27 novembro, 2006

Vermelhou o curral


Para a América Latina o século XXI se iniciou vermelho, o ambiente político e social no continente acirrou conflitos de classe e a lunta anti-imperialista, e, por mais que alguns analistas políticos tentem explicar a situação de cada país isoladamente, afirmando que não há um movimento de esquerda trasnacionalizado, o aumento de conflitos e governos populares parece apontar para um outro caminho. As eleições de Chaves na Venezuela, Lula no Brasil, Evo Morales na Bolívia, Daniel Ortega na Nicarágua e Rafael Correa no Equador, e a ainda a situação incerta no México, deve estar preocupando muito o Departamento de Estado dos EUA.

Desde a guerra-fria não se via uma situação tão ameaçadora aos interesses norte americanos em seu quintal, naquela época temia-se o efeito dominó através do qual todas as nações cairiam nas “garras” do socialismo a partir de uma primeira revolução, a reação foi uma seqüencia de golpes militares coordenados pelos EUA que durou até a década de 1980.

Para Osvaldo Coggiola, professor de História da USP, os países da América Latina se beneficiam da política militar do Partido Republicano de Bush, que prioriza demasiadamente o “eixo do mal” e o Oriente Médio, deixando o seu quintal desguarnecido, as dificuldades em angariar apoios diplomáticos para o que se convencionou chamar de “guerra ao terror” dificultaria uma atuação mais efetiva contra as forças anti-imperialistas abaixo do Golfo do México, consideradas de menor urgência.

No entanto, as derrotas diplomáticas e militares dos EUA, e a conjuntura geopolítica e econômica desfavorável, pode levá-los a uma atuação política mais agressiva na América Latina, no sentido de conquistar um mercado consumidor cativo, a exemplo do México.

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