13 abril, 2006
Feministas francesas pregam fim do 'senhorita'
Feministas na França pediram ao governo que retire o título mademoiselle (senhorita) de documentos oficiais.
Les Chiennes de Garde (As Cadelas de Guarda), o maior grupo feminista da França, disse que o título "perpetua a submissão a valores machistas" no país.
As feministas alegam que a forma de tratamento força as mulheres a divulgarem o seu estado civil, enquanto para os homens, a forma vigente revela apenas o seu sexo.
As feministas dizem que a distinção entre os dois títulos para mulheres é usada por homens franceses apenas para determinar se uma mulher está sexualmente disponível.
Nas ruas da capital, Paris, percebe-se que as feministas podem ter razão.
"Eu não gosto que as pessoas me chamem de madame - eu me sinto velha e pouco disponível", disse uma mulher com quem conversei.
"Eu prefiro quando me chamam de mademoiselle."
Outra comentou: "Para um homem, provavelmente esta é uma boa forma de esclarecer a situação desde o começo".
"Se um homem gosta de mim e pergunta se sou madame ou mademoiselle, eu sei o que ele quer dizer e o que está querendo saber com essa pergunta."
O grupo Chiennes de Garde diz, no entanto, que não quer um equivalente ao termo Ms, usado pelos ingleses.
A expressão substitui Miss ou Mrs (senhorita ou senhora) quando não se deseja revelar o estado civil da mulher em questão.
As feministas francesas querem que madame seja usado para mulheres de todas as idades, casadas ou solteiras.
Se os guardiões da língua francesa - a Academie Française - vai concordar, isto é outra coisa.
A academia ainda insiste no uso do artigo masculino para qualificar membros do governo francês.
Ou seja, uma ministra deve ser chamada de Madame le Ministre (senhora o ministro).
Talvez, então, essa questão tenha de esperar até que a França tenha uma Madame le President?
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