29 julho, 2008

A volta do Cansei...


"Não, não temos pretensão política, partidária."

Esta era uma das frases mais repetidas pelos membros do "Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros". Ou "Cansei", como ficou conhecido o grupo de empresários, artistas e advogados que se reuniu logo após o acidente com o avião da TAM, em São Paulo, com a promessa de convocar a sociedade para transformar o Brasil.

Exatamente um ano depois, o que restou de ativismo do "Cansei" está disputando uma vaga na Câmara dos Vereadores de São Paulo.

O empresário Ronaldo Koloszuk foi um dos fundadores do Cansei, em 2007. Neste ano, ele é candidato a vereador em São Paulo pelo Partido Popular Socialista (PPS), que tem Soninha como candidata à prefeitura.

Segundo Koloszuk, na época do Cansei ele não tinha mesmo pretensões eleitorais

Eu acredito nele. E também em duendes.

28 julho, 2008

A mosca do cocô do cavalo do bandido


O filhote de José Serra com Celso Pitta, e prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, confirmou que, na última quinta-feira, acionou várias subprefeituras para que adotassem ações nos locais onde entrevistadores do Instituto Datafolha estavam realizando a pesquisa eleitoral que foi divulgada no dia seguinte.

A iniciativa do prefeito foi revelada na edição deste domingo da 'Folha de São Paulo'. Segundo o jornal, o candidato tentou, dessa forma, influenciar o resultado da pesquisa.

Irritado, Kassab negou que estivesse utilizando a máquina pública. Ele disse ter mobilizado os subprefeitos para evitar o que chamou de interferências negativas.

Interferências negativas?!?! Eu tentei usar essa desculpa com uma ex-namorada, mas não colou.

A mensagem aos subprefeitos, defendeu-se ele, tinha como objetivo coibir essas ações - chamar a polícia e dar o flagrante. Mas não há tais instruções no texto do e-mail. Nele, o prefeito começa dizendo que "amanhã, bem cedo, o Datafolha recomeça a pesquisa de campo". E avisa: "Assim como hoje, onde alguns foram identificados, seria ótimo se acontecesse amanhã. E evidentemente, identificado o ponto, que tivéssemos uma ação".

Ao tentar se justificar, Kassab chegou a afirmar, ontem, que "partidos adversários" provocam até acidentes de trânsito em dia de pesquisa para influenciar a opinião dos entrevistados.

Eu já ouvi muita desculpa esfarrapada, mas alegar que a oposição provoca acidentes de trânsito para prejudicá-lo nas pesquisas é delírio puro e simples.

Quem coordena a campanha do Kassab? Quincas Borba?

Kassab não é burro. Sabe que a disputa se dará entre PT e PSDB e que ele, Kassab, é apenas a mosca do cocô do cavalo do bandido. E procura valorizar seu passe para o segundo turno, fazendo o serviço sujo de Alckimin.

É o estilo da campanha demo-tucana.

Uma vitória da liberdade na internet

Segundo divulgado pelo site Vermelho, a Justiça Eleitoral do Rio Grande do Sul voltou atrás e eximiu a candidata à Prefeitura de Porto Alegre Manuela D'ávila (PCdoB) de retirar do ar comunidades do Orkut e vídeos do YouTube sobre sua campanha. O juiz Ricardo Torres Hermann (TRE/RS),aceitou o argumento da candidata, que afirma não poder deletar as páginas, já que não foi a responsável pela postagem do conteúdo.

Pelas regras do TSE, os candidatos podem fazer campanha eleitoral apenas em sua própria página ou um outro site. Portanto, usar YouTube e Orkut, ao mesmo tempo, por exemplo, pode infringir a legislação. Mas o próprio TSE disse que avaliará eventuais abusos caso a caso.

Para o juiz gaúcho, porém, a propaganda eleitoral na Internet tem peculiaridades que a distinguem dos meios tradicionais. "O potencial anonimato na Internet faz com que não se possa equiparar o conhecimento, ou seja, a cientificação da existência de propaganda irregular nesse meio com o consentimento de que ela seja produzida, como ocorre no que tange à propaganda eleitoral de rua."

Para o professor Sérgio Amadeo, doutor em Ciência Política e ex-membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil, ''É inaplicável essa resolução porque ela gera as aplicações mais variadas possíveis. É uma resolução de aplicação absurda e arbitrária porque cada juiz de cada TRE fará sua interpretação distinta dos casos.''

Para muitos, a resolução do TSE foi tomada por pessoas que não possuem pleno conhecimento de como realmente funciona a internet e que não sabem como o internauta pode agir de forma oculta em diversos sites de relacionamentos.

O professor Sérgio Amadeu, no entanto, interpreta a decisão da Justiça Eleitoral de outra forma.

Na visão dele, por trás de tal determinação, está o verdadeiro desejo que algumas autoridades brasileiras têm de transformar a internet num meio de comunicação semelhante ao rádio ou a televisão.

''Não se pode tratar a internet como um meio de comunicação comum, no rádio e na TV as propagandas são pagas enquanto na internet qualquer candidato, seja rico ou pobre, terá o mesmo espaço gratuito.''

27 julho, 2008

Sorocaba eleições 2008

Como todos devem saber, nosso companheiro Daniel Lopes é candidato a vereador nas próximas eleições.

Daniel, além de ser meu amigo, é da juventude do PT. É formado em direito e foi presidente do Centro Acadêmico da Fadi (Faculdade de Direito de Sorocaba) por duas vezes.

Trabalhou no Ministério da Justiça (Comissão de Anistia) e é atualmente dirigente municipal do PT.

Foi também um dos fundadores deste blog.

Assim, tomo a liberdade sugerir aos leitores do blog que conheçam a página oficial da candidatura de Daniel e também comunidade do Orkut "Eu voto Daniel Lopes 13555"

Quem desejar colaborar na campanha de alguma forma, inclusive enviando menasgens pela internet, façam contato pelo e-mail: daniel.lopes.13555@gmail.com

26 julho, 2008

Estação de Passa-Três (Brigadeiro Tobias)

A estação foi aberta em 1899 como Passa-Três, na fazenda desse nome do Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, mas posteriormente tomou o nome do dono, por volta de 1913.

