpatizar com o ideário petista e que queria participar mais ativamente.
Tempos depois, filiou-se ao PT e liderou a histórica greve dos estagiários do Juizado Especial Cível na Fadi.
Confrontando-se com a Direção. Sem temer. Por justiça!
Agora, Marquinho foi eleito presidente do C.A.. Certamente fará um brilhante mandato, consciente dos desafios que terá que enfrentar em ano eleitoral na Direção da Faculdade.
Eu tenho um imenso orgulho de tê-lo entre os meus grandes amigos, Marquinho!!!
Boa sorte!!!

Histórias de campanha

Lá pelas três horas de campanha, caminhando e batendo de porta em porta, um grupo de meninos, brincando na rua, reconhece-me como o mesmo do banner pindurado na frente da casa:
- É o Daniel Lopes! - disse o primeiro
- Daniel ladrão! - disse o segundo
Em seguida, começa o coro:
- Ladrão, ladrão, ladrão!!!
Um dos momentos mais constrangedores, para mim, durante a campanha. Não sabia onde me esconder. O grupo que caminhava junto comigo ria mais que tudo!
Coisas da vida! A luta continua!

13 novembro, 2008

Os responsáveis pela crise

É, Daniel, a crise vem com tudo.

Para se ter uma idéia, segundo divulgado pelo jornal "O Globo," na Inglaterra o número de desempregados chegou perto da marca de dois milhões no terceiro trimestre, o maior nível desde 1997, enquanto a taxa de desemprego atingiu 5,8%, o maior índice desde o início de 2000.

Já o Banco da Inglaterra (o banco central britânico) divulgou relatório apontando que a economia do país pode encolher até 2% em 2009. Segundo o BC, o Reino Unido provavelmente já entrou em recessão no terceiro trimestre e não deve se recuperar até o segundo semestre do próximo ano.

Ao todo, 1,82 milhão de pessoas estavam sem trabalho no Reino Unido entre julho e agosto, o que representa uma alta de 140 mil casos em relação ao trimestre anterior. O número é o maior em 11 anos. Do total de desempregados, 16,1% se concentram na Grande Londres. O número de desempregados entre 18 e 24 anos subiu em 53 mil entre o segundo e o terceiro trimestre, para 579 mil pessoas, o maior nível desde 1995.

Um cenário que tende a se repetir: desemprego em massa em áreas metropolitanas, atingindo particularmente os jovens.

É curiosa a reação dos meios de comunicação sobre as razões da crise. A situação é tratada como um fenômeno metereológico, contra o qual nada podemos. Apenas prevê-lo, com a maior antecedência possível, e tentar reduzir seu impacto.

Outros analistas, mais "críticos", apontam a imprudência de alguns "atores" do mercado financeiro internacional como responsável pela crise.

Ora, dizer que um grupo pequeno de "imprudentes" conseguiu causar o colapso do capitalismo global, ou que estamos diante de uma "força da natureza", é zombar da inteligência alheia.

A atual crise global é uma crise do sistema capitalista, uma crise das grandes, e que é engendrada pelo próprio sistema capitalista. O mundo não vai acabar, mas, no meio do caminho, muitas famílias serão reduzidas à miséria. Milhões de pessoas ficarão desempregadas por longos períodos e terão seus futuros, e os futuros de seus filhos, comprometidos de forma irremediável.

Toda essa desgraça deve ser debitada aos governos neoliberais, Reagan-Thatcher, os fundadores, pai e mãe do monstro. E seus seguidores: Menen, Fujimori, Lacalle, Sanchez de Losada, Lucio Gutierrez, FHC (e seu epígono, José Serra).

Esses senhores venderam suas pátrias, boa parte deles está na cadeia, e a outra parte também deveria estar. Acabaram com qualquer controle do estado sobre os mercados financeiros.

