A investigação do novo esquema de desvios de verbas do Ministério da Saúde envolve cerca de 80 parlamentares. Detectaram-se, por ora, desvios estimados em R$ 110 milhões. Os nomes dos congressistas apareceram num grampo telefônico feito com autorização da Justiça. Alguns foram mencionados por terceiros. Outros tiveram a voz captada diretamente pela escuta, que durou mais de dois anos, com pequenas interrupções.
Apelidada pela Polícia Federal de “Operação Sanguessuga”, a investigação ganhou impulso em 2004. Descobriu-se que, iniciado em 2001, sob FHC, envolve parlamentares de vários partidos, alguns deles já tisnados pelo escândalo do mensalão: PL, PTB, PRB, PSB, PDT, PSDB, PFL e PMDB.
O esquema funcionava assim:
1. Os deputados apresentavam emendas ao Orçamento da União direcionando verbas para o Fundo Nacional de Saúde. O dinheiro destinava-se à aquisição de ambulâncias e equipamentos hospitalares;
2. Uma vez injetada a verba no orçamento, os parlamentares apressavam a liberação das verbas no Ministério da Saúde. Contavam com a complacência de funcionários públicos, que eram premiados com propinas;
3. Quando a verba chegava a prefeituras, situadas em vários Estados, a quadrilha promovia licitações viciadas. Eram vencidas invariavelmente pela empresa Planan, de Mato Grosso. Detectou-se superfaturamento de até 110%. O dinheiro pago a mais pelo Estado era rateado entre os integrantes do esquema.
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