30 setembro, 2006

Chuva de canivete

Amanhã, só vai não chover canivete para prejudicar Lula e o PT nas eleições.

Quer dizer, talvez chova canivete. Não duvido de mais nada.

Talvez falte ônibus na região norte e nordeste. Ou um apagão em áreas estratégicas. Quem sabe?

Uma pessoa ligada ao PT é presa com dinheiro, de origem não esclarecida, para comprar um dossiê que conteria informações - verdadeiras e graves - contra candidatos do PSDB. A tentativa de compra do dossiê é considerada um dos crimes mais graves do país, desde os assassinatos cometidos pelo Maníaco do Parque.

Agora, um Delegado da Polícia Federal, possivelmente ligado ao bloco PSDB-PFL, vai até o local onde está guardado o dinheiro. Faz fotografias e repassa para os meios de comunicação. O objetivo, segundo ele próprio teria dito, é "ferrar o PT". Antes, ele havia alegado que as fotografias haviam sido roubadas de sua sala. Cometeu o primeiro delito: falsa comunicação de crime. Depois, tornou públicas imagens às quais tinha acesso em razão de seu cargo. Cometeu o segundo delito: quebra de sigilo funcional. Há suspeitas de que tenha recebido dinheiro para "vazar" as fotos. Terceiro delito: corrupção ativa. Caso não tenha recebido dinheiro, agiu movido por sentimento ou interesse pessoal: prevaricação. Para realizar as fotografias, entregá-las a imprensa, contou com o auxílio de outras pessoas. Quadrilha ou Bando.

Em resumo: é um criminoso, que envergonha todos os policiais honestos deste país - e não apenas os policiais federais.

Contudo, para a maioria da mídia, engajada na campanha de Alckmin, ele foi tratado quase como um dissidente que conseguisse fugir da cortina de ferro.

O tratamento tendencioso da cobertura do processo eleitoral, promovido pelos principais meios de comunicação, é triste. Nos faz lembrar a situação pré-golpe vivida por Hugo Chavez na Venezuela.

É uma nova edição de 1989. Será que a rede Globo e os grandes meios de comunicação ainda conseguem manipular uma eleição?

Ou será que o povo os surpreenderá?

Amanhã saberemos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Concordo com a maioria das coisas q vc destacou: Tornar pública imagens sem autorização em razão do seu cargo; quebra de sigilo funcional; corrupção, pois agiu com apoio de outros... minha dúvida é... se geralmente a PF divulga as imagens de apreenções q são feitas pelo mesmo (roubo de armas, maconhas, cds piratas..etc etc) porque a PF não divulgou anteriormente?

Reinaldo disse...

A PF divulga fotografias de armas e drogas. Mas, num momento de eleições, não divulga documentos ou imagens que possam interferir no processo eleitoral.
Assim, não divulgou os documentos que existem no dossiê contra Serra.
Apesar de ter instaurado um inquérito para investigar as denúncias.
Isso é tratamento igual.
Ao contrário do que aconteceu quando Serra se envolveu no caso do dinheiro da Lunas, que arrasou a candidatura de Roseana Sarney.