Aparece em algumas fontes como tendo sido inaugurada em 1875, no início das atividades da linha, mas isso não parece correto.
O prédio da estação atual, utilizada como um dos centros de controle de linha e também para eventuais embarques e desembarques no distrito de Brigadeiro Tobias até o início de 1999, está situado ao lado da rodovia Raposo Tavares.


O prédio da antiga estação foi ocupado por moradores sem teto depois de muito tempo abandonado. Havia sido desativado em 1926 devido a retificação e duplicação da linha, mas continua de pé, atualmente servindo de moradia para famílias carentes .

A estação tinha em março de 1998 três ou quatro funcionários da Fepasa trabalhando, até então bem cuidada, mas em agosto de 2001 ela foi abandonada, posteriormente, pichada e depredada.

Os moradores do bairro deveriam aproveitar o período eleitoral para cobrar da prefeitura a construção de moradias populares no bairro para que os moradores desocupem o imóvel, e assim possa ser reformado e quem sabe transformando num centro cultural.

Fotos de Ralph Mennucci Giesbrecht.

25 julho, 2008

MST ocupa fazenda de Daniel Dantas

Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ocuparam hoje a fazenda do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, no Pará. A fazenda Maria Bonita está localizada em Eldorado dos Carajás, no sul do Estado.

De acordo com o MST, cerca de 1.000 trabalhadores participaram da ocupação.

A ocupação é um protesto contra a compra da área pela Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, pertencente ao grupo Opportunity. O MST informa que a área não poderia ser vendida, pois se trata de terra pública.

"No dia 25 de julho, dia nacional do trabalhador rural, resolvemos ocupar uma das fazendas até então tidas como do grupo Santa Bárbara, por entendermos que as terras públicas são para a reforma agrária", afirma Ulisses Manaças, integrante da direção do MST no Pará.

Daniel Dantas é investigado por tentativa de suborno e prática de crimes financeiros. Em liberdade graças a "facilidades" junto ao Supremo Tribunal Federal, segundo o próprio Dantas mencionou, em conversa telefônica interpectada pela Polícia Federal.

23 julho, 2008

Atestado de incompetência dos juízes brasileiros

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) divulgou na última terça-feira (22), em seu site , uma lista com os nome dos candidatos com "ficha suja", que respondem a processo na Justiça de por ação penal, de improbidade administrativa ou eleitoral.

A lista é um atestado coletivo de incompetência dos magistrados brasileiros.

Qualquer pessoa, condenada por crime, de forma definitiva, ou seja, cuja sentença tenha transitado em julgado, não pode ser candidato a qualquer cargo público.

Como nosso judiciário é extremamente lento, há dezenas de candidatos cujos processos ainda não tiveram julgamento definitivo há muitos anos.

Porém, ao divulgar a famigerada lista, a AMB comete injustiças. Trata como iguais, como "candidatos com ficha suja", políticos condenados em primeira e segunda instância, por crimes graves, como Paulo Maluf, e qualquer outro candidato que responda a algum processo, mesmo que sem qualquer condenação.

E mais. A lista omite alguns condenados, não se sabe por que motivo. É caso do prefeito Kassab, da capital paulista, candidato à reeleição e co-réu em processos com Celso Pita.

Por que Kassab, o pupilo do governador José Serra, não consta de lista da AMB?

21 julho, 2008

Liberaram o bombom de licor

Até o surgimento da “lei seca” ninguém podia imaginar que o brasileiro gostava tanto de bombom de licor e enxaguante bucal.

Quando a lei foi sancionada vi um delegado de polícia, no Jornal Nacional, dizendo que apenas um bombom ou o uso de enxaguante bucal seria o suficiente para o motorista levar uma multa e ter a carteira apreendida. Inicialmente, eu também achei a nova lei muito severa, mas depois identifiquei as distorções da imprensa, se dobrando ao lobby das cervejarias.

A imprensa tentou dar a letra para a rebelião dos butequeiros em prol do bombom de licor e contra a “lei seca” do Lula.
Fico imaginando as desculpas que os motoristas estão contando na delegacia após serem pego no teste do bafômetro: Doutor, eu só comi três bombons de amarula, e o bafo, ele é proveniente do Cepacol, prenda o meu dentista!

Um mês depois, constatou-se que os atendimentos por acidentes de trânsito reduziram 19% nas ruas de São Paulo e 45% nas rodovias paulistas. Contra o fato a imprensa teve que voltar atrás.
Contra o fato não há amarula que adoce a cana

Nas últimas semanas, testes demonstraram ser possível comer 7 bombons de licor sem atingir a dosagem alcoólica de 0,6 mg/l.

Portanto, aos aficionados por bombons de licor, tomem cuidado com o colesterol pois o bombom esta liberado!
Fonte: Portal do trânsito

19 julho, 2008

Alvo de Dantas, Lula dizia: "É um escroque"


Peço desculpas aos leitores do Bah!Caroço. Não costumo transcrever textos longos neste blog, mas a matéria de Bob Fernandes merece. É uma reportagem histórica.

* * * * *

O que estava, sempre esteve por trás dos movimentos de Daniel Dantas e os seus. O que, quem, era seu alvo.

Este é o capítulo, derradeiro, desse drama, mas também comédia, daqui para sempre conhecido como o caso Dantas/Satiagraha.

Se tratará aqui da batalha pelo controle no Estado. Do Estado. De seus principais atores, dos grandes dutos de dinheiro.

Na reprodução de conversas legalmente interceptadas (leia aqui a íntegra), uma tomografia do cérebro, e das intenções de Daniel Dantas.

Os diálogos mostram quem é ele, como ator político, e de até onde pretendia e era, é, capaz de chegar.

Nas entrelinhas do que ele diz, combina, não é difícil adivinhar quem eram, quem são, tantos dos coadjuvantes.

Aqueles, aquelas que ecoavam e ecoam, reverberam Daniel Dantas & negócios.

A olhar-se apenas do viés econômico-financeiro, o que se vê na aparência é a maior batalha societária da história do capitalismo à brasileira.

Os primeiros tiros, ainda surdos, se deram nos bastidores - da economia e também da política - da privatização do Sistema Telebrás.

Dentre os protagonistas visíveis um dos maiores, senão o maior banco do mundo à época das primeiras escaramuças, o Citibank, sócio do fundo CVC/ Opportunity.