Seus sucessores (Chavez, Evo Morales, Kirchner, Lula) promoveram mudanças que farão com que os efeitos da crise sejam reduzidos. Se FHC fosse nosso presidente, o Brasil estaria de joelhos, implorando ajuda para Deus e o Diabo.
Nas intermináveis e deliciosas conversas políticas que tenho com meu amigo e conselheiro Reinaldo, avaliamos muito sobre os rumos de nosso país.
Ontem, conversamos sobre a crise que assola o mundo. Ele ressaltava que se não fossem às políticas sociais do Governo Lula, estaríamos demasiadamente vulneráveis aos seus impactos. É bem verdade que já estamos sentindo, mas com menor efeito em relação a outras nações.
Complementei o diagnóstico, dizendo que os defensores neoliberais, representados no Brasil, pelo PSDB e Democratas, que iniciaram o processo de abertura de mercado despudorada, com intensas e irresponsáveis privatizações na década de 1990, tentarão responsabilizar nosso governo pela crise. Coisa que não deveremos aceitar e partir para o ataque no debate político.
Eles são responsáveis por esta e por todas as crises que o capitalismo apresentar. Em todas as mais variadas fases. E num momento de desespero, utilizam-se de nossos argumentos para suas ações práticas. Foi o que se viu no crash de 1929. É o que está ocorrendo na Europa, especialmente na Inglaterra.
Politizemos o debate antes que a direita sacaneie.
É a cara deles!

11 novembro, 2008

Histórias de campanha

Estávamos panfletando o bairro Santa Luiza. Paulo Cesar, um companheiro admirável, guerreiro, do movimento de luta por moradia, capaz de bater escanteio e cabecear na área ao mesmo tempo, toma um jato de água mal cheirosa em seu ombro.
Quando olha pra cima, observa infindável quantidade de urubus sobrevoando o local.
Puto da vida, aproxima-se de nós e conta. Infelizmente, não conseguimos conter os risos. De passarinho ou pomba tudo bem. Mas de urubu?!?!
Emprestamos o carro a ele que voltou pra casa tomar um banho e depois passou nos buscar.

10 novembro, 2008

Obama ignora Fox News - como Lula deveria tratar o PIG

Em sua primeira entrevista coletiva o presidente-eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, não chamou um representante da Fox News para fazer pergunta.

A Fox News é um canal de notícias 24 horas por dia que serve de porta-voz do Partido Republicano, mais ou menos na linha do que a Folha de S. Paulo faz no Brasil em defesa de José Serra. O canal pertence ao maior empresário do ramo de comunicações do mundo, Rupert Murdoch, que controla o Wall Street Journal e dezenas de outras empresas de mídia.

O fato de que Obama indicou um jornalista da rede CNN para fazer pergunta e não um representante da Fox foi notado pelos blogueiros liberais dos Estados Unidos.

A Fox fez uma série de sacanagens com Obama ao longo da campanha, inclusive reproduzindo uma acusação falsa de que um homem negro tinha atacado uma eleitora republicana e escrito um "B" com uma faca no rosto da mulher. Não é tão grave quanto propagandear uma epidemia de febre amarela que não existe, mas bastou para Obama "gelar" a Fox.

fonte: Viomundo

PS: Não deixa de ser um belo exemplo para o presidente Lula e para o PT, que deveriam ter mais cojones ao tratar com o PIG

Árvore Grande

A Prefeitura decidiu retirar a Paineira mais famosa de Sorocaba, que deu origem ao nome do bairro Árvore Grande.
Charmosa e imponente, ficou por lá durante cento e poucos anos. É parte da história de nossa cidade. Deixará saudade.
A Paineira não conseguia ficar mais em pé e, frequentemente, seus galhos caíam. O risco de acidente era grande.
A matéria está no Cruzeiro do Sul de hoje.

09 novembro, 2008

Seção Tendências/Debates da Folha de hoje (domingo)

Interessante artigo do Ministro Patrus Ananias demonstrando, através de resultados estatísticos colhidos pela Folha de São Paulo, que o Bolsa Família não interferiu no processo eleitoral, não ocasionando vitórias ou derrotas.
Chama-se: Bolsa Família: arma contra o eleitoralismo

08 novembro, 2008

Meu priminho Rafael



Este é meu tio Alder, um orgulho pra mim!
Meu avô, seu pai, faleceu quando tinha 16 anos de idade. Destemido, assumiu o açougue do meu avô. Com avental e tudo!
Hoje, com 28 anos, tornou-se pai. E eu ganhei mais um priminho: o Rafael.
Parabéns, Tio!
Que o Rafa tenha muita saúde e cresça corinthiano!

