A polícia de São Paulo, pelo que tudo indica, protegeu da Interpol o traficante mexicano Carlos Ruiz Santamaría, conhecido na Espanha como El Negro. Santamaría era furagido da justiça espanhola, desde sua condenação pelo envolvimento na maior rota de transporte de drogas para a Europa.
Em Abril de 2008 El Negro foi "preso" pelo Denarc (Dep. de Investigações sobre Narcóticos)portando 60 comprimidos de ecstasy e foi apresentado à justiça como Manoel Oliveira Ortiz, um mineiro de Borda da Mata.
El Negro teria dado uma de mané, ou melhor, de mané-mineiro, e na melhor das hipoteses enganou a polícia paulista.
Após nove meses de residência no CDP de Pinheiros, um policial do Deic (Del. de Investigações Criminais), que investigava lavagem de dinheiro, chegou até Manoel Ortiz e desconfiou da nacionalidade do prisioneiro, principalmente deóis de ao ouvir El Negro contar histórias sobre seu "niño".
O Deic fez o que o Denarc deveria ter feito, ou seja, investigou o caso e descobriu que Santamaría portava documentos falsos no momento de sua prisão e, em seus vários interrogatórios, o advogado teria declarado que ele só falaria na presença de um juiz.
Mesmo com a descoberta tendo sido feita pela própria polícia paulista, é muito difícil acreditar que os policiais que efetuaram a prisão foram apenas incompetentes. É difícil acreditar que o escrivão de polícia, o delegado e os carcereiros, não tenham desconfiado que sotaque não era de Minas, por outro lado, se é verdade que Santamaría permaneceu todo esse tempo completamente mudo, é ainda mais difícil acreditar que nenhum policial tenha desconfiado desse fato.
Conforme apurou o Jornal da Tarde (do último dia sete), Santamaria era sócio do traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadía.
Sua ligação com o traficante colombiano gera ainda mais desconfiança, pois, policiais de São Paulo foram acusados de colaborar com Abadia e fazer vista grossa para a sua quadrilha, que atuou livremente em São Paulo por mais dois anos. O próprio Abadía, depois de preso pela Policia Federal, afirmou que a melhor forma de acabar com o crime em São Paulo seria fechando o Denarc. Agora, a polícia de São Paulo mantém em seu poder o traficante mais procurado pela Interpol durante nove meses, seria muito otimismo acreditar que foi apenas incompetência.
El Negro, ou El minerito, como prefere a competente polícia paulista, mantinha na Espanha, uma base para distribuição de cocaína em toda a Europa, sendo ainda o responsável pela cotação do preço da droga no continente.
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