A esquerda no Brasil é Lula. A direita é a Veja. Ideologicamente, o resto é penduricalho. A direita no Brasil vem a galope mais pela imprensa do que propriamente pelos os grupos políticos que estariam na oposição ao Lula, e a reação de esquerda se faz também nesse plano. Em outras palavras, grupos como o reunido pela Veja criam um pandemônio ideológico muito mais acirrado do que os políticos mais proeminentes do PSDB e DEM, de um lado, e do PT e aliados, de outro, poderiam querer. A classe média escolarizada tende a acompanhar muito mais a mídia do que propriamente os políticos. Estes são mais pragmáticos. Sabem que uma aposta no voto ideológico nunca é coisa boa. Mas, às vezes, se empolgam com a mídia e terminam por, também no parlamento, deixar de lado a atitude corretamente pragmática e enveredar por discursos ideológicos.
Assim, às vezes assistimos debates que já deveriam ter se encerrado há muito. Um senador do PSDB vai à tribuna para falar que Cuba é uma ditadura. Uma novidade fantástica! Depois volta para um discurso longo e inútil sobre o quanto Chávez quer escravizar o povo venezuelano, e aproveita para concluir com a bobagem de que isso seria o mesmo que Lula gostaria de realizar no Brasil. Essas análises descabeladas são frutos de ideologização em excesso. Discursos assim são anacrônicos e acabam soando mais ridículos que os do próprio Chávez, e olha lá que este é habilidoso na arte de falar asneiras.
Continua:
http://ghiraldelli.pro.br/2010/01/direita-ou-esquerda/
Um comentário:
Li essa frase no blog do Cassiano e, desde então, nada define melhor a política nacional:
A diferença entre esquerda e direita no Brasil é apenas dada pela mão que se usa para roubar.
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