Fim do primeiro tempo

Intervalo de jogo. Quinze minutos para recuperar o fôlego.

Lula decidirá a eleição com Alckmin no 2º turno. Muitos garantiam que a disputa seria vencida no 1º turno. E agora, a culpa é de quem?

Dois fatores influenciaram decisivamente nas eleições. O escândalo do dossiê, causado pelos trapalhões de Berzoini e a decisão de Lula de não comparecer ao debate da TV Globo. A responsabilidade por esta última decisão é exclusiva do Lula. Ainda que tenha ouvido seus assessores mais próximos, a coordenação de campanha, o partido, o raio que o parta; quem decide ir ou não ao debate é o próprio candidato.

Lula pensou que escaparia do circo armado por Alckmin, HH e Cristovam Buarque. Não adiantou, terá de comparecer aos debates no segundo turno, se pretende vencer. O povo quer circo. E, de preferência, que o circo pegue fogo e o palhaço morra queimado.

A campanha terá dois temas. Interessa a Lula comparar seu governo ao de FHC ou mesmo ao de Alckmin. Quem fez o quê, quando teve a oportunidade. Nesse debate, é ferro no tucano.

Para Alckmin interessa apenas o discurso udenista. "Cade o dinheiro, nunca-vi-tanto-ladrão, meu-Deus-o-Brasil-está-perdido".

Cada qual tentará levar o debate para o campo que mais lhe interessa. E a grande maioria da imprensa já tomou partido: no mesmo galho, ao lado do tucano.

Nada para o Lula ou para o PT é fácil.

Mas não esqueçamos que, em meados do ano passado, diziam que Lula seria cassado e que a bancada do PT no Congresso Nacional seria exterminada ou, ao menos, reduzida à metade.

Depois de abertas as urnas, o PT elegeu a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados, elegeu quatro governadores, disputará o segundo turno em dois estados e Lula venceu o primeiro turno das eleições.

Agora, vamos para o segundo tempo do jogo. Um pouco cansados, com a canela doendo, o Berzoini no banco e o Zé Dirceu assistindo ao jogo das arquibancadas. Mas estamos vencendo. Um à zero.

A luta continua.