Texto que nasceu antes que eu virasse salada...
Tratemos de cultura nesse Blog, chega de política! Política cansa. Cultura, pois a cultura em nada tem a ver com a política. Aff... .
Tratemos de cultura nesse Blog, chega de política! Política cansa. Cultura, pois a cultura em nada tem a ver com a política. Aff... .
Tudo balela, claro! Mais o pensamento exposto nas linhas acima é presente no subconsciente e no discurso de muitos brasileiros, de distintos níveis sociais e grau de instrução. E um dos nossos grandes dilemas moderno, em minha interpretação, ainda é a vulgarização do termo e do conceito “cultura”.
Não é difícil ouvirmos, em tons de ladainhas decoradas, a definição: “cultura é toda a manifestação de crenças e costumes de um povo”. Aff. Acho muito vago e muito, mais muito pobre essa definição. Digna de um país que ainda caminha a passos de elefante manco ao encontro de políticas culturais efetivas e, o que me parece mais urgente, ao alcance de todos e não de encontro ao interesse de poucos. Utópico? Pode ser. Acredito que um tanto de utopia seja necessária, principalmente quando amargo a sensação de ser um nabo, vegetando em frente à TV e às bancas de revistas que colorem meu dia em manchetes interessantíssimas sobre a “bunda das minas de Caras e os novos caras semanais das minas”. Aff.
Voltando a minha porcentagem de utopia... Nesses 17 meses de PROVOCARE, o mais bacana foi encontrar pessoas dispostas e na aposta (dessa mesma utopia) de que, uma mudança social, daquele jeito que a gente tanto sonha, espera, vislumbra, acontecerá a partir do momento que uma nação inteira entender que cultura, meu povo, é mais que oba-oba, é identidade! Essas estranhas pessoas, assim como eu, acreditam que o cerne dos nossos problemas mais clássicos está de certa forma, ligado a essa problemática, já que a cultura, diferente da idéia “oba-obista”, se apresenta em todas as ações sociais, tanto em forma de protesto como de aceitação do cidadão a sua realidade. Mais do que desmistificar o conceito “torto” do termo, incluí-se também no “pacote utópico de tal revolução cultural” a democratização da cultura, que nada mais é do que fornecer ao cidadão instrumento de ruptura dessa alienação que lhe é repassada, com argumentos, possibilidades e conhecimento para desenvolver uma conduta crítica sobre sua realidade.
Voltando a minha porcentagem de utopia... Nesses 17 meses de PROVOCARE, o mais bacana foi encontrar pessoas dispostas e na aposta (dessa mesma utopia) de que, uma mudança social, daquele jeito que a gente tanto sonha, espera, vislumbra, acontecerá a partir do momento que uma nação inteira entender que cultura, meu povo, é mais que oba-oba, é identidade! Essas estranhas pessoas, assim como eu, acreditam que o cerne dos nossos problemas mais clássicos está de certa forma, ligado a essa problemática, já que a cultura, diferente da idéia “oba-obista”, se apresenta em todas as ações sociais, tanto em forma de protesto como de aceitação do cidadão a sua realidade. Mais do que desmistificar o conceito “torto” do termo, incluí-se também no “pacote utópico de tal revolução cultural” a democratização da cultura, que nada mais é do que fornecer ao cidadão instrumento de ruptura dessa alienação que lhe é repassada, com argumentos, possibilidades e conhecimento para desenvolver uma conduta crítica sobre sua realidade.
Por essa razão e importância, insisto na necessidade em se discutir cultura e, sobretudo, ampliar as possibilidades de abordagem, não focando apenas as manifestações artísticas, ou aos atores culturais, mas incluindo também as questões de que a consciência em não jogar o lixo na rua é uma conduta cultural; assim como deixar o Deus do outro em paz ao invés de resolver chutar a Santa... A cultura é um fenômeno gerado pela sociedade.
Aí voltamos ao Estado... A tal da política que, para muitos, nada tem a ver com cultura, e vice-versa.
O conhecimento é transformador e, partindo dessa premissa, cabe ao Estado, responsável em cuidar do bem estar da população, entender que as políticas públicas culturais que, mais do que um direito do cidadão configura-se como sendo uma necessidade nacional, precisam ser efetivas, descentralizadas, abrangentes, e não assistencialistas. É certo que, com o percentual risível (ou lamentável) das verbas destinadas à cultura, as ações sejam mais lentas e mancas, salvo, talvez, por uns mais destemidos e audaciosos que se jogam na empreitada com mais coragem do que “Caras”.
Momento Merchand (um ótimo exemplo sobre isso, deu as caras no PROVOCARE 9 – Pág 16/17. Vale a pena conferir a entrevista que fiz com o Edgard Steffen Jr., sorocabano e que está à frente de diversos projetos de valorização, resgate e disseminação da cultura popular tupiniquim. Na entrevista, o foco é a Revista Raiz.(www.revistaraiz.com.br),uma empreitada pra lá de laboriosa, bem sucedida e, mais que isso, um belo exemplo de investimento público, pois a Revista, que era um projeto inscrito na Lei Rouanet, acabou ganhando espaço também com o PNUD-ONU – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.)
“Somos pretensiosos em nossos objetivos de desmistificar o tema para que os artistas e produtores de cultura popular brasileira ganhem com isso. Se o Johnny Lee Hoocker que nasceu pobre na beira do Mississipi faz blues de raiz e está no Hall of Fame economicamente recompensado em certa medida pelo seu talento, porque o Mestre Salustiano que nasceu pobre perto do Capibaribe e faz Maracatu, Cavalo Marinho, Forró, além de confeccionar ótimas rabecas, não pode ter a mesma recompensa?” (Edgard Steffen Jr. Para o PROVOCARE).