No palco também a maior empresa, italiana, a Pirelli, controladora da Brasil Telecom. E os mais poderosos fundos de pensão do Brasil: Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa Econômica)... sentados em algo como R$ 100 bilhões.

Os subterrâneos dessa "aranha" de empresas e personagens - desvelados pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal - escondem ainda um labirinto.

Nos diálogos que se seguem, o fio de Ariadne, aquele que permitiu a Teseu entrar, entender, e voltar do labirinto.

Em 13 de novembro de 2007, via VOIP, um diálogo de contornos hitchcockianos entre Daniel Dantas e a diretora jurídica do Opportunity, Danielle Silbergleid Ninio.

Quem acompanha de perto as refregas judiciais do banqueiro com o Citibank às vésperas da fusão BrOi, identifica um debate sobre as minúcias do processo.

Instruções. Malícias. Não passariam de estratégias banais de defesa se do rol de conversas não emergissem dois nomes.

Um deles, o do ex-prefeito petista de Santo André, Celso Daniel, seqüestrado e morto na noite de 18 de janeiro de 2002, em São Paulo. O outro, o de Lula, o presidente do Brasil.

Dantas busca - reprodução de suas próprias palavras -, "incruar" o processo judicial com temperos político-partidários.

Ele mesmo pede:

- Eu quero suspender o tamanho do drama, tá?...no foco de dramatização do evento...drama dropping...

Danielle, a jurídica, puxa os mortos:

- Desses mortos (NR: Celso Daniel, Toninho, ex-prefeitos de Santo André e Campinas...) foram seis ou sete, tá tendo uma divergência aqui...

Daniel, apenas ri.

Danielle emenda:

- ...eu acho que a divergência não é significativa (mais risos).

Daniel, o homem do cérebro privilegiado, recomenda:

- O melhor é dizer que são sete (NR: os mortos), e aí ele tem que dizer que são seis...

Daniel e Danielle riem.

Leitores, radiouvintes, telespectadores e internautas certamente já leram, viram e ouviram o ecoar da tese, por anos e anos a fio.

Daniel Dantas propõe a tese, para ser exposta nos seus processos e, dali, saltar para os ecos Brasil afora:

- ...quero saber o de Santo André...é como se dissesse pra ele o seguinte: olha, no rastro desse negócio de dinheiro de campanha já tem tantos mortos, tá?

Daniele sugere ao escalado para o papel de vítima, Daniel Dantas, num futuro depoimento:

- ...você não precisa contar os detalhes, mas se você não tinha medo de ser morto...

Responde a vítima:

- ...não, isso eu vou falar, isso eu vou falar...(...) mas eu lhe digo, uma coisa é não ter medo de ser, e a outra coisa é ter um na Itália...("Ininteligível", anota o perito da PF)...Brasil...é diferente.

No Brasil, realmente, é diferente. Recomenda a jurídica, ainda dia 13, às 10h54 minutos, e 13 segundos:

- Oi! é só pra te dar uma informação que no caso do Celso Daniel é que tem essas dos itens seis ou sete... é que tem mais um caso eu não sei se você lembra... que é do prefeito de Campinas... aquele Toninho do PT, aí...

Por mais de uma vez, ao referir-se a relatórios, Dantas revela uma ligação que sempre negou. Com a empresa de investigação e espionagem Kroll:

"Daniel Dantas: Tá, deixa eu te falar o seguinte, eu queria que você desse uma olhada no relatório da KROLL tá?

Danielle: Tá...

Daniel Dantas: E olhasse pontos que... porque eu quero in... incruar esse assunto da KROLL dentro da... do processo, entendeu?

Danielle: Uhum...

Daniel Dantas: Então eu queria que você procurasse pontos tipo... por exemplo... no relatório da KROLL fala que a Telefônica Itália pagou ao prefeito de SANTO ANDRÉ tá...

Danielle: Uhum...

Daniel Dantas: E o prefeito de SANTO ANDRÉ foi morto...

Danielle: Uhum..."

Hummmm.

Descobre-se, na gramparia da Satiagraha, onde era a caverna, e quem era o minotauro.

Conversam, no dia 15 de novembro de 2007, Daniel e a irmã, Verônica, e a jurídica Daniele. Humberto Braz presente. O assunto é enfiar Lula na história:

- ...e aí, vamos dizer, o discurso do presidente da República é um indício, mas pode não ter acontecido antes, mas eu acho que aconteceu, e quanto mais indícios eu tiver, melhor..."

Parênteses. Em outros tempos e locais, em conversas com um "companheiro de esquerda", Daniel refere-se a Lula como "o barba". E ao companheiro envia garrafas de vinho.

A 15 de novembro, com Danielle, combina:

"Danielle: Oi! oh não sei se é suficiente mas eu olhando aqui o timeline (cronograma-inglês) eu me toquei o seguinte... o LULA ele foi eleito em outubro de dois mil e dois, toma posse em janeiro, em novembro de dois mil e dois você sela o documento que você é informado que vinha uma...

Daniel: (Ininteligível)... já vou usar, mas eu queria mais elementos...

Danielle: Tá bom então... beijo.

Daniel: Tá..."

A Daniel Dantas, segundo seu próprio roteiro, cabe um papel: o de vítima.

Vítima de uma orquestração do governo, e de Lula, e é essa, será, a estratégia nos processos que enfrenta. Nos Estados Unidos, na Itália. E no Brasil.

"Estratégia Presidencial"

O que Daniel Dantas não sabia, e agora Terra Magazine revela, é que seu alvo, Lula, sabia.

Em Maio de 2003, cinco meses depois de iniciado seu governo, o presidente Lula chamou o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e ordenou:

- Esse negócio de Opportunity, esse Daniel Dantas, você cuida desse problema pra mim?

Lula, a um amigo, perguntou:

-Como é que pode um cara com um porcento controlar um negócio de bilhões, mandar nos fundos de pensão?

O presidente recordava-se de um único encontro com o banqueiro, e da impressão que dele guardou:

-É um escroque.

Ministro-chefe da Casa Civil, Dirceu teria, pelo menos, dois encontros com Daniel Dantas.

Isso antes de deixar o governo. Depois...

