A mídia anda infestada de uma praga, gerada e disseminada na internet, aparentemente imune aos defensivos tradicionais. São parasitas oportunistas que grudam na casca dos órgãos de imprensa, se alimentam do noticiário e inoculam na opinião pública interpretações de encomenda, invariavelmente calcadas na matriz ideológica que define o núcleo editorial da mídia a que se incorporam. Sua forma mais comum de apresentação é o blog, mas também encarnam em colunas e artigos e, eventualmente, se combinam entre essas variadas formas e a correspondência por e-mail ou através dos comentários ao pé de conteúdos jornalísticos.
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Nossa jovem democracia é um desses ambientes vulneráveis, onde a ética – que tem no sistema imunológico sua melhor metáfora – não encontra nas instituições públicas e nas entidades privadas de interesse público, como a imprensa, suas melhores referências. Esses parasitas atuam no organismo social sempre no limite da responsabilidade. Nesse sentido, pode-se até dizer que têm uma faceta benigna, por constituirem uma espécie de prova de resistência das defesas democráticas.
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Também existem os googlectuais de "esquerda", reconhecíveis pela linguagem viciada e por certo messianismo na repetição de mantras libertários. Igualmente autoritários, estes, porém, têm o discurso diluído no infinito horizonte do inconformismo sem esperança de conciliação com a realidade.
Artigo de Luciano Martins Costa, publicado em Observatório da Imprensa
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