04 fevereiro, 2007

Mensagem ao PT

O documento "Mensagem ao PT", elaborado pelo ministro das relações institucionais, Tarso Genro, destina-se aos debates do III Congresso do PT e conta com apoio de lideranças como Paulo Vanuchi, atual ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos; Miguel Rosseto, ex-ministro da Reforma Agrária; Gabriel Cohn, professor da USP; a filósofa Marilena Chauí e o deputado José Eduardo Cardoso (PT-SP).

Promete colocar fogo na discussão, principalmente ao propor, abertamente, a substituição dos atuais dirigentes - e do próprio grupo majoritário - do partido.

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11. A necessidade de reconstruir e assim refundar o Partido dos Trabalhadores é uma aspiração da nossa base militante. É exigência de uma crise interna, que se tornou pública durante o Governo Lula. É também impulsionada pela falência das experiências gestadas no século passado, em nome do socialismo e da social-democracia. Origina-se igualmente também da imposição de novas formas de exploração e alienação advindas da terceira revolução industrial capitalista, cujas conquistas científicas e culturais devem ser apropriadas por toda a humanidade. Como partido de esquerda socialista, o PT, embora projeto original forjado pelas lutas dos trabalhadores brasileiros e por lideranças de amplos setores da sociedade, foi também atingido pela crise de projetos da esquerda mundial.

12. O PT viveu uma crise de corrupção programática e ética, não apenas conjuntural e não apenas decorrente de desvios comportamentais ou de pequenos abusos de poder e de confiança. Decorreu de concepções equivocadas na condução de distintas estratégias eleitorais, do distanciamento das organizações de base e do mundo do trabalho, e de um crescente desinteresse pela utopia socialista. A superação dessa crise profunda não envolve apenas mudanças na direção e na política. Exige revolucionar a estrutura de organização partidária e reencontrar sua identidade programática. Exige restabelecer a ligação vital do Partido com os movimentos sociais, com os sindicatos, cooperativas e associações de trabalhadores, hoje fragilizada pela insuficiente presença dos seus representantes nas instâncias de direção e de base do Partido. Para superar essa crise deve ser devolvido o poder de decisão dentro do Partido aos militantes de base, que, em sua maioria, representam essas lutas.

13. É preciso, além disso, instituir no Partido uma sustentação financeira transparente e controlada pelos petistas, que dependa, predominantemente, de suas próprias contribuições. É preciso repudiar a eternização das “profissionalizações”, que transformam militantes profissionais em integrantes conservadores do aparato partidário cuja preocupação passa a ser a sobrevivência no próprio aparato.
(..)"

2 comentários:

Daniel Lopes Martin Almeida disse...

Creio que a intensa relação com os movimentos sociais, diminuam as incoerências existentes no PT.
Se o PT estivesse intrinsecamente ligado aos movimentos, a reforma agrária teria se consumado, p.ex.. Por seu turno, os movimentos sociais também devem ser instrumentos de pressão; o simples fato de termos companheiros lá, não significa que estará consumada. Há mea culpa.

A palavra é refundação, embora não haja quase nada de novo, isto é, pede-se que os antigos compromissos e práticas voltem a ser afirmados e efetivados.

Também vejo necessidade de pontuar o caminho, mesmo que genericamente, a ser percorrido para se chegar ao socialismo.

Reitero: a Refundação se inicia com íntima relação com as bases e os movimentos. O poder é "gostosinho" e quem não deve satisfação às bases e aos movimentos sociais, facilmente irá se corromper.

Ainda acredito no PT!!!

Anônimo disse...

Essa é a famigerada "Mensagem Secreta de Tarso Genro ao III Congresso do PT".

Esse cara pensa que é o Kruchev?