Com o fim da URSS e a queda do muro de Berlim, os partidos comunistas de todo o planeta enfrentaram crises existenciais.
Colocaram em discussão o futuro do socialismo - se é que havia algum futuro para o socialismo.
Trataram de questões organizativas e fizeram a opção pela luta política tradicional, através das eleições, buscando conquistar cargos parlamentares e participar dos diversos governos.
Embora alguns mantivessem o horizonte revolucionário, a grande maioria mudou o nome do partido, o programa político, renegaram o passado. Depois de uma maquiagem social-democrata, tornaram-se partidos da ordem.
No Brasil exageraram. O antigo PCB, liderado por Roberto Freire, virou PPS. Não apenas deixou de ser marxista, como deixou de ser esquerda e foi direto para o colo da direita, sem parada no centro, como é de praxe.
Roberto Freire foi líder do governo Itamar Franco, participando da segunda onda neoliberal, a "moderada". Depois, o PPS se tornou apêndice do PSDB, sustentando durante uma década o governo de FHC. Privatizaram até a mãe.
Quando Lula foi eleito, o PPS foi para a oposição. Afinal de contas, não pega bem participar de governos de esquerda. Mesmo que sejam governos ambíguos.
Ajudaram a tramar o impeachment de Lula, que não deu certo. Ora, se esse pessoal não conseguia preparar um golpe "bem dado" quando estavam na esquerda, seriam capazes de fazê-lo na direita?
Agora, o PPS foi para o fundo do poço de vez.
A dançarina e atriz pornô Gretchen, a rainha do rebolado, abandonou sua carreira "artística" e filiou-se ao PPS, para se dedicar à política.
Uma precipitação. Quem disse que há incompatibilidade entre sua carreira "artística" e a "política"? Eu diria até que são complementares.
Gretchen, a mais nova "aquisição" do PPS, quer fazer diferença. Pediu ao presidente da sigla, Raul Jungmann, um "professor" de política. Afinal de contas, não quer ser apenas mais um rostinho bonito. No caso, um rabo bonito.
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Um comentário:
Um trecho da entrevista de Gretchen para a jornalista Mõnica Bérgamo, da Folha de São Paulo:
"- A senhora está se filiando a um partido socialista. Que pensadores mais admira?
Então... Inclusive, eu pedi para o deputado Raul Jungmann que colocasse, à minha disposição, um professor de política. Porque eu não quero ser bonitinha burra. Por isso, nesse momento, eu não posso te dar essa resposta. Mas acredito que, daqui a um mês, você pode me perguntar isso de novo que eu vou te responder.
- Por que escolheu o PPS?
Eu já tinha praticamente fechado com outro partido, mas, depois que eu assisti à propaganda política deles, eu me encantei pelo projeto. Vi a Denise Frossard falando. Admiro muito ela, que é uma mulher como eu: batalhadora.
- E o presidente Lula?
- Houve aquela decepção em relação a tudo que aconteceu, mas já está comprovado que ele não sabia de nada. Então estou esperando agora esse novo ano, né?
- E o caixa dois das campanhas?
Eu não penso em comprar nenhum voto, começa daí. A partir do momento em que você não pensa em comprar voto, e só pensa em fazer o bem pela cidade, as coisas acontecem naturalmente.
- Um leitor que leu a notícia de sua filiação num blog afirmou que agora o PPS será assumidamente só de bundões.
- Isso não me atinge [risos]. Acho que todo mundo é livre para falar o que quer."
Sem mais comentários.
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