Em entrevista à Carta Maior, parlamentar boliviano avalia a campanha para a Assembléia Constituinte, detalha como as empresas públicas foram vendidas e defende a viabilidade da reestatização.
"... Para examinarmos o processo de nacionalização, é preciso ver os passos que demos até agora. O neoliberalismo destruiu a Bolívia completamente. Destruiu até mesmo a possibilidade de as pessoas viverem numa pobreza respeitável. Depois desses anos de planos de ajuste, enfrentamos aqui uma situação de miséria humilhante. Sair dessa situação está custando muito. Nós precisamos de investimento e do capital estrangeiro. No primeiro governo de Sánchez de Lozada (1993-1997), procederam-se as privatizações, como em toda a América Latina. Aqui o nome era mais pomposo, era ‘capitalização’. Através dela entregou-se as empresas bolivianas ao capital estrangeiro, sob o argumento de que com o dinheiro arrecadado iria se desenvolver o país. Arrecadou-se US$ 1,6 bilhão que não vieram para cá, foram depositados fora. O governo Sánchez de Lozada argumentou que não havia capacidade de capitalização na Bolívia. O dinheiro passou a ser administrado pelas AFPs (administradoras de fundo de pensão privadas). Esses fundos depositaram o dinheiro numa subsidiária do CityCorp nas Bahamas e nunca vimos um tostão. A recuperação será longa e complicada..."
Para saber mais, acesse:
Nenhum comentário:
Postar um comentário