01 abril, 2008

Dossiê ou banco de dados?

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) divulgou nesta terça-feira, na CPMI dos Cartões Corporativos, um ofício da Casa Civil informando sobre a existência do banco de dados em resposta ao requerimento do líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), em que solicitou informações sobre gastos efetuados por dois ex-ministros da Casa Civil do governo Fernando Henrique Cardoso, Clóvis Carvalho e Pedro Parente, no período de 1999 a 2002.

O requerimento 429/2005, apresentado pelo líder tucano em 9 de setembro de 2005, comprova, segundo Teixeira, que a oposição sabia, há três anos, da existência do banco de dados, colocando por terra a suposição de que seria o próprio governo o autor de um dossiê contra a oposição. “A resposta dada ao senador confirma que a Casa Civil estava organizando um banco de dados. Existe um banco de dados e ele é público. Portanto, não aceitamos a suposição de que o governo teria construído um dossiê”, afirmou o petista.

De qualquer forma, o episódio evidencia um cenário cada vez mais comum.

A oposição, liderada por PSDB-DEM, usando uma notícia divulgada pela revista Veja, conseguiu impor uma "crise" ao governo federal. Esse, de forma confusa, parecendo não acreditar em seus próprios assessores, negou a existência do tal "dossiê", depois admitiu a existência de um banco de dados. O levantamento teria sido feito a pedido do TCU que, depois, disse que não era bem assim.

Em resumo: vivemos a era da ficção política. É claro que o governo federal dispões dos dados relativos aos gastos dos governos anteriores. É possível, e até mesmo bastante provável, que tais dados, periodicamente, sejam passíveis de levantamento, para alimentar bases de dados informatizadas.

Agora, dizer que um "aloprado" petista teria repassado tais dados para a revista Veja, praticamente o órgão oficial do tucanato, que faz oposição sistemática e virulenta ao governo, não faz o menor sentido. Até mesmo porque o "dossiê", a princípio, não apresenta qualquer informação "comprometedora".

Portanto, qual a chantagem à oposição? Um "dossiê" sem informações? E o que ganharia o "aloprado" ao repassar, para a principal publicação adversária do governo, um documento que não traz nada de novo e ainda causa embaraços à ministra Dilma Roussef?

A resposta só pode ser uma. A oposição, incrédula diante dos índices de aprovação do presidente Lula, sem qualquer alternativa de projeto para o país, e com seus expoentes regionais (Cesar Maia e Serra, v.g.) enfrentando dificuldades "caseiras", precisa, a qualquer custo, desgastar o governo federal, mesmo que fabricando crises, sempre "nunca dantes vistas"...

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