Sobre o debate
No debate da Bandeirantes falou-se até demais do passado e muito pouco do futuro. Houve algum esforço de Lula para trazer à baila os planos de governo, mas em vão: Alckmin devastou a minha paciência com suas exaustivas referências ao seu respeito pelos eleitores por ter participado de debates anteriores, ao avião presidencial, ao famoso dinheiro destinado ao pagamento do famigerado dossiê, à pretensa ignorância do presidente em relação aos escândalos, e por aí afora. Ladainha insuportável. O debate, no entanto, não foi inútil, mostrou com notável clareza a diferença entre os dois cidadãos. O ex-médico Alckmin é velha guarda sem imaginação, o ex-metalúrgico Lula é um ser contemporâneo. Alckmin pretende demonstrar a incompetência do adversário, como presidente e indivíduo, e o acusa de ler as perguntas. Quem parece, porém, com boneco de ventríloquo é ele mesmo, na sua imitação implacável de Buster Keaton, nos seus desempenhos mais felizes. Falta-lhe um único, escasso resquício de senso de humor. Este não falta a Lula, que sabe usá-lo, conforme não pode ter escapado a quem não se deixa manipular pela mídia mais facciosa do mundo.
3 comentários:
Realmente Alckmin não tem senso de humor. Parece um fanático religioso. Chega a assustar. Será que no debate ele usava aqueles espinhos da Opus Dei? Por isso estava tão bravo?
Não assisti o debate inteiro, mas do pouco que vi, gostei qdo o Lula disse que talvez o Alckmin sentisse saudade do regime militar, onde um suspeito chegava na carceragem com a polícia já sabendo todo o plano e os mandantes... se referindo, é claro, às torturas que faziam qlq um confessar, mesmo inocente.
...ele usa sim, que eu sei, aqueles espinhos do opus "day", ele senta em cima deles. GRANDE MINO CARTA, parabéns!!!!!!!!!
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