O IBGE divulgou na sexta-feira a “Síntese dos Indicadores Sociais 2007- Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira”.
Embora os jornais de sábado tenham dado pouco destaque ao estudo e optaram, como de hábito, por valorizar dados negativos, como o de que a taxa de analfabetismo no Brasil é maior do que a média da América Latina, o estudo revela um conjunto de indicados sociais bastante positivos.
Na área da educação, por exemplo, mostra que, de 1996 a 2006, as taxas brutas de freqüência à escola de alguns segmentos etários apresentaram crescimento relativo muito significativo. Para as crianças de 0 a 3 anos de idade, os percentuais dobraram nesse período, de 7,4% para 15,5%. Na faixa seguinte, de 4 a 6 anos, as taxas passaram de 53,8% para 76,0%, um aumento de mais de 40%. Além disso, a defasagem dos alunos do ensino fundamental cai 41,6% em dez anos.
No Brasil, o analfabetismo atinge 14,4 milhões de pessoas com 15 anos ou mais e está concentrado nas camadas mais pobres, nas áreas rurais, especialmente do Nordeste, entre os mais idosos, de cor preta e parda. Ao mesmo tempo, entre 1996 e 2006, o percentual de jovens de 15 a 24 anos analfabetos reduziu-se bastante, chegando a 5,8%.
Embora ainda seja baixa, a média de anos de estudo da população vem melhorando ano a ano. De 1996 para 2006, essa média passou de 5,7 para 7,2 anos de estudo para as pessoas com 15 anos ou mais de idade.
A pesquisa do IBGE revelou, também que em dez anos, o número de crianças trabalhando, na faixa de 10 a 15 anos, caiu de 3,6 milhões para 2,5 milhões. Entretanto, a pesquisa encontrou 235 mil crianças de 10 a 17 que declararam trabalhar em vias públicas. No outro extremo da população, entre os 19 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, 14,6 milhões (76,6%) eram beneficiárias da Previdência.
A taxa de mortalidade infantil no Brasil continua em declínio, passando de 36,9‰ para 25,1‰, entre 1996 e 2006. A melhoria das condições de habitação, particularmente o aumento relativo do número de domicílios com saneamento básico adequado, vem contribuindo para reduzir as mortes infantis.
Em 2006, 61,5% dos domicílios urbanos brasileiros tinham saneamento adequado ou completo, com serviços simultâneos de abastecimento de água por rede geral com canalização interna, ligados à rede geral de esgotamento sanitário e/ou rede pluvial, e com serviço de coleta de lixo diretamente no domicílio.
Os dados da pesquisa, pela sua amplitude, merecem uma análise cuidadosa. Embora eles apontem que ainda temos graves problemas a superar, como o do elevado índice de analfabetismo, é inegável que o quadro revelado pelo estudo mostra um Brasil melhor do que há dez anos atrás, em vários indicadores sociais. Isso é inquestionável.
Fonte: Blog do Zé Dirceu
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