A cabeça diz-nos que não há milagres, mas o coração insiste em crer que um milagre de vez em quando, além de não alterar a ordem do mundo, viria bem como compensação das inevitáveis tristezas da vida. No fundo, queríamos acreditar que a leitura dos poemas de Benedetti, posta a correr ao redor do mundo, faria recuar a morte que ameaçava. Mario perdeu a batalha, nós, os seus amigos, os seus leitores, também. Restará a memória, restarão os livros, mas, neste momento, memória e livros quase nos parecem somenos. A dor e o desgosto não adormecerão tão cedo. Havia Mario Benedetti e deixou de haver.
José Saramago
José Saramago
Um comentário:
De fato, o mundo fica perde um humanista, como está claro no poema cometido no outro post.
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