11 janeiro, 2007

Pacifistas exigem o encerramento de Guantanamo

Uma dezena de personalidades internacionais, incluindo cinco militantes pacifistas norte-americanos, desfilam hoje em Cuba exigindo o encerramento do campo de concentração dos EUA instalado na base naval de Guantanamo.

A iniciativa assinala a entrada em funcionamento do campo, a 11 de Janeiro de 2002. Cinco anos passados, cerca de 400 pessoas permanecem ali encarceradas, submetidas a todo o tipo de abusos e sem quaisquer direitos, incluindo o de legítima defesa.

Segundo Medea Benjamín, responsável da organização Codepink: Mulheres pela Paz, que promove a iniciativa, os pacifistas propunham-se realizar durante o dia de ontem, 10 de Janeiro, uma conferência internacional em Guantanamo com a participação dos advogados que levaram os casos de tortura e humilhação contra prisioneiros cometidos neste campo de concentração perante o Supremo Tribunal dos Estados Unidos, bem como outros peritos internacionais. De acordo com a dirigente pacifista, sem a ajuda do governo cubano e de todos os que tornaram possível a viagem, esta ação de protesto não poderia ter sido levada a cabo.

A marcha para exigir o encerramento da prisão de Guantanamo conta, entre outras, com a presença da ex-coronel e diplomata Ann Wright, que renunciou ao seu cargo em Março de 2003 em protesto contra a invasão do Iraque, e de Cindy Sheehan, conhecida como «Mamã Paz» desde que decidiu lutar contra a guerra após o seu filho ter sido morto no Iraque.

Em declarações à imprensa, citadas pela agência Argenpress, Cindy Sheehan afirmou não temer represálias por parte do governo norte-americano, que proíbe os seus cidadãos de viajar para Cuba, porque considera que «o mais importante de tudo» é denunciar «essa desumanidade» que os EUA estão a cometer em Guantanamo e «se tivesse medo não podia fazer nada».
Ann Wright afirmou por seu turno que os pacifistas foram a Cuba «para demonstrar que [a prisão de Guantanamo] tem de ser encerrada, porque há que fazer justiça, mas não com esta prisão militar, que é uma imagem horrível dos EUA».

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