06 novembro, 2008

A maior fraude da história do jornalismo

Hoje completa 90 dias do aparecimento de uma provável fraude, talvez a maior já produzida pela moderna imprensa brasileira: o suposto grampo que Veja garante ter sido feito pela ABIN em uma conversa entre um Ministro do Supremo e um Senador da República. (Blog do Nassif)


90 dias depois, nenhuma das acusações da revista se confirmou. Nem que foi a ABIN, nem ao menos que a ABIN possuía maletas que permitissem grampo - aliás, a revista foi tão inconsequente que nem contava que a ABIN não dispunha de uma ferramenta óbvia para uma agência de inteligência.
Nesses 90 dias, a nação testemunhou a encenação escancarada de uma farsa, da qual participaram deputados, senadores, autoridades federais, autoridades do Judiciário e a mídia. A revista falava em uma verdadeira indústria de grampos, mencionava dezenas de pessoas supostamente grampeadas.

Não conseguiu comprovar nem ao menos que o grampo mencionado na reportagem era real.

Futuramente, a história do jornalismo considerará esse episódio como sendo da mesma dimensão das Cartas Brandi e do Plano Cohen. (Jorge Furtado)

Uma obra prima este trecho do depoimento do ministro Nelson Jobim à CPI dos Grampos, um perfeito exemplar de falácia argumentativa. Cada República tem o Platão que merece.
O SR. NELSON JOBIM – Veja, deputado, há um dado importante: tanto o Ministro Gilmar Mendes quanto o senador Demóstenes confirmam o diálogo.
O DEPUTADO LAERTE BESSA – Confirmam.

O SR. NELSON JOBIM – Logo, o diálogo houve. Se o diálogo houve, e confirmado pelos próprios integrantes, houve a gravação. E, se houve a gravação, a gravação foi ilícita.

O DEPUTADO LAERTE BESSA – Foi ilícita.
O SR. NELSON JOBIM – Então, não há que se discutir mais ter havido isso.
Não é uma maravilha? Não há que se discutir.

É tudo falso, claro. Eles podem estar mentindo. Um deles. Ou os dois. Se mentiam, um dos mentirosos pode ter anotado a conversa enquanto falava. É possível que não haja gravação nenhum, portanto. Se um dos mentirosos - se mentiram - estivesse gravando sua própria conversa, a gravação não é ilícita, qualquer um pode gravar suas próprias conversas telefônicas e nem precisa dizer ao interlocutor que está fazendo isso. É uma sacanagem, talvez, mas não é crime. Pode não haver, portanto, ilicitude alguma na gravação, se é que houve a gravação. E se houve a gravação (que não se ouve), quem gravou? Quem perdeu com o episódio? E quem ganhou?

Carta a Obama

Se os EUA querem reconquistar o respeito dos outros povos do mundo, se querem resgatar a imagem, que se deteriorou, devem se considerar como um país entre outros, e a eles igual, não como uma potência eleita para a missão de impor a ordem imperial e os interesses capitalistas no mundo. Devem permitir que progrida o espaço de um mundo multipolar, em que todos os países participem das decisões fundamentais.

O seu governo pretende resgatar a imagem dos EUA no mundo e mudar sua relação com a América Latina. É preciso que o sr. saiba que a imagem do seu país no mundo é a imagem da maior potência imperial da história da humanidade. Que à horrível imagem de potência intervencionista no destino de outros países, de exploradora das suas riquezas, ao longo de todo o século passado, se acrescentou no século XXI a política de “guerras humanitárias”, invasões que mal escondem os interesses de exploração e opressão de outros territórios e povos, de que o Iraque e Afeganistão são os exemplos mais recentes.

Não basta retirar as tropas do Iraque imediatamente – embora isso seja um começo indispensável para o resgate proposto. É necessário fazer o mesmo com o Afeganistão, assim como terminar com o apoio à ocupação israelense dos territórios palestinos, reconhecendo o direito à existência de um estado palestino soberano. No caso da América Latina, é imprescindível terminar com a Operação Colômbia, que militariza os conflitos naquele país, e os que ele provoca, com graves riscos de produção de crises regionais, pela dinâmica belicista do Exército e do governo colombiano.

Para demonstrar que mudou de atitude, os EUA devem, sobretudo, terminar definitivamente com o bloqueio a Cuba, desativar sua base de interrogatórios ilegais e torturas na base de Guantanamo e devolver esta incondicionalmente a Cuba, terminando com a prepotente e juridicamente insustentável usurpação de território cubano, que dura já mais de um século. Deve retomar relações normais entre os dois países, respeitando as opções do povo cubano na definição soberana dos seus destinos.

Os EUA devem reconhecer publicamente o grave erro de terem apoiado o golpe militar de abril de 2002 contra o presidente Hugo Chavez, legitimamente eleito e reeleito pelo povo venezuelano. Devem terminar definitivamente com articulações golpistas nesse país, na Bolívia e no Equador e comprometer-se, publicamente, a nunca mais desenvolver atividades de ingerência nos assuntos internos de outros países.

Se quiserem ter relações cordiais com a América Latina, o novo governo dos EUA devem destruir imediatamente o muro na fronteira com o México, legalizar a situação dos trabalhadores imigrantes nos EUA e favorecer a livre circulação das pessoas, como tem pregado a livre circulação de mercadorias e de capitais.

Além disso, os EUA devem deixar de utilizar organismos internacionais como a OMC, o FMI, o Banco Mundial, para propagar e tentar impor suas políticas, as mesmas que levaram ao fracasso dos governos que seguiram as suas receitas, assim como à crise financeira internacional que hoje grassa no planeta. Os países da América Latina e do Sul do mundo devem ter liberdade para encontrar suas próprias alternativas e soluções à crise, gerada nos EUA, que devem assumir suas responsabilidades e não permitir a exportação de seus efeitos negativos.

Se quiserem voltar a ser respeitados, os EUA devem deixar de tratar de favorecer ou forçar a exportação de sua mídia, de sua indústria cultural, de sua forma de vida, que pode ser boa para os EUA, mas pode ser nefasta para outros países. Essas fórmulas, muitas vezes impostas, favorecem formas ditatoriais de imprensa, formas estereotipadas de ver o mundo, modos consumistas de viver. Que os EUA deixem cada país escolher suas formas de se pensar a si mesmo, de ver o mundo, de viver e de produzir arte e cultura.

Se o sr. quiser fazer um governo diferente, deve abandonar qualquer idéia de querer impor o que os EUA considerem que seja democrático. Que cada país, cada povo, defina seu próprio caminho. Os EUA nem inventaram a democracia, nem são mais democráticos que muitos outros países.

Os EUA devem abandonar suas pretensões de ser um império mundial que zele pela ordem imperialista no mundo. Devem dar espaço para que progrida o espaço de um mundo multipolar, em que todos os países participem das decisões fundamentais. Neste sentido, devem apoiar o fim do direito de veto no Conselho de Segurança da ONU, devem dar lugar à democratização desse órgão. Devem obedecer as decisões da ONU de terminar o bloqueio à Cuba, em favor do direito do povo palestino a um estado próprio e independente, entre tantas outras decisões, bloqueadas pelo veto norte-americano. Se vetos de outros países há, isso deve ser combatido pela suspensão universal do direito ao veto.

Em suma, se os EUA querem reconquistar o respeito dos outros povos do mundo, se querem resgatar a imagem do seu país que se deteriorou, devem se considerar como um país entre outros, e a eles igual, não como uma potência eleita para a missão de impor a ordem imperial e os interesses capitalistas no mundo. Devem respeitar as decisões que outros povos tomem no sentido de escolher caminhos antiimperialistas e anticapitalistas. Devem assinar o Protocolo de Kyoto, aceitando reduzir suas emissões de gases poluidores, condição básica para iniciar uma nova etapa na luta contra a destruição ambiental no planeta. Devem diminuir seu orçamento militar, revertendo essas verbas para o campo social. Devem combater os monopólios privados da mídia, a indústria tabagista, a da segurança para-militar, devem colocar como seu objetivo principal construir uma sociedade justa, a começar pela de seu próprio país, aquele em que, dentre aquelas do centro do capitalismo, a desigualdade mais cresceu nos últimos anos.