O primeiro, dias depois da determinação de Lula, na primeira quinzena de Maio daquele 2003. O segundo, pouco depois.

O próprio Dantas relatou os encontros na CPI dos Correios e à justiça de Nova York.

Informou, nas ocasiões, ter sido avisado por Dirceu que os fundos de pensão estavam interessados em tomar dele, Dantas, o controle da Brasil Telecom.

Segundo Dantas, José Dirceu teria dito ainda que quem resolveria o assunto seria Cássio Casseb, então presidente do Banco do Brasil - e um dos principais espionados no caso Kroll.

Dantas revelou à CPI ter havido uma segunda conversa com Dirceu, para reportar ao ministro o encontro com Casseb. As palavras ditas foram:

- Expliquei para ele (Dirceu) o que tinha acontecido (na reunião com Casseb) e ele (Dirceu) me disse que o governo não tinha que tomar partido nessa disputa e que se porventura eu detectasse que o governo estava intervindo a favor de outro que eu teria liberdade de lhe comunicar.

José Dirceu, à época, contou a pelo menos dois interlocutores, em uma conversa em seu gabinete, que o governo "não prejudicaria nem beneficiaria" Daniel Dantas, apenas "seguiria a lei".

Lula seria informado dos fatos três anos e cinco meses depois daquela determinação a seu ministro. Na terça feira, 24 de outubro de 2006.

A cinco dias do segundo turno e de sua reeleição para a presidência da República, Lula foi informado.

Não em toda a inteireza, mas de maneira superficial, o presidente da República saberia da dimensão, da grandeza do que se movia.

A menos de 120 horas de sua reeleição, Lula começava a conhecer aos menos os contornos do que contra ele se movia há meses.

Movia-se, quase sempre, realimentado pelos ecos.

Uns, inocentes. Outros, pautados.

Lula entendeu, enfim, o que se movia já há meses, há mais de um ano para ser exato. Entendeu em toda a dimensão, todo o barulho, e decidiu:

-...bem, o que tiver que ser, será. E, por mais quer tentem, não conseguirão me atingir... E quem tiver que ser preso, será.

Lula, 10h da manhã de um dia em março de 2007, sala reservada no aeroporto de Congonhas, São Paulo:

-... não, não sei como anda investigação, nem quero saber, mas se tiver que prender, vai prender qualquer um...

Interlocutor:

- Mas, presidente, e se isso chegar no governo, na sua gente?

Lula:

- A mim não interessa em quem vai chegar. Se chegar, se provas existirem, e não fofocas, se a justiça mandar, vai ser preso. Qualquer um vai ser preso, não importa quem.

Interlocutor:

- Presidente, vão tentar interromper a investigação...

Lula:

- Se os crimes existem, e não sei como esta nem se está a investigação, não é assunto meu, eles serão presos...

O presidente Lula soube ali apenas de ligeiros contornos da operação que Dantas e os seus chamavam entre si de "Estratégia presidencial".

A estratégia era, foi desde sempre, ajudar a bombardear Lula, derrubá-lo se possível, impedir sua reeleição se tanto não se conseguisse.

Lula soube então, da estreita vinculação entre os movimentos dos estrategistas e importante porção do que ecoava para atingi-lo.

Quem nele mirava para salvar-se, agora, depois de curta temporada interrompida pelo Supremo, experimenta a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar.

Aguarde-se o contra-ataque.

Rôla nele!


Mais uma notícia da série O país da piada pronta.

Cícero Batista Araújo Rôla, Secretário de Comunicação da CUT do Distrito Federal, protocolou no Senado um pedido de impeachment do presidente do Supremo Tribunal Federal, o Ministro Gilmar Mendes.

Segundo Rôla, entrevista pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, o Ministro Gilmar Mendes cometeu um crime de irresponsabilidade.

"Na nossa avaliação o presidente do Supremo Tribunal Federal cometeu crime de irresponsabilidade quando da soltura do Dantas na segunda vez, porque não era prerrogativa dele fazer aquilo sozinho. O Supremo é um colegiado. E esse segundo habeas corpus deveria ser julgado pelo plenário do Supremo Tribunal”

Ainda segundo Rôla, o Brasil tem 211 mil presos esperando o julgamento do mesmo tipo de sentença que o Ministro Gilmar Mendes concedeu a Daniel Dantas duas vezes em 48 horas.

17 julho, 2008

Pagou proprina e foi ao velório

"Já tá tudo ok! Já tá tudo numa boa! Pode ficar tranquila! Já tô aqui, já tive ontem contigo, já vou hoje na missa da dona Ruth...vida normal". Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas, aliviada após se certificar de que a propina fora paga a um delegado federal. A confidência de Verônica foi flagrada em conversa telefônica com uma mulher de nome Bia, gravada com autorização judicial. (Fonte: Vi o Mundo)

16 julho, 2008

Leia relatório da PF sobre a caça a Daniel Dantas

Ao longo de 210 páginas, recheadas com transcrições de interceptações telefônicas e de e-mails, relatório parcial da Polícia Federal que investiga Daniel Dantas e o Opportunity é exaustivo na descrição dos passos seguidos pela Polícia e dos supostos indícios que permitiram aos delegados Protógenes Queiroz e Karina Murakami Souza chegar à conclusão de que “Daniel Dantas é o chefe da organização criminosa, envolvida com o cometimento de delitos contra o Sistema Financeiro Nacional, contra o mercado de capitais e de lavagem de dinheiro”.

Os delegados federais registram que ainda não há definição legal para o conceito de organização criminosa, mas apontam que as investigações encontraram quase todos os indícios de uma organização criminosa: previsão de lucros, hierarquia entre seus membros, planejamento empresarial, divisão de trabalhos, ingerência no poder estatal e na imprensa, mescla de atividade lícitas e ilícitas para dificultar a atuação dos órgãos públicos encarregados da persecução penal. “No caso em tela, encontram-se presentes todas estas características”, afirma a delegada no documento.

Há ainda a declaração de que o grupo mantém proximidade com autoridades públicas, lobistas, jornalistas, grandes empresários, “pessoas muito bem articuladas, uma vez que esses contatos nas diversas esferas públicas e privadas são necessários para que esta organização criminosa continue atuando de forma protegida”.

