25 janeiro, 2007

A volta do mundo bipolar, por Yan Cattani

O fato de Chávez estar provando que não é mais um líder populista está esquentando o mundo. O rótulo se deve aos políticos que no passado criavam melhorias sutis para a massa miserável em troca de reconhecimento nacional sufuciente para manter sua hegemonia no poder. Eram os revolucionários-conservadores, como Vargas e Allende que se transformaram em Morales, Chávez, Correa (pelo menos em seu discurso), e ainda há quem o diga em da Silva.

Em um estado e país no qual o neo-liberalismo é defendido com unhas e dentes, não podemos deixar de perceber que o populismo sempre é enfatizado e aplicado com um certo tom pejorativo. Se Chávez é ou não populista, foi ele quem foi eleito pela maioria do povo venezuelano e por essa maioria deverá trabalhar. Pelo menos teoricamente, é claro.

Se os venezuelanos pela terceira vez elegeram Hugo Chávez, devemos respeitar a legitimidade de sua posição de presidente e seus atos, pois isso é democracia. Se no mundo é possível existir uma nação socialista, somente o tempo irá dizer, mas que Chávez não fique no mesmo rol de genocidas como Josef Stálin, Mao Tsé Tung, Ho Chi Min, entre outros, que implantaram o socialismo a qualquer custo. Se for para o bem da população, que seja então inplantado. E que evolua para o comunismo, que é muito bonito em tese, mas que jamais conseguiu ser realizado na prática, sonho de Marx, Engels, Lênin, Luís Carlos Prestes, Olga Benário entre outros, que passaram suas vidas tentando combater toda a desigualdade e corrupção existente no mundo em prol do mais marginalizados pela sociedade capitalista. O mundo bipolar está querendo voltar à tona, mas que dessa vez seja sem um muro de Berlim.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei do texto, somente não gostei que tenha incluido Allende entre os populistas, caiu na mesma armadilha dos que chamam Chaves e Morales por esta alcunha.