Se o sr. fizer tudo isso, ou pelo menos se mover nessa direção, pensamos que poderá contar com o respeito e com relações cordiais por parte dos governos populares e dos povos da América Latina.

fonte: Carta Capital

05 novembro, 2008

Yes we can



Barak Hussein Obama é o novo presidente dos Estados Unidos da América.

O primeiro presidente negro dos Estados Unidos. Filho de um homem negro e de uma mulher branca, com sobrenome árabe, admitiu ter usado cocaína, maconha e álcool durante o ensino secundário, tendo classificado, em evento na campanha eleitoral como seu maior erro do ponto de vista moral.

Foi eleito num confronto ideológico entre direita e esquerda (ou o que os norte-americanos chamam de esquerda).

Derrotou o pior tipo de direita -a direita religiosa, fundamentalista, de Bush Jr.

Logo após receber a notícia da vitória, Obama telefonou para nosso colaborador Eliton e agradeceu o apoio que recebeu do Bah!Caroço em sua campanha.

- You're welcome, Mr. President.

E, aproveitando a oportunidade, dá para acabar com o embargo comercial a Cuba e também com essa mania de tentar derrubar líderes latino-americanos de esquerda?...

Satiagraha faz nova operação no Rio, São Paulo e Brasília

Nesta manhã a operação Satiagraha da Polícia Federal fez uma atuação no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Até o momento a PF não soltou nenhuma nota.
A operação investiga um mega esquema de evasão de divisas e corrupção, que envolve as altas rodas do poder no Brasil.

O inquérito, segundo, o site do Paulo Henrique Amorim, é presidido pela Corregedoria da Polícia Federal.

Na última operação (Julho de 2008) o banqueiro Daniel Dantas foi preso quando tentava corromper um delegado da PF. Posteriormente, o presidente do STF, Ministro Gilmar Mendes, mandou solta-lo - não apenas uma, mas duas vezes. A seguir, o Delegado que comandara a operação, Protógenes Queiroz, foi afastado e acusado de quebrar a hierarquia da instituição e por excesso de truculência ao usar algemas para prender banqueiros "inofensivos".

Agora, uma operação presidida pela Corregedoria suscita muita apreensão.

03 novembro, 2008

Consultoria para o PIG


Os integrantes do PIG (Partido da Imprensa Golpista) estão mais perdidos do que cego em tiroteio diante da nova crise global do capitalismo.

E agora, o que fazer? Os "analistas" não acertam uma!

Para ajudá-los, uma sugestão, do Gilson Caroni Filho, da Agência Carta Maior: contratem como consultor o velho Carlão. Ou, para os não tão íntimos, Karl Marx.

Abaixo sua análise sobre a "crise do crédito", escrita há mais de 150 anos.

“Num sistema de produção em que o mecanismo do processo de reprodução repousa sobre o crédito, se este cessa bruscamente admitindo-se apenas pagamento de contado, deve evidentemente sobrevir crise, corrida violenta aos meios de pagamento. Por isso, à primeira vista, toda crise se configura como simples crise de crédito e crise de dinheiro. E na realidade trata-se apenas da conversibilidade das letras em dinheiro. Mas, essas letras representam, na maioria dos casos, compras e vendas reais cuja expansão ultrapassa de longe as exigências da sociedade, o que constitui, em última análise, a razão de toda a crise.”

"Ademais, massa enorme dessas letras representa especulações puras que desmoronam à luz do dia; ou especulações conduzidas com capital alheio, porém, mal sucedidas: finalmente, capitais-mercadorias que se depreciaram ou ficaram mesmo invendáveis, ou retornos irrealizáveis de capital"

"Tudo aqui está às avessas, pois, nesse mundo de papel, não aparecem o preço real e seus elementos efetivos, vendo-se apenas barras, dinheiro, sonantes, bilhetes, letras, valores mobiliários”.

“Representa para o possuidor e para o credor deste (e como garantia de letras e empréstimos), menos capital-dinheiro que ao tempo em que foi adquirido e em que, por ele garantidos, se efetuaram descontos e empréstimos."

Eu só imagino a Miriam Leitão entrevistando o velho Carlão. Chega a ser um sonho erótico!