09 maio, 2008

A ética de Carlos Alberto "Opus Dei" Di Franco


Dois artigos, dois caras de pau. Carlos Alberto Sardenberg e o representando máximo do Opus Deis no Brasil, Carlos Alberto Di Franco. O artigo do Sardenberg é um amontoado de abobrinhas. Começa citando Churchill, conforme o gosto chique da direita tupi. Esses caras nunca irão citar Vargas. Mas o artigo do Sardenberg não tem força. Ele mesmo sinaliza isso ao encerrar assim: "pode parecer bobeira, mas a falta de regulamentação leva aos abusos que se têm visto". Que lindo. O cujo não lembrou que antigamente os gastos públicos simplesmente não tinham nem regulamentação nem transparência nem nada. Os comentários que ele faz à questão do sigilo dos gastos presidenciais apenas servem à estratégia da oposição, de bater no Lula. Os gastos da presidência são sigilosos desde há muito. Por que agora, com Lula, querem tirar o sigilo?
Aí vamos para o artigo do Di Franco, esse sim um primor de hipocrisia. Defensor-mor do papa, porque não pede ele para o chefe do vaticano divulgar seus gastos na internet? Medo de que descubramos artigos pornográficos entre eles? O engraçado é que essa turma se tornou, subitamente, fanática por transparência total e especialista em segurança de chefes de estado. O título do artigo de Di Franco não podia ser mais capcioso: Farra sob o sigilo. Quem é ele para rasgar a mais básica premissa de presunção de inocência e, na página de opinião de um dos maiores jornais do país, acusar sem provas a presidência de fazer farra com dinheiro público? Por acaso, antes de Lula, havia alguma transparência? O sigilo de chefes de Estado é uma exceção brasileira ou uma prática comum em chefes de Estado em todo mundo? Apuraram isso? A gente sabe a marca do vinho que o Sarcozy toma ou se ele comprar carne irlandesa, brasileira ou argentina? Está lá na internet? O sigilo não existia para FHC? Quem implantou o Portal da Transparência? Foi o governo Lula, a partir de novembro de 2004. Quem passou a usar o cartão corporativo, que permite a fiscalização dos gastos? O governo Lula, a partir do primeiro ano de seu governo. Sempre é bom lembrar que o volume de gastos dos funcionários do governo federal caiu de mais de R$ 220 milhões nos últimos dois anos do governo FHC (ou seja, em ano de campanha eleitoral, os gastos eram altos e não havia transparência. Isso não é prova de mensalão? Ah, se fosse o PT) para menos de R$ 150 milhões por ano no governo Lula.

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