Veja AQUI o relatório da PF, no site Consultor Jurídico
"[No Brasil] até os ricos vão para a prisão, nem que seja por algumas horas". do jornal francês Libération

15 julho, 2008

Os banqueiros do Farol

Em 1990 o ex-presidente Fernando Collor chamou os economistas Daniel Dantas, Mário Simonsen e André Lara Rezende para a reunião que discutiu o confisco dos depósitos bancários. Na reunião Collor teria oferecido a Dantas o ministério da fazenda, que foi recusado.
O dinheiro que Dantas possuia investido foi então convertido em bois, ficando livre do confisco.
Em 1993 Dantas criou o seu proprio banco, o primeiro Opportunity.
Em 1997 foi escolhido pelo CitiBank para gerir os recursos do banco aplicados na privatização das teles.
Em 1997 foi criado o segundo Opportunity que tinha entre os sócios Pérsio Arida, presidente do BNDES de FHC e Helena Lanbau, mulher de Arida e Secretária de aplicações do BNDES.
Dantas foi beneficiado no processo de privatização das teles e recebeu dinheiro do governo (BNDES) para comprar as teles que o próprio governo estava vendendo.
Durante o governo FHC (o Farol de Alexandria) ocuparam os cargos chaves da área econômica do governo os economistas do chamado grupo do rio, ligados a Daniel Dantas (Armínio Fraga, Pérsio Arida, Gustavo Franco, Helena Landau, André Lara Resende, Francisco Lopes, Winston Fritsch, Pedro Bodin e Edmar Bacha - ver links)
Quando vencesse os quatro anos de FHC em 1998, a quadrilha que comandava a economia correria sério risco de ser desmantelada. Dantas então criou o sistema de pagamentos de propinas para deputados federais e senadores que garatiu a emenda da reeleição - surgia o chamado "valerioduto".
O sistema operado por Marcos Valério teria sido herdado pelo PT e muitos deputados se renderam ao esquema. No entanto, quando o governo Lula passou a interferir na Sociedade Amigos do Farol, dantas deu um primeiro golpe contra o PT - a denúncia do mensalão - e com a ajuda da imprensa tentaram um golpe.
Para quem se interessa por temas como maçonaria e Cavaleiros Templários deve saber que a Amigos do Farol é a maior sociedade secreta na história recente do país, seu poder é tão grande que dá para contar nos dedos o numero de jornalistas, juizes e policiais federais dispostos a desbaratá-la... deputados não há nenhum, nem o Psol se manifesta.
Segundo Paulo Henrique Amorim Lula teve medo da Sociedade Amigos do Farol. No entanto ele deu liberdade para a Polícia Federal investigar Dantas.
Alguém precisa urgentemente escrever um livro sobre esta fase da política brasileira, que ainda não acabou, e eu sugiro até um título: "Os banqueiros do farol"

Ato pelo impeachment do presidente do STF, Gilmar Mendes.

Dia 19 de Julho 2008 (sábado), 10:00h - São Paulo em frente ao MASP (av. Paulista)

10 julho, 2008

Debate sobre trânsito e transporte na cidade de Sorocaba

Coligação 'Sorocaba para o futuro' discute nesta sexta-feira (11/07) o tema trânsito e transporte na cidade.

A coligação Sorocaba olhando pra frente, dos candidatos a Prefeito Hamilton Pereira, e a Vice-Prefeito, Chaves Neto, vai realizar uma série de diálogos que pretende debater os caminhos do futuro de nossa cidade e da região.

Entre os nomes já confirmados estão os de Márcio Pochman, Iara Bernardi, Cristina Baddini, Selma Rocha e Gastão Wagner Souza Campos. As apresentações, sempre às sextas-feiras, são abertas ao público em geral e serão divididas por temas como trânsito e transporte, desenvolvimento econômico, educação e saúde, entre outros.

Cristina Baddini Lucas é engenheira civil formada na primeira turma da FACENS e tem mestrado em Trânsito na COPPE, UFRJ. Tem vasta experiência, exercida em várias secretarias de transporte do País (Campinas, Porto Alegre, Santo André, Fortaleza, Franco da Rocha e Belém).

Vidal Dias da Mota Junior é bacharel e licenciado em Ciências Sociais e especialista em Gestão Pública e Gerência de Cidades pela UNESP.
Encontro será dia 11, às 19h, no auditório do Centro Arquidiocesano de Pastoral, na Avenida Dr. Eugênio Salerno, 60, próximo à Praça 9 de Julho.

Balada de Daniel Dantas


Um Ministro do Supremo pra chamar de seu


Eu sei que você fez os seus castelos
E sonhou ser salvo da prisão
Desilusão, meu bem
Quando acordou estava sem ninguém
Algemado no silêncio do seu quarto
Procura a espada do seu salvador
Que no sonho se desespera
Jamais vai poder livrar você da fera da prisão
Com a força do meu canto
Esquento a sua cela pra secar seu pranto
Aumento o rádio
Me dê a grana
Filosofia é poesia, é o que dizia a minha vó
Antes mal acompanhada do que só
Você precisa é de um ministro do supremo pra chamar de seu
Mesmo que esse ministro seja eu
Um ministro pra chamar de seu
Mesmo que seja eu
Um ministro pra chamar de seu
Mesmo que seja eu

by: um ministro anônimo do Supremo Tribunal Federal

09 julho, 2008

Dantas

Ontem a noite fiquei eufórico com a noticia de que o Daniel Dantas finalmente tinha sido preso, o Reinaldo me mandou uma mensagem de celular avisando do ocorrido.

Ha um certo tempo alguém me falou " se esse cara cair, cairá a República!" e eu fiquei esperando... mas parece que chegado o momento, quem vai acabar caindo mesmo é o presidente do Supremo Tribunal Federal, pois na gravação da policia federal o comparsa de Dantas afirmou que estava tudo acertado com o STF. Se Dantas fosse pego em primeira instância na segunda (STF) ele seria absolvido... mais ou menos como aconteceu com Renato Amary.

