Nesta semana, avolumaram-se os sinais de que as cúpulas do PSDB e do PFL jogaram a toalha na disputa presidencial. O primeiro a mostrar desalento foi Jorge Bornhausen, ao declarar que, passadas as eleições, tucanos e pefelistas deveriam desfazer a banda em que tocaram juntos durante uns bons doze ou treze anos, retomando suas carreiras solo.
Depois, deu-se a escorregada do senador Heráclito Fortes, dizendo, para depois se desdizer, que a candidatura de Geraldo Alckmin parece uma canoa furada. Em seguida, veio a decisão dos caciques que compõem o conselho político da campanha. Anunciaram que, a partir de agora, se dedicarão a correr atrás de votos em seus estados, em vez de tentar influir nos rumos nacionais da corrida presidencial. Ou seja, cada qual tratará de minimizar os estragos no seu quintal. A maré não está para peixe.
Mas nada foi mais revelador desse clima de desalento do que a carta aberta aos militantes do PSDB divulgada ontem por Fernando Henrique. Esperava-se de um comandante experiente como o ex-presidente um toque de clarim que reunisse a tropa para o contra-ataque ou anunciasse, na undécima hora, a chegada salvadora da cavalaria. Mas não, o texto soa como um dobre de finados pela candidatura de Alckmin.
Constata o ex-presidente com amargura: “Nós do PSDB não fomos suficientemente firmes na denúncia política de todo esse descalabro (ético) no momento adequado. Não será agora, durante a campanha eleitoral, que conseguiremos despertar a população. Mas, para nos diferenciarmos da podridão reinante, temos a obrigação moral de não calar (...). Erramos no início, quando quisemos tapar o sol com a peneira no caso do senador Azeredo”.
fonte: blog Franklin Martins
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