Para Paulo Henrique Amorim, é muito provável que os acidentes nas obras do metrô em São Paulo sejam de responsabilidade do modelo de privatização adotado pelo governo do estado:
O sistema “turn Key” entrega toda a gestão da obra às empreiteiras, não existe qualquer acompanhamento por parte do Poder Público, nem mesmo da companhia de Metrô. Se algum problema acontecer, como deu com a cratera, as empreiteiras avisam ou pedem ajuda se quiserem.
Além disso, o preço é pré-fixado e se o empreiteiro entregar a obra antes do tempo, ele ganha uma quantia a mais. "Logo, se os empreiteiros forem de má fé – o que não está provado -, podem querer acelerar a obra, em prejuízo da segurança". A obra da Linha 4 do metrô foi a primeira no sistema “turn key”, teve 11 acidentes em dois anos de trabalho.
16 janeiro, 2007
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2 comentários:
O Governo do Estado, queira José Serra ou não, é responsável pelas obras do Metro. Tem o dever de fiscalizar o andamento dos projetos, caso atribua a terceiros (no caso, as empreiteiras) a tarefa de executar o serviço.
Tal constatação não as construtoras de suas responsabilidades individuais. Do ponto de vista civil e penal.
E nos leva, como já foi dito, a refletir sobre o processo de privatizações. O que ganhamos com isso, afinal de contas?
Que negócio mais estranho, "bônus" caso entregar a obra antes do prazo. Como se trata de um concorrência e que a obra será paga com nosso dinheiro, ou o governo estabelece um prazo para entrega da obra artificialmente distante, para que elas possam receber o "bônus" e, também, ajudar na campanha do governador. Ou, se os prazos são realistas, a simples hipótese do "bônus" estimula as empresas a ignorar procedimentos de segurança e/ou fazer um serviço da má qualidade.
"Bônus"? Na minha terra isso tinha outro nome.
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