A revista Veja traz esta semana texto sobre o que procura descrever como um processo de transformação de Luiz Inácio Lula da Silva em caudilho. "Morre o petismo, nasce o lulismo", diz a matéria. É uma tese, mais uma dessas que vai aparecer e desaparecer sem deixar rastro ou saudade. Claro que essa última afirmação tampouco deixa de ser uma tese. Mas é assim que caminha o debate atual no Brasil.
Teses contra teses, e que se danem os fatos. Vamos a alguns fatos, para variar. Goste-se ou não do PT, o primeiro fato é que Lula vem, há um quarto de século, contruindo seu partido para chegar ao poder. Nesse período, o PT concentrou-se em disputar todo tipo de eleição, de prefeito a presidente. E na ampla maioria das vezes seus candidatos foram decididos pela consulta aos filiados.
O segundo fato: as duas únicas ocasiões no último meio século em que se elegeram presidentes à margem do sistema partidário (Jânio Quadros e Fernando Collor), as aventuras eleitorais caudilhescas foram patrocinadas pela direita, para evitar a ascensão da esquerda (PTB e PT, respectivamente).
Em contraposição ao suposto caudilhismo lulista, é possível que a revista considere moderno e democrático o método pelo qual o PSDB chegou à candidatura de Geraldo Alckmin. É uma questão de gosto, ou, quem sabe, de conceito.
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