Hoje estava no MSN com um amigo e perguntei se ele tava sabendo que o Daniel Dantas havia sido preso. A resposta foi surpreendente e desesperada:

-Não pode ser! O que aconteceu, prenderam ele?
-Sim
-Mas logo agora?
-Aleluia
-Como assim, e a candidatura?
-Que candidadura, ta doido?
-A do Daniel?
-O Daniel Dantas não é candidato!
-Daniel Dantas? Uff... achei que fosse o Daniel Lopes, você me deu um susto.

O 9 de Julho deveria se chamar dia do Café-com-leite


O vulgo popular afirma que o Brasil é um país de tradição democrática, ao contrário do resto da America Latina. Isso não é bem verdade, aqui no Brasil períodos de democracia foram exceções. De 1946 a 1964 e de 1988 até hoje, ou seja, pouco mais de um terço do século.

Além disso, se o Império brasileiro nos causa um certo desconforto, principalmente quando vemos que no resto da América surgiram várias repúblicas após a independencia, alguns historiadores afirmam que a República oligárquica (1889-1930) representou um retrocesso aos avanços liberais do segundo império.

Nesse período a política brasileira foi marcada pela disputas entre as oligarquias estaduais, com a elite cafeicultora paulista como hegemônica, ela usou o comando do Estado para defender de maneira abusiva seus interesses individuais. Os cafeicultores paulistas aliaram-se a oligarquia mineira produtora de leite, pois Minas Gerais era maior pólo eleitoral do país e, mantendo o apoio mineiro mantinham o controle do país, esta política ficou conhecida como a do “café-com-leite”. Dessa maneira São Paulo pode manter uma política econômica de valorização do café, muito prejudicial ao país.
A política de valorização do café consistia na compra do café pelo Estado e a renuncia ao imposto de exportação. O café era estocado e assim retirado do mercado, mantendo os preços em alta. O Brasil era o maior produtor mundial de café e São Paulo, de longe, o maior produtor brasileiro. São Paulo se comportava como um semi-Estado Nacional dentro do Estado Nacional brasileiro. Com a estocagem do café o “Estado paulista” inicialmente auferiu grande lucro, vendendo café estocado, com a alta lucratividade o imposto de exportação foi eliminado, entretanto, o lucro não precisava ser repassado em parte para a união como acontecia com o imposto e dessa maneira somente São Paulo se beneficiava da exportação. Esta política de estocagem nem sempre dava certo e muitas vezes o preço não subia e para não derrubá-los ainda mais, deixavam perder toda a safra nos armazéns, nesse momento São Paulo se valia da presidência da republica e os cofres do Estado Nacional entravam para cobrir o prejuízo.
Nessa época também emergiu a política dos coronéis e capitães, mandatários locais que adquiriam sob compra os cargos de comando da Guarda Nacional. Esta entidade, contrariamente ao exercito que se organizava nacionalmente, tinha uma hierarquia restrita a um estado e na prática funcionava como uma guarda particular dos fazendeiros. Ao contrario do que muitos pensam os títulos de coronel e capitão não foram herdados da colônia ele é um produto da republica velha e funcionava como um titulo de nobreza, mas nobreza republicana.
A política de valorização do café já era contestada em 1915 e com queda das bolsas de 1929 ela se tronou insustentável, as vésperas da grande queda um economista sorocabano se notabilizou estadualmente pela defesa que fez da política de estocagem, era Isaltino Guanabara Rodrigues da Costa, ele fez carreira como administradora de uma fabulosa rede de armazéns de café.
Após 1929 a hegemonia de São Paulo ficou fragilizada e o golpe de militar de Getulio Vargas (1930) é o resultado disso. Vargas se contrapôs a política da republica velha enquanto defensor dos interesses do capital nacional emergente. De imediato Getulio mandou queimar o café para não solta-lo no mercado (em queda), mas posteriormente a valorização do café foi extinta e São Paulo perdeu os privilégios que desfrutava.

A “revolução de 32” contra Getúlio Vargas foi último suspiro da republica dos coronéis, a agonia de um modo arcaico de fazer política do café-com-leite. Uma política que coadunou tudo o que existia de mais pernicioso no Império Brasileiro e que transbordou para o século XX. Além disso o termo revolução também é usado equivocadamente ao se referir a 32, em todos os seus sentidos: progresso, transformação, mudança, reviravolta. O que houve foi uma revolta efêmera que buscava o regresso ao status quo anterior, não causando abalos à estrutura social.

A construção da identidade paulista ignora que o coronelismo tenha sido a sua realidade no início do século XX, ignoram que a manutenção desta entidade seja um dos objetivo da revolta de 32. Aliás deixam a pecha de coronéis apenas para os nordestinos.

08 julho, 2008

Perdeu Playboy, perdeu


Daniel Dantas é preso pela Polícia Federal

Comandados pelo delegado Protógenes Queiroz, quase 300 agentes da Polícia Federal iniciaram, às 6 da manhã desta terça-feira 8 de julho, a Operação Satiagraha. A PF cumpre 24 mandados de prisão - além de 56 ordens de busca e apreensão. Na ação deflagrada nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e em Brasília, foram presos, além do banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, sua irmã Verônica e seu ex-cunhado e dirigente do OPP, Carlos Rodenburg, o também diretor Arthur de Carvalho, o presidente do grupo, Dório Ferman, o especulador Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.

Segundo a Polícia Federal, o universo dantesco foi aprisionado pela prática dos seguintes crimes, pelo menos: formação de quadrilha, gestão fraudulenta, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal...

Espionagem é parte do extenso rol de crimes praticados pela organização. Daniel Dantas foi preso, também, por tentativa de corrupção contra um delegado, de nome Vitor Hugo.

A prisão de Daniel Dantas é o desfecho, ou, melhor, um entreato da maior disputa societária da história do capitalismo brasileiro.

Para que se tenha uma idéia: algo como um bilhão e 900 milhões de dólares foram rastreados na investigação. Fortuna essa advinda de aplicadores e, quase sempre, a transitar por paraísos fiscais. Técnicos do Banco Central e da Receita Federal também trabalharam na megainvestigação pilotada pelo delegado Queiroz.

Poderia ser legalmente, e de origem legal, mas o contrário é também verdade e em relação a quantias abissais, como saberão ainda hoje, e aqui, os leitores.

