21 outubro, 2006

Onda de manifestações contra Alckmin no meio acadêmico

Maurício Thuswohl - Carta Maior

Esqueçam de vez aquele papo de “silêncio dos intelectuais”. Desde que foi confirmado que o petista Luiz Inácio Lula da Silva e o tucano Geraldo Alckmin voltariam a se enfrentar no segundo turno das eleições presidenciais, o mundo acadêmico começou a se movimentar de uma maneira que não havia sido vista, até então, na campanha eleitoral. O resultado disso é uma profusão de manifestos e declarações de posicionamento frente à disputa entre o PT e o PSDB. Exceção feita aos setores minoritários da Academia que apóiam o projeto neoliberal, a quase totalidade das manifestações vindas das universidades é de apoio a Lula ou, no mínimo, de repúdio ao candidato tucano.

Elaborado na USP, o manifesto que atingiu maior alcance nacional até agora é intitulado “Dizemos não a Geraldo Alckmin!” e, segundo seus organizadores, reúne intelectuais simpatizantes do PSTU, do PSOL, do PT, do PCB, do PCdoB e do PDT. Circulando há apenas dez dias, o manifesto já conta com mais de 300 assinaturas vindas de universidades como UNB, Unicamp, Unesp, UFMG, UFPB, UFPR, UFSCar, UFF e PUC-SP, além das já citadas.O documento começa de forma direta: “Nós, professores universitários, vimos a público afirmar que não há justificativa alguma para levar novamente Geraldo Alckmin e seu partido à Presidência da República. Embora com tendências políticas distintas e posições eleitorais muitas vezes divergentes, estamos unidos pela mesma certeza de que a candidatura Alckmin não representa, sob nenhum aspecto, a implementação dos avanços necessários ao desenvolvimento econômico com justiça social. Ao contrário, Geraldo Alckmin no poder será o coroamento de um retrocesso direitista que ficou claro em seu discurso eleitoral, todo ele baseado em bravatas contra impostos e ‘gastança’ pública, promessas de redução do Estado, de reformismo infinito da previdência e laivos de indignação contra a corrupção (cujo duto iniciou-se em seu próprio partido). Com essas propostas ele nada mais fará do que um candidato de direita faria em qualquer parte do mundo”.

Nenhum comentário: