Congresso do PT no Rio Grande do Sul aprovou resolução sobre a crise ética e política que atingiu o PT em 2005, condenando "a prática de instrumentalização e aparelhamento para o crescimento de grupos partidários, especialmente o ex-Campo Majoritário". Resolução defende apuração das responsabilidades relativas à crise.
Os representantes do ex-Campo Majoritário também saíram derrotados na eleição dos delegados para o congresso nacional do partido, que será realizado de 31 de agosto a 2 de setembro. Somadas, as chapas de oposição à atual direção nacional fizeram 73% dos votos, elegendo a maioria dos delegados. A Mensagem ao Partido fez 44% dos votos (25 delegados). A chapa apoiada por Articulação de Esquerda e Movimento PT fez 20% (12 delegados) e o grupo ligado ao deputado estadual Fabiano Pereira somou 6% dos votos (4 delegados). Já a chapa da Unidade na Luta fez 27% dos votos, elegendo 17 delegados.
A seguir, trecho da resolução sobre a crise política, aprovada no congresso do PT gaúcho:
"A crise do PT de 2005/2006 tem origem na predominância dentro do PT, imposto por uma maioria nacional, de uma estratégia de centro-esquerda que gradativamente submeteu o PT a uma lógica eleitoral, de diluição programática e afastamento de sua base social. Esta estratégia diminui a potência orgânica do Partido e trouxe a tona necessidades estranhas a nossa história. Como a constituição de alianças anti-programáticas, a produção de campanhas milionárias e o estabelecimento de acordos nefastos.
O III Congresso do PT considera que a prática de instrumentalização e o aparelhamento para o crescimento e fortalecimento de grupos partidários, especialmente o então Ex-Campo Majoritário, é a principal responsável pela grave crise política vivida por nosso partido e governo bem como, afirmar que o episódio do dossiê e os precedentes não constituem um problema estritamente ético, mas, que são a manifestação mais aparente das conseqüências nefastas de uma concepção política equivocada, que abandona objetivos estratégicos em nome de objetivos imediatos, que confunde política de alianças com a promiscuidade com setores da burguesia. (...)"
Assinam a resolução as chapas “A Esperança é Vermelha”, “Mensagem ao Partido” e “Por Todas as Lutas e Por Todos os Sonhos”.
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