Das entranhas do que há de mais poderoso nos comandos financeiros, sociais e políticos - como conhecerão em detalhes os leitores de Terra Magazine nos próximos dias -, emerge o que a Polícia Federal, depois de 2 anos de investigações, trata como organização criminosa comandada por dois grupos distintos e dois "capos" - expressão da própria PF - que atuariam em consórcio, Daniel Valente Dantas e Naji Robert Nahas.

fonte: Bob Fernandes

07 julho, 2008


Ficarei afastado por um tempo do blog.

Sou candidato a vereador.

Fui escolhido por um grupo militante de mais de duzentas pessoas, entre lideranças de bairro, profissionais liberais, professores, intelectuais; enfim, pessoas que viram em nossa candidatura a possibilidade de qualificar a Câmara, de renová-la.

Fiquei muito orgulhoso de ser escolhido. Também tenho clareza do tamanho da responsabilidade.

Há quatro anos me preparo para esta eleição. Comecei bem jovem, no movimento estudantil. De lá pra cá, formei-me em Direito pela Fadi - Faculdade de Direito de Sorocaba - , trabalhei no Ministério da Justiça, em Brasília e fui da Executiva Municipal do meu partido, o PT. Atualmente, sou Dirigente Municipal.

Tenho 25 anos e uma vontade imensa de representar os cidadãos sorocabanos na Câmara Municipal.

Quero debater a reforma urbana, a importância do software livre, a cidade sustentável, o esporte como inclusão social, a instalação do departamento de inclusão a deficientes na Secretaria da Educação, a criação do Conselho Municipal do Esporte e do Lazer, o direito à moradia, o protagonismo juvenil, a implantação do mandato virtual. Enfim, quero muito ajudar a melhorar nossa cidade.

Nossa campanha resgatará o espírito militante que contagiou todos aqueles que sempre acreditaram na esquerda brasileira.

Comprovará que um projeto construído coletivamente, com participação popular, fará a diferença nas disputas eleitorais.

Agradeço a todos que decidiram me apoiar. Gostaria, também, de pedir o voto ao candidato a prefeito Hamilton Pereira. Um homem capacitado para governar Sorocaba. Um humanista. Deputado Estadual por 4 mandatos.

É chegada a hora!!!

Boa campanha a todos!!!

Um abraço!!!

Daniel Lopes Vereador 13555
Hamilton Prefeito 13

06 julho, 2008

Bolsa Bode

O jornal Cruzeiro do Sul, na edição do último sábado (05/07), publicou editorial intitulado "Julho começa com um 'bolsa eleição'". No referido artigo, há três argumentos básicos:

1. O reajuste nos pagamentos do Programa Bolsa Família é eleitoreiro.

2. As donas de casa, ouvidas pelo jornal, aprovam o reajuste, mas dizem que é insuficiente, ponto de vista aparentemente endossado pelo jornal, diante do aumento no preço dos alimentos nos últimos meses.

3. Por fim, o jornal diz que é mais importante combater a inflação do que reajustar o bolsa família, sendo que, segundo o jornal, o combate à inflação deveria se dar principalmente pelo controle dos gastos públicos.

Ora, o primeiro argumento invalida o segundo. O governo, com objetivos eleitoreiros, concedeu um aumento, que o jornal considera exagerado e as donas de casa consideram insuficiente. Ou seja, para ganhar votos, o governo concedeu um aumento que seria considerado insuficiente. Muito inteligente, não?

O jornal, ao propor a redução dos "gastos públicos" para controlar a inflação, se acovarda e não diz que "gastos públicos" seriam estes.

É claro que o governo pode - e deve - melhorar a gestão da máquina pública, reduzir o número de cargos de confiança, dentre outra iniciativas, que poderiam diminuir os "gastos públicos".

Por outro lado, precisamos que a polícia federal tenha sua capacidade de ação ampliada, que o exército seja modernizado; precisamos de mais universidades públicas, de mais escolas técnicas, mais hospitais, mais pesquisa científica. E, portanto, mais investimentos sociais. Ou "gastos públicos", como prefere o jornal da maçonaria.

Mais. Entre os "gastos públicos", está incluído o próprio Programa Bolsa Família. Que, para os economistas liberais, é dinheiro jogado fora, que só estimula ainda mais a "preguiça" natural dos pobres e, por via de regra, a inflação.

Ou seja: o jornal pretende parecer simpático, menciona as "donas de casa", supostamente procuradas pelo jornal, diz que o reajuste concedido pelo governo é pequeno, é só caridade eleitoreira, e, ao mesmo tempo, de forma enviesada, defende, na verdade, cortes no Programa Bolsa Família!

A acusação ao governo federal é cínica. Há eleições de dois em dois anos, e, nesses períodos, o governo não deve reajustar os programas sociais?

E quem faz essa afirmação parece não se importar que o governo municipal, tucano, inaugure a unidade pré-hospitalar da zona oeste nas vésperas das eleições?

O jornal também não se importa que a empresa responsável pela obra faça diversos anúncios na TV, beneficiando o prefeito.

O que faz com o que jornal pareça ter dois pesos e duas medidas?

Sobre o resgate de Ingrid Betancourt

Ingrid Betancourt, foi libertada na semana passada junto a três mercenários da CIA que atuavam na Colômbia. Seu resgate foi muito esquisito e sem conflito, não vimos nenhuma manifestação pública das FARCs ou do governo da Venezuela, apenas a versão oficial do governo colombiano e novas versões estão aparecendo aos poucos.
A Rádio "Suisse Romande" denunciou que os EUA pagaram US$ 20 milhões para libertação de INGRID BETANCOURT, contrariando a versão oficial.
Versão oficial
O governo conseguiu enganar o comandante guerrilheiro conhecido como César, convencendo-o a reunir reféns que estavam em três acampamentos distintos e embarcá-los em um helicóptero de uma desconhecida organização humanitária. Para ajudar na operação, militares teriam se infiltrado na guerrilha e foi feita uma ligação para César com alguém imitando a voz Cano.
Contraponto
"Esses relatos são tão absurdos como dizer que o Exército matou todos os líderes da guerrilha com uma única bala", afirma o colombiano Gustavo Duncan, analista político e especialista em questões de segurança. "Os guerrilheiros não teriam reunido e colocado em um helicóptero desconhecido Ingrid e os três americanos, seus reféns mais valiosos.
Não tão facilmente. Provavelmente a operação envolveu uma grande negociação e o pagamento de uma quantia - na minha opinião, não apenas com César, mas com outros alto comandantes da guerrilha.
Versões absurdas
Na minha opinião as duas versões são inverossímeis, os quatro reféns eram muito preciosos para as FARCs se descuidarem deles, a ponto de colocá-los sob a guarda de um único comandante, ou alguns comandantes corruptíveis, e aliás, 20 milhões em suborno não é muito dinheiro para quem negocia armas e atua num país onde o tráfico de drogas esta presente em todos os setores da sociedade.
É possível que tenha ocorrido uma negociação do governo colombiano com o alto-comando da guerrilha. Se nos voltarmos aos fatos das últimas semanas, minha versão pode ser plausível, há alguns dias Hugo Chavez, que pretendia ser interlocutor internacional das FARCs, mudou repentinamente o discurso e passou a criticar a guerrilha. Por quê ele fez isto? Talvez estivesse descontente com uma negociação direta entre as FARCs, o governo colombiano e, quem sabe, os EUA ou a França.

