O comportamento dos jornalistas verde-amarelos é algo espantoso. Há exceções, felizmente. A larga maioria curva-se, porém, à vontade do patrão com a mesura do sabujo. Ou do jagunço? Ou do escravo? Pergunto aos meus botões, não sei se perplexos ou conformados, que vai entre o fígado e a alma de Lílian Cristofoletti, da Folha, de Paulo Baraldi, do Estadão, de Tatiana Farah, de O Globo, de André Guilhermo, da Jovem Pan: gravaram a conversa do delegado Bruno nas cercanias do prédio da PF na Lapa de Baixo. Ele recomendava, vésperas da eleição de 1º de outubro: “estas fotos tem de aparecer esta noite no Jornal Nacional. Não se preocupem, aos meus superiores direi que vocês roubaram de mim”. As fotos do dinheiro. Os repórteres entregaram as gravações aos seus chefes, que cuidaram de lhes dar sumiço. Será que a rapaziada acima sofreu com o assalto à verdade factual? Escrevia Hannah Arendt: omitida, soçobra igual a barco furado, nunca mais será recuperada. Preces de agradecimento ao Altíssimo, por existirem CartaCapital e os poucos que deram repercussão à reportagem desta edição, da lavra impecável de Raimundo Pereira. E que sentimentos experimentaram os jornalistas graúdos, premiados com salários que muitos, excepcionais jornalistas europeus sequer sonham, donos de retumbantes colunas, diante de tamanha traição aos ideais e às responsabilidades da profissão? Será que o receio de perder salários imponentes, ou mesmo miúdos, está na origem da submissão? Hannah Arendt também escreveu: “Não há esperança de sobrevivência humana sem homens dispostos a dizer o que acontece, e que acontece porque é”.
fonte: blog no Mino Carta
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