Apontado até o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2005 como referência de desigualdade, o Brasil é agora apresentado, no RDH 2006, como exemplo de melhoria na distribuição de renda. “A boa notícia é que a desigualdade extrema não é algo imutável. Nos últimos cinco anos, o Brasil, um dos países mais desiguais do mundo, tem combinado um sólido desempenho econômico com declínio na desigualdade de rendimentos (...) e na pobreza”, sustenta o texto do relatório 2006 do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Atualmente, o Brasil é o 10ª mais desigual numa lista com 126 países e territórios. Ele está melhor que Colômbia, Bolívia, Haiti e cinco países da África Subsaariana.Os avanços ainda tiraram o Brasil da penúltima posição no ranking de distribuição de renda da América Latina — no último relatório, só a Guatemala estava em situação pior. Apesar de os progressos terem permitido que o indicador brasileiro superasse o colombiano, duas colocações foram ganhas graças à intensa ampliação do fosso de renda entre pobres e ricos na Bolívia e à entrada do Haiti no ranking. A Guatemala passou da primeira para a sétima posição na lista dos piores da região, superando inclusive o Chile. O desempenho brasileiro é avaliado no relatório principalmente com base no índice de Gini — indicador de desigualdade de renda que varia de 0 a 1, sendo 0 em uma situação na qual toda a população possuísse uma renda equivalente, e 1 se apenas uma pessoa detivesse toda a riqueza do país. No relatório, o índice do Brasil é 0,580, menor que o da Colômbia (0,586, nona no ranking dos piores) e pouco maior que os de África do Sul e Paraguai (0,578, empatadas na 11ª colocação). A evolução brasileira nos últimos anos vai na contramão da tendência de alta de países como Colômbia, Bolívia e Paraguai.
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