03 julho, 2008

Brasil na OPEP


Luis Nassif chamou a atenção para a declaração do Presidente da República, Lula, em evento público, sobre a extensão das reservas de petróleo no pré-sal. Tais reservas se estenderiam até a região Nordeste do país.

Com isso, e dependendo de estudos da Petrobrás para confirmar a descoberta, o Brasil passaria a ter a terceira maior reserva de petróleo do planeta, superando até mesmo a Arábia Saudita.

A produção nas referidas reservar se iniciará em 5 anos, devendo atingir o auge em 25 anos.

A notícia, se confirmada, é ótima. Por outro lado, devemos nos preocupar com as ambições norte-americanas sobre o Brasil, tendo em vista a recriação da famigerada 4ª frota, para operações na América do Sul.

Será coincidência?

01 julho, 2008

Leila Cordeiro: o império da TV Globo balança

Por Leila Cordeiro, no Direto da Redação
Falar em queda do império, pode até parecer um exagero , mas se recorrermos à história vamos constatar que o que está acontecendo não está tão longe da verdade, não.
Qualquer semelhança seria mera coincidência?
Os historiadores ensinam que a "queda do Império romano foi causada por uma série de problemas internos que fragilizaram o Império e o colocaram à disposição de invasões de outros povos". Apesar de ser uma obviedade, todo Império começa a decair após alcançar o seu apogeu, e com Roma não foi diferente.
Sem querer forçar a barra, não é mais ou menos o que está acontecendo na Globo?
Pela própria mídia especializada sabe-se que problemas como briga pelo poder, dívidas e sobreposição de egos têm colocado a hegemonia da emissora em xeque.
Talvez ela tenha crescido tanto que perdeu a identidade e está se fragilizando pela própria mordida, ou seja, ela criou o monstro e foi engolida por ele.
Quando a Globo poderia imaginar que alguém teria poder de fogo para usar a mesma fórmula de sucesso que garantiu sua liderança por décadas?
O formato vitorioso deu resultado nos estúdios da Barra Funda e se refletiu nos índices de audiência da emissora , o que, curiosamente, prova que a Globo teve o mérito de descobrir uma grade infalível de programação. Mas, a meu ver, ela está perdendo o bonde ao se acomodar com a liderança, fenômeno que acontece com todo mundo que está na frente de uma competição e acha que nunca vai ser alcançado. Relaxou...dançou.
Hoje não existe mais o ovo de Colombo em nenhum segmento, principalmente no de televisão. Não há mais o que descobrir e sim aprimorar.
Falta talvez à Globo a humildade dos grandes conquistadores e dos sábios de dar oportunidade a quem está chegando, ao sangue novo sem vícios.
Ignorando isso, ela abriu um leque de oportunidades à Record que ao contrário da rival vem investindo em novos talentos e idéias.
Com isso, a Globo que nunca precisou "se deitar na cama pra fazer a fama" está correndo atrás dos pontos perdidos no Ibope fazendo auto-promoções na mídia escrita onde tenta vender ainda seu peixe.
A verdade é que nenhum monopólio faz bem. Para os mercados artístico e publicitário o importante mesmo é o sucesso individual do produto para que ele possa se sobressair e garantir a vitória antes mesmo do público mudar de canal.
Em tempo: Leila Cordeiro foi uma das melhores repórteres da Globo. Hoje, vive em Miami com o marido, Eliakim Araújo. Os dois são os responsáveis pelo “Direto da Redação”.
Em Tempo 2: Ontem, domingo, dia 29, a Globo ficou em terceiro lugar duas vezes. Durante a final da Eurocopa, na Record, enquanto a Globo mostrava aquele melancólico jogo do São Paulo; e, no Faustão. Terceiro lugar num domingo, quem diria, hein ?
Fonte: blog do Paulo Henrique Amorim

Observatório da Imprensa: "Imprensa de Sorocaba abafa a CPI"

Por Luís Renato Cruz Vieira de Andrade

A CPI do Mercado estava investigando possíveis irregularidades na obra de reforma do Mercado Municipal de Sorocaba, ocorrida em 2002. Porém, o foco deste texto não são os fatos que envolveram as obras, e sim a imprensa de Sorocaba.

A verdade é que os jornais de Sorocaba e a imprensa em geral abafaram o caso. A imprensa local, não comenta mais sobre o fato, "parece torcer" para que o (e)leitor não perceba o que ocorreu. Não houve sequer um contra-argumento por parte da imprensa de Sorocaba. É preciso dizer ao (e)leitor, ou ao telespectador de Sorocaba, que interesses fizeram com que a CPI do Mercado Municipal de repente fosse esquecida.

(...) No caso da CPI do Mercado Municipal, é preciso que a imprensa diga quais foram os interesses que fizeram com que a CPI do Mercado Municipal fosse abafada. (...) Este esquema político-midiático prevalece em Sorocaba, o que impede o surgimento de novas pessoas e pensamentos em cargos maiores. Tal esquema provinciano somado ao "caciquismo" dos partidos políticos atrapalha uma renovação da Câmara Municipal (...)

Clique aqui para ler a matéria completa, publicada em 03 de Junho de 2008.