28 agosto, 2006

Do blog Consciência Política

Estacionado nas pesquisas, Alckmin sente o gosto da traição política
Depois que FHC trouxe Carlos Lacerda à lembrança, como expressão máxima do que considera o melhor comportamento de oposição, e transformou o lacerdismo em patrono do malsucedido “golpe branco” contra o presidente Lula, parece que os mortos estão mesmo fadados a guiar o destino eleitoral dos tucanos. Nessa seqüência, talvez tenha chegado a hora de o presidenciável Geraldo Alckmin invocar o nome do mineiro Cristiano Machado, candidato do extinto PSD, na eleição presidencial de 1950, vencida por Getulio Vargas.Abandonado pelos líderes do PSD, nos estados, o candidato do partido inspirou um dos mais célebres verbetes da política brasileira: cristianização. Ou seja, uma forma de traição política.
Esta semana, o que se pode chamar de processo de cristianização da candidatura do tucano Alckmin foi levado para o mostruário eleitoral no Ceará. Por maus pecados, trata-se dos domínios do cacique político Tasso Jereissati, presidente do PSDB.
Candidato à reeleição, o governador cearense Lucio Alcântara fez rasgados elogios à administração Lula, no horário eleitoral da televisão. Em seguida, exibiu um vídeo onde colhia elogios do presidente. Nada inédito. O tucano Alcântara repetiu o que, na semana anterior, tinha feito o pefelista Mendonça Filho, candidato à reeleição em Pernambuco.
Alckmin está, de fato, desaparecido das campanhas estaduais. Foi escondido pelos candidatos da coligação tucano-pefelista.
Jereissati, normalmente de voz mansa, mudou o tom e chegou a dizer que expulsaria os infiéis do ninho tucano. Recuou, porém, diante da possibilidade de ser forçado a promover um genocídio político.
Lula parece marchar irremediavelmente para a vitória no primeiro turno. A divulgação na terça-feira 22, da pesquisa Datafolha, na qual o candidato petista aparece com 49% das intenções de voto, faz crer que, no dia da eleição, em 1º de outubro, Alckmin vai se manter na disputa em condição semelhante à do time de futebol que, desclassificado antecipadamente, entra em campo com a missão de apenas cumprir tabela.

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