A eleição no DN/PT da sua Comissão Executiva suscitou numa série de interpretações, na imprensa, não só originária de jornalistas que acompanham a vida interna do PT, com uma boa vontade conhecida de todos nós, bem como por parte de dirigentes que não lograram obter a aceitação da maioria eventual dos membros do DN, para as suas pretensões naquele organismo partidário. Como fui mencionado faço algumas ponderações e esclarecimentos.
Desde a sua primeira aparição pública o grupo político “Mensagem ao Partido” vem se colocando como uma força política interna (PT-ms) que defende a composição de um novo grupo dirigente para o PT. Um novo grupo acordado em torno de uma plataforma de renovação dos métodos de direção, recomposição da densidade ética do PT, defesa da transição (já iniciada) para um modelo de crescimento econômico, distribuição de renda e radicalização da democracia.
Na nossa trajetória de negociação interna jamais fizemos constar nenhuma alusão pessoal a qualquer personalidade partidária – para desqualificá-la ou endeusá-la – limitando a nossa postura (no que se refere aos conhecidos eventos que causaram as CPIs e os processos criminais em curso) a atacar as causas que proporcionaram erros políticos e eventuais ilegalidades que estão sendo avaliados pela Justiça, através da proposição de um abrangente e efetivo Código de Ética.
De outra parte, não nos movemos, em nenhum momento, para “queimar” ou desqualificar qualquer quadro do PT, de porte nacional, que eventualmente possa ser indicado para concorrer à Presidência da República, mesmo porque em nenhum momento tratamos desse assunto. Da minha parte, por exemplo, ao lado de outras referências nossas, entendo que o nome da companheira Marta Suplicy não pode deixar de ser considerado para qualquer candidatura relevante, no momento apropriado.
No que se refere à formação de blocos internos ao DN, se depender de minha opinião, vamos dialogar com todas as tendências e posições internas ao PT, para compor resoluções e ações políticas que renovem a vida partidária, sem qualquer tipo de formação de bloco. Resoluções que reformem os nossos métodos de luta interna, desbloqueiem as relações entre as tendências e movimentos, “federalizem” a produção de políticas partidárias, que está excessivamente centrada em São Paulo. Posições que dêem sustentação, com autonomia, ao governo do Presidente Lula, que está mudando a fisionomia social e política da nação e potencializem a base partidária para a sua defesa.
O método que adotamos para que o companheiro José Eduardo assumisse a condição de Secretário-Geral do PT e o companheiro Joaquim Soriano a de Secretário de Formação, na atual gestão, foi o diálogo em torno de dois pontos-chaves para uma plataforma mínima: aprovação do código de ética até julho deste ano e não formação de maiorias automáticas, buscando acordos para promover um programa de profunda renovação partidária. Na minha opinião o programa de renovação deve estar contido na seguinte agenda interna: a) alianças em 2008 com base numa Frente de Esquerda, ampliando em direção ao centro democrático em cada região, de acordo com suas condições específicas; b) reorganização interna do PT para qualificar seus métodos de direção e aprovação do Código de Ética; c) o Brasil pós segundo governo Lula.
A Mensagem não vai fazer nenhum alinhamento automático e convida todos os companheiros do DN a fazer o mesmo. O primeiro momento desta construção é o conteúdo do Código de Ética que deverá presidir nosso comportamento, nas relações internas e nas questões de financiamento eleitoral já no pleito de 2008.
O presidente eleito Ricardo Berzoini tem toda legitimidade política para dirigir o partido, originária da sua vitória inquestionável nas eleições do PED/2007. Impulsionar seu mandato para o cumprimento acordado de um programa mínimo de mudanças políticas e éticas é preparar o PT para aumentar a sua relevância, juntamente com os demais partidos de esquerda, na revolução democrática em curso, iniciada pelos governos do Presidente Lula.
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