Dom Pedro Casaldáliga, Bispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT) e um dos mais importantes militantes brasileiros pelos direitos humanos. Dom Pedro avalia a importância do voto no candidato petista, a diferença entre os projetos de Lula e de Geraldo Alckmin e debate os rumos da esquerda no país após o pleito.
Correio da Cidadania: Como o senhor avalia o atual momento político do país? O senhor concorda com a visão de forças à esquerda que acreditam que o projeto de ambos os candidatos é o mesmo, com pequenas diferenças de graduação?
D. Pedro Casaldáliga: O projeto não é o mesmo. A candidatura de Lula constitui um espaço popular, ambíguo, é verdade, com muitas falhas no primeiro mandato, mas é um espaço popular. A candidatura de Alckmin é um espaço abertamente neoliberal, a serviço das elites. O modo como estão atuando os grandes meios de comunicação revela muito bem onde estão os interesses do tucano, e a serviço de quem ele está.A política precisa ser realista. O que está em jogo não é o “tudo ou nada”, mas sim o tudo possível.
Correio da Cidadania: Como o senhor avalia a idéia difundida entre alguns setores da esquerda de que a permanência de Lula no poder - uma figura de prestígio histórico na esquerda, mas que praticou um governo em rota de colisão com este prestígio – desmobilizaria e anestesiaria ainda mais a população e os movimentos sociais?
D. Pedro Casaldáliga: Temos que aproveitar o dia de hoje. O dia de ontem já passou, e o dia de amanhã não chegou ainda. Passar para o segundo turno também significa ser um pouco mais humilde e um pouco menos triunfalista, e se deter com maior vontade de mudança nos pontos considerados falhos.
Entrevista na íntegra no site do Correio da Cidadania
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