17 abril, 2006

Iraque: Gays dizem que estão sendo perseguidos

Cuidado Daniel!

“Eu não quero mais ser gay. Quando eu tenho de sair para comprar pão, eu tenho medo. Quando a campainha toca, eu imagino que eles vieram para me pegar.”

O medo é uma constante companhia para Hussain e para quase todos os homens homossexuais no Iraque. Eles dizem que desde a invasão liderada pelos Estados Unidos, gays têm sido assassinados por causa de suas preferências sexuais.

Para eles, a violência crescente se deve ao aumento da influência de religiosos e de milícias paramilitares no Iraque pós-Saddam.

O Islã considera o homossexualismo pecaminoso. O aiatolá Sistani, o clérigo xiita mais importante do Iraque, disse num website que os gays devem ser mortos. “Os que cometem sodomia têm de ser mortos da maneira mais dura possível”, diz uma das seções do site que lida com questões ligadas à moralidade.

A BBC pediu esclarecimentos sobre as declarações a um representante do aiatolá Sistani, Seyed Kashmiri.

“Homossexuais e lésbicas não são mortos por praticar atos homossexuais pela primeira vez”, disse Kashmiri, numa resposta por e-mail.

Com medo da polícia

O vice-ministro do interior do Iraque, major General Hussein Kamal, disse à BBC que ele não tinha conhecimento de que minorias estivessem sendo sistematicamente atacadas. Kamal também afirmou que desconhecia qualquer declaração na qual o aiatolá Sistani defendesse a execução de homossexuais.

“Nós não endossamos a ação de vigilantes e encorajamos as vítimas a informar as autoridades se sofrerem tais ataques”, afirmou o vice-ministro.

O Ministério do Interior é comandado por membros do Conselho Supremo para a Revolução Islâmica do Iraque (Sciri), um dos maiores partidos xiitas do país. O Sciri tem a sua própria milícia, as Brigadas Badr, levantando suspeitas de que parte da policia aja sob sua influência.

Hussein, entretanto, afirma que os homossexuais têm medo da polícia. Segundo ele, as Brigadas Badr e outra milícia xiita são responsáveis por muitos dos ataques aos gays.

Mas para Hussein, Ahmed e ativistas pelos direitos dos homossexuais, há provas claras de que a situação piorou muito para eles.

“Saddam era um tirano, mas pelo menos tínhamos mais liberdade”, diz Hussein. “Hoje, gays estão sendo mortos sem nenhum motivo.”

Um comentário:

Daniel Lopes Martin Almeida disse...

Muito engraçadinho o senhor!!!