*Se quiserem saber mais, por favor, corram atrás do seu exemplar!
Nessa mesma edição do PROVOCARE, o secretário da cultura de Sorocaba, Anderson Santos, afirma: “Sorocaba não é um caos cultural”! Eu só concordo com ele, pois, nesses 17 meses, conheci muita gente que resolveu não esperar de uma política pública ainda pouco eficiente nas ações que contemplem a cultura de uma forma plena, e deram a cara a bater. Por essa audácia, alguns até foram contemplados, não com a verba da LINC que pleiteavam, mas com a abertura de um inquérito policial. Desse modo fica difícil dialogar sobre cultura, política, futebol ou sobre o tempo, não acham?
*Se quiserem saber mais, por favor, corram atrás do seu exemplar!
Nessa mesma edição do PROVOCARE, o secretário da cultura de Sorocaba, Anderson Santos, afirma: “Sorocaba não é um caos cultural”! Eu só concordo com ele, pois, nesses 17 meses, conheci muita gente que resolveu não esperar de uma política pública ainda pouco eficiente nas ações que contemplem a cultura de uma forma plena, e deram a cara a bater. Por essa audácia, alguns até foram contemplados, não com a verba da LINC que pleiteavam, mas com a abertura de um inquérito policial. Desse modo fica difícil dialogar sobre cultura, política, futebol ou sobre o tempo, não acham?
*Há um artigo também nas primeiras páginas do PROVOCARE intitulado: Perguntar ofende? sobre o assunto.
E esse texto-salada é para o fotógrafo, jornalista, e amigo de mandar tomar no..., na“Caras”, Werinton Kermes (autor do artigo comentado acima).
Porque ele é mais utópico que eu, logo, menos nabo!
....
Notas de Roda a pé?
SIM. Já que nem o prefeito quis rodar de ônibus... (rs) Ok, piadinha infame, tsc, tsc.
Nota 1 - Pior: Nabo que sou, no Sábado (06/01), ouvi, vegetando no sofá, o Luciano Huck anunciar a jornalista Éryka Palomino, como “jornalista que trabalha com cultura”. Sem preconceito: A digníssima colega vai a festas, a desfiles e caça absurdinhos do mundinho. Mais informação cultural só nas pérolas literárias do nosso imortal Paulo Coelho. Ok, com preconceito!
Nota 2 - Vícios de Linguagem: Peguei-me contando caracteres para ver se cabiam nesta página! (Hum)
Nota 3 – Lotado. Espere o próximo. Até!
E esse texto-salada é para o fotógrafo, jornalista, e amigo de mandar tomar no..., na“Caras”, Werinton Kermes (autor do artigo comentado acima).
Porque ele é mais utópico que eu, logo, menos nabo!
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Notas de Roda a pé?
SIM. Já que nem o prefeito quis rodar de ônibus... (rs) Ok, piadinha infame, tsc, tsc.
Nota 1 - Pior: Nabo que sou, no Sábado (06/01), ouvi, vegetando no sofá, o Luciano Huck anunciar a jornalista Éryka Palomino, como “jornalista que trabalha com cultura”. Sem preconceito: A digníssima colega vai a festas, a desfiles e caça absurdinhos do mundinho. Mais informação cultural só nas pérolas literárias do nosso imortal Paulo Coelho. Ok, com preconceito!
Nota 2 - Vícios de Linguagem: Peguei-me contando caracteres para ver se cabiam nesta página! (Hum)
Nota 3 – Lotado. Espere o próximo. Até!
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Maíra Fernandes é jornalista, editora do jornal cultural PROVOCARE – Sociedade, Cultura e arte, produtora do programa PROVOCARE FM, veiculado pela Rádio Cruzeiro e, segundo o que diz, além do umbigo tem também um blog: http://mairafernandes.blogspot.com.
Maíra Fernandes é jornalista, editora do jornal cultural PROVOCARE – Sociedade, Cultura e arte, produtora do programa PROVOCARE FM, veiculado pela Rádio Cruzeiro e, segundo o que diz, além do umbigo tem também um blog: http://mairafernandes.blogspot.com.
5 comentários:
Também estou farto destes blogueiros aqui!!!
Todo dia política!!!
Ademais, belíssimo texto! Admirável!
Maíra! Parabéns! Seu texto, sempre espetacular. (como eu sou bemmmm legal (aff..), resolvi comentar aqui também).
Leitores da Maíra: Não deixem de acompanhar os textos dela, tanto nos blogs, como no Provocare. A cada linha um aprendizado, uma descoberta, ou então, um anúncio de que ainda existe gente autêntica no que escreve. Gente sábia, que manda bem nas frases, que mastiga antes de engolir as ladainhas que escrevem e dizem por aí. Concordar? Nem sempre. Acompanhar? Sempre. (Pode ser assim Maíra?). Bom dia para todos!
Opa, vou ficar insuportável! rs
Obrigada pelos comentários. Também estou gostando muito de publicar nesse espaço.
Obrigada Daniel e obrigada Lu (que é suspeita,rss)
Também gostei muito do texto. Não aguento mais o Daniel e seus "Ademais".
Maíra muito bom mesmo o seu texto, atraente, empolgante e divertido. Estou ansioso para ler o próximo... é um grande prazer contar com você no blog!
O nivel de testosterona estava muito alto mesmo.
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