Um ciclo vicioso acompanha as adolescentes de baixa renda que engravidam. Grande parte delas tem baixo nível de escolaridade, não trabalha e não tem projeto de vida. Com a gestação, as oportunidades ficam ainda mais distantes e o quadro tende a permanecer o mesmo. É o que mostram estudos realizados por médicos e pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB). Além de traçar o perfil da mãe adolescente no Distrito Federal, o trabalho realizado entre 2005 e 2006 pelo Ambulatório de Crescimento e Desenvolvimento do Hospital Universitário de Brasília (HUB) compara a realidade de 69 jovens de até 19 anos de idade com 80 mães acima dos 20 anos.
O fato que mais chamou a atenção dos pesquisadores foi a ausência de perspectivas das mães adolescentes. De acordo com a coordenadora do ambulatório, Marilucia Picanço, 67,5% delas disseram não ter nenhum projeto de vida, como estudos, carreira ou casamento.
O fato que mais chamou a atenção dos pesquisadores foi a ausência de perspectivas das mães adolescentes. De acordo com a coordenadora do ambulatório, Marilucia Picanço, 67,5% delas disseram não ter nenhum projeto de vida, como estudos, carreira ou casamento.
Se os planos são poucos, a situação em relação à educação, que poderia dar a elas uma vida melhor, também não muda muito. Cerca de 37,5% das adolescentes acompanhadas pelos médicos não chegaram a completar o ensino fundamental e apenas 17% terminaram o ensino médio. Entre as mães adultas, a situação encontrada foi bem diferente: 66% têm o diploma do ensino médio e apenas 18,3% não concluíram o fundamental. Um estudo anterior da mesma equipe mostrou que mais da metade das jovens que estudavam largaram a escola durante a gestação e menos de 40% retornaram à escola após o nascimento do bebê.
Os pesquisadores verificaram ainda que 20% das adolescentes trabalhavam, enquanto quase a metade das mães com mais de 20 anos tinha emprego. Sem poder contar com uma renda fixa, 12,5% das adolescentes ainda não recebiam apoio financeiro do pai da criança. Nesses casos, quem assume a responsabilidade são os pais da adolescente, explica Marilucia.
Os pesquisadores verificaram ainda que 20% das adolescentes trabalhavam, enquanto quase a metade das mães com mais de 20 anos tinha emprego. Sem poder contar com uma renda fixa, 12,5% das adolescentes ainda não recebiam apoio financeiro do pai da criança. Nesses casos, quem assume a responsabilidade são os pais da adolescente, explica Marilucia.
Fonte: UnB Agência
Um comentário:
e ter um filho não seria um projeto de vida para quem sabem que não há empregos ou escola?
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