13 dezembro, 2006

Inimigo muito respeitável também se foi (blog Aldeia Giramundo)


Morreu em novembro o economista Milton Friedman. Apesar de discordar de quase todas as suas idéias, é bom estudá-lo. No mínimo para sabermos contra que lutar. Friedman nasceu na Ucrânia em 1912 e passou 60 anos de sua vida lecionando na Universidade de Chicago ( por onde passaram Pedro Malan, Armínio Fraga e tantos outros economistas brasileiros). Foi o maior teórico das políticas neoliberais. Em 1962, lançou seu livro mais importante: Capitalismo e Liberdade. Nele, as idéias de abertura comercial irrestrita, privatização da economia e a busca de um Estado Mínimo aparecem com clareza. Friedman, adaptou as teses liberais do final do século XVIII ao contexto da Guerra Fria. Exemplo: Adam Smith escreveu um capítulo em "A riqueza das nações" sobre a cobrança de tarifas particulares em estradas de carga e Friedman sobre a cobrança de pedágio em rodovias privatizadas. Foi consultor dos já falecidos (felizmente) Nixon, Reagan e Pinochet. Ditou as políticas neoliberais do Reino Unido de Margareth Tatcher. Arquitetou o "Consenso de Washington" de 1989, documento que afirmava que só havia uma possibilidade para o desenvolvimento das nações: a cartilha neoliberal. Abriu espaço para que pseudo- cientistas sociais como Fukuyma enxergassem na ruína socialista e no predomínio neoliberal o "fim da história". Em 1976, ano em que o Palmeiras foi campeão paulista, Friedman recebeu o Nobel da Economia. Minhas condolências ao senhor Friedman. ( o mesmo não devem achar os milhares de torturados pelas políticas neoliberais que grassaram pelo mundo).

Nenhum comentário: