22 fevereiro, 2010

Gilberto Kassado

A notícia da cassação do poste de Zé Alagão e da vice-prefeita de São Paulo merece duas considerações.

Primeiro, que os principais fornecedores do granoduto dos demotucanos de São Paulo são os suspeitos de sempre.

A indústria imobiliária e duas empreiteiras- figurinhas-carimbadas: a Camargo Corrêa, da Operação Castelo de Areia (*); e a OAS (ou “Obras do Amigo Serra”), que frequentou as páginas policiais na cratera do metrô e no desabamento da viga do Robanel dos Tunganos.

Portanto, não há o que estranhar.

A Justiça Eleitoral, que já tinha cassado vereadores paulistanos por causa das mesmas más companhias, nada mais fez do que voltar ao habitat natural dos demotucanos de São Paulo.

Uma espécie de hotel-boutique construído pela indústria imobiliária e as empreiteiras.

Outra consideração interessante é sobre a capacidade de o Zé Alagão formar equipes vencedoras.

Quando foi candidato a Presidente em 2002 – e levou a surra de 61 a 39% do Lula -, o primeiro vice que escolheu foi Henrique Eduardo Alves.

Trocou rapidinho, com a denúncia da ex-mulher de Alves: o candidato a vice-presidente da República lavava dinheiro.

Zé Alagão chamou uma deputada, Rita Camata, do numeroso colégio eleitoral do Espírito Santo.

Um gênio.

Agora, na natimorta campanha para presidente em 2010, o primeiro candidato a vice era o Arruda – com aquela frase inesquecível: vote num careca e leve dois – clique aqui para ver esse momento que Alexandre Maluf Garcia remeteu à História Republicana.

Agora se sabe que a Justiça Eleitoral considera corrupto o vice que ele levou para a Prefeitura de São Paulo.

Aquela mesma prefeitura que ele jurou governar até o fim do mandato, como disse, num debate, ao Boris CCasoy.

E tem mais.

Quando foi senador, o suplente de Zé Alagão era o empresário Pedro Piva.

Piva exerceu praticamente todo o mandato, porque Zé Alagão ajudou Fernando Henrique a planejar o governo catastrófico que levou o Brasil três vezes ao FMI, de joelhos.

O amigo navegante sabe o que Piva fez no Senado ?

O eleitor paulista que votou em Serra sabe o que Piva fez no Senado ?

Não sabe, porque não fez nada.

Serra é um dedo podre contumaz.

Por que será ?

É coincidência ?

Não.

É o resultado de uma personalidade insegura, sitiada pelos próprios fantasmas, provavelmente bi-polar, que tem medo de segundos fortes.

Ou porque é politicamente incapaz de formar alianças sólidas, de nomes de relevo.

Como disse o Oráculo de Delfos, que previu que Serra não será candidato a Presidente.

Serra é um dedo podre tão consistente que se fosse – fosse, porque não será – Presidente, nomearia o presidente da Sabesp presidente da Central Nuclear.

E provocaria um Alagão Nuclear.


PHA

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