O texto abaixo foi extraído do The New York Times e publicado no portal Vermelho.org, é importantíssimo para refletirmos sobre o momento macroeconômico em que vivemos, muitas vezes nos entusiasmamos com o discurso econômico anti-EUA e nos esquecemos que a alternativa chinesa é capitalista da mesma forma.
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(...) como Lula intuiu com seu pragmatismo astuto - quem mais é amigo tanto de Chávez quanto do presidente Bush? - a maré está fluindo na direção de seu país. O futuro do Brasil é agora. Há cinco motivos: terras, matérias-primas, energia, meio ambiente e a China.
(...)
Como Reid escreve: "Se a China se transformou na fábrica do mundo e a Índia o seu departamento administrativo, o Brasil é sua fazenda - e potencialmente seu centro de serviços ambientais."
A liderança do Brasil em combustíveis não-fósseis e a biodiversidade sem paralelo de sua floresta Amazônica tornam o país em um líder natural na luta do século 21 contra o aquecimento global.
Nada do que foi dito acima seria significativo se o Brasil fosse instável. Mas como grande parte do continente, ele se tornou mais previsível. A China percebeu isso e está rapidamente desenvolvendo suas relações comerciais com o Brasil e outros países latino-americanos. Os Estados Unidos também têm buscado uma série de acordos de livre comércio, com resultados desiguais.
Mas no geral o continente foi deixado com um sentimento de negligência por parte dos Estados Unidos, aprofundado pela promessa pré-11 de Setembro de Bush de um novo foco que refletiria a presença de mais de 40 milhões de latinos nos Estados Unidos. O próximo presidente deve tornar tal foco no sul uma prioridade, com o Brasil como pivô para um maior engajamento.
A transformação da América Latina nas últimas décadas foi subestimada. Ela foi política e econômica, mas também cultural. Os profundos preconceitos contra as populações indígenas, mestiças e mulatas foram confrontados e, se não vencidos, ao menos minados. Em termos históricos, este tem sido um momento de maior poder para aqueles com pele escura.
As Américas estão mudando e, apesar da retórica antiianque de Chávez, se tornando, passo a passo, mais integradas.
A liderança do Brasil em combustíveis não-fósseis e a biodiversidade sem paralelo de sua floresta Amazônica tornam o país em um líder natural na luta do século 21 contra o aquecimento global.
Nada do que foi dito acima seria significativo se o Brasil fosse instável. Mas como grande parte do continente, ele se tornou mais previsível. A China percebeu isso e está rapidamente desenvolvendo suas relações comerciais com o Brasil e outros países latino-americanos. Os Estados Unidos também têm buscado uma série de acordos de livre comércio, com resultados desiguais.
Mas no geral o continente foi deixado com um sentimento de negligência por parte dos Estados Unidos, aprofundado pela promessa pré-11 de Setembro de Bush de um novo foco que refletiria a presença de mais de 40 milhões de latinos nos Estados Unidos. O próximo presidente deve tornar tal foco no sul uma prioridade, com o Brasil como pivô para um maior engajamento.
A transformação da América Latina nas últimas décadas foi subestimada. Ela foi política e econômica, mas também cultural. Os profundos preconceitos contra as populações indígenas, mestiças e mulatas foram confrontados e, se não vencidos, ao menos minados. Em termos históricos, este tem sido um momento de maior poder para aqueles com pele escura.
As Américas estão mudando e, apesar da retórica antiianque de Chávez, se tornando, passo a passo, mais integradas.
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A cada dia me surpreendo mais com a mesquinhez do pensamento da elite brasileira, ela não conseguiu ver que os EUA são um a potência em decadência, e que o atrelamento da economia brasileira aos interesses de Washington só poderia ter dado no que deu - o fracasso FHC. Por outro lado, Lula desfruta de uma inabalável popularidade porque fez aquilo que os economistas tinham medo, mudou o rumo da economia, a nossa dificuldade agora é não deixar que este consenso lulista seja um limite para a esquerda. O que sustenta o crescimento chinês é a exploração de uma mão de obra muito barata, talvez, comparável com mão de obra inglesa do século XIX. Estamos melhor do lado da China mas ela não é um exemplo a ser seguido.
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