Os propagandistas de Gilberto Kassab tentam esvaziar os debates sobre a sucessão paulistana, alimentando a histeria antipetista e evitando temas incômodos. Mas a possível reeleição do prefeito acarretará conseqüências gravíssimas, que precisam ser denunciadas enquanto alguma reviravolta ainda parece viável.
Kassab é instrumento de um golpe eleitoral engendrado por José Serra. Em apenas dois anos, o governador apoderou-se de duas gigantescas máquinas administrativas, povoando-as de correligionários comprometidos com seu projeto presidencial. E esse delírio hegemônico, realizado com a truculência característica do personagem, tende a perpetuar-se para além de 2010.
Alguém ponderará que a manobra tem respaldo popular. Mentira: Serra está enganando os eleitores. Primeiro renunciou à Prefeitura, rompendo compromisso de campanha. Depois “permitiu” que seus protegidos tucanos trabalhassem para uma candidatura adversária. Agora, alia-se a inimigos históricos do próprio PSDB.
Cabe lembrar que o partido surgiu como repúdio à ascensão do quercismo, e desde sempre combateu os disparates malufistas. Seria inimaginável, por exemplo, ver Mário Covas ou Franco Montoro enlameados com Paulo Maluf, Celso Pitta e Orestes Quércia por simples conveniência eleitoral. A ressurreição desses entulhos políticos destrói a coerência programática e a identidade partidária que mal sobreviviam no PSDB.
Mas os neokassabistas não estão acostumados sequer à companhia do antigo PFL. Os militantes do PPS de Soninha Francine engasgam em malabarismos retóricos para explicar que o DEM, a Arena da ditadura, o PFL de ACM, transformou-se em direita ilustrada, dirigida por liberais honestos como Jorge Bornhausen e César Maia. O mesmo constrangimento leva à defesa da medíocre administração Kassab.
Aqueles que denunciaram a “ruína ética” do PT usam-na agora como justificativa para a própria desmoralização. Revitalizando a hipocrisia revanchista do movimento Cansei, querem substituir mensaleiros por reacionários usurpadores. Falso dilema. Não é necessário ser petista, aloprado ou barbudo para repelir os fantoches das hordas mais corruptas que já se locupletaram do erário paulista.
O voto anti-Marta pode ter hoje um agradável sabor de vingança contra o governo Lula e sua aprovação inédita. Mas, daqui a dois anos, o senador Quércia, a prefeita Alda e o governador Kassab darão a essa grande molecagem contornos muito sombrios.
fonte: Guilherme Scalzilli
Kassab é instrumento de um golpe eleitoral engendrado por José Serra. Em apenas dois anos, o governador apoderou-se de duas gigantescas máquinas administrativas, povoando-as de correligionários comprometidos com seu projeto presidencial. E esse delírio hegemônico, realizado com a truculência característica do personagem, tende a perpetuar-se para além de 2010.
Alguém ponderará que a manobra tem respaldo popular. Mentira: Serra está enganando os eleitores. Primeiro renunciou à Prefeitura, rompendo compromisso de campanha. Depois “permitiu” que seus protegidos tucanos trabalhassem para uma candidatura adversária. Agora, alia-se a inimigos históricos do próprio PSDB.
Cabe lembrar que o partido surgiu como repúdio à ascensão do quercismo, e desde sempre combateu os disparates malufistas. Seria inimaginável, por exemplo, ver Mário Covas ou Franco Montoro enlameados com Paulo Maluf, Celso Pitta e Orestes Quércia por simples conveniência eleitoral. A ressurreição desses entulhos políticos destrói a coerência programática e a identidade partidária que mal sobreviviam no PSDB.
Mas os neokassabistas não estão acostumados sequer à companhia do antigo PFL. Os militantes do PPS de Soninha Francine engasgam em malabarismos retóricos para explicar que o DEM, a Arena da ditadura, o PFL de ACM, transformou-se em direita ilustrada, dirigida por liberais honestos como Jorge Bornhausen e César Maia. O mesmo constrangimento leva à defesa da medíocre administração Kassab.
Aqueles que denunciaram a “ruína ética” do PT usam-na agora como justificativa para a própria desmoralização. Revitalizando a hipocrisia revanchista do movimento Cansei, querem substituir mensaleiros por reacionários usurpadores. Falso dilema. Não é necessário ser petista, aloprado ou barbudo para repelir os fantoches das hordas mais corruptas que já se locupletaram do erário paulista.
O voto anti-Marta pode ter hoje um agradável sabor de vingança contra o governo Lula e sua aprovação inédita. Mas, daqui a dois anos, o senador Quércia, a prefeita Alda e o governador Kassab darão a essa grande molecagem contornos muito sombrios.
fonte: Guilherme Scalzilli
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