04 março, 2007

Resposta ao "tucano reacionário" - sobre as eleições na Assembléia Legislativa

Nosso leitor "tucano reacionário" insistiu para que fizéssemos uma postagem sobre a eleição do novo presidente da Assembléia Legislativa.

Para esclarecer: o "tucano reacionário" acredita que PT e PSDB são faces da mesma moeda. Algo como sovaco e axila. Anakin Skywalker e Darth Vader.

Vamos ao assunto. Na Assembléia Legislativa, o PT, respeitando o tal de "princípio da proporcionalidade", decidiu apoiar o candidato a Presidente pelo PSDB, Vaz de Lima. O argumento é que os tucanos têm a maior bancada e merecem o maior pedaço do bolo. O PT tem a segunda maior bancada e ganha a Primeira Secretaria. E também a quarta secretaria ou um espaço maior nas comissões permanentes.

Para justificar a "aliança", o PT divulgou uma "Carta Compromisso", na qual reivindica o fortalecimento e a independência do Legislativo diante do Executivo, a continuidade da realização de audiências públicas para discutir questões como a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Orçamento do Estado e a aplicação do critério da proporcionalidade na distribuição de cargos na Mesa Diretora e comissões permanentes.

O PSOL, com apenas dois deputados, deverá lançar um "anticandidato" à Presidência da Alesp. O deputado Carlos Giannazi indicará Raul Marcelo anticandidato. Vai tirar o dele da reta. E Raul, se aceitar, consegue um pouco mais de visibilidade. Para depois ser candidato a prefeito de Sorocaba.

Acredito que o tal "princípio da proporcionalidade" não se justifica. É uma forma de se institucionalizar o troca-troca da política Brasileira. Quarta secretaria?!?! É um exagero. A Assembléia Legislativa deve ter uma direção representativa e, no mais, simplificar sua estrutura ao máximo. Para garantir eficiência, transparência e participação popular.

Esse tipo de "aliança" descaracteriza o PT e enfraquece seu projeto estratégico - a construção do socialismo democrático.

Firmar uma "carta compromisso" com o PSDB? Só se for compromisso de ser corno.

Ao "tucano reacionário": PT e PSDB não são a mesma coisa. Ainda não. E, se depender de nós, nunca serão.

11 comentários:

Tucano Reacionário disse...

Reinaldo sem dúvida é o mais preparado dos blogueiros para "não-responder" a essa questão.

"Não-responder" porque baton na cueca não tem explicação. Mas mesmo assim, ninguém melhor que Reinado para tentar prestar algum tipo de esclarecimento.

A questão não tem nada a ver cm "carta compromisso" mas com barganha da pior espécie.

Chinaglia só conseguiu ser eleito presidente da camara porque teve o apoio maciço dos tucanos no segundo turno. Esses por sua vez, rezaram a cartilha de Serra e Aécio.

Serra, para garantir a eleição da presidência da assembléia, empurrou goela abaixo dos tucanos a candidatura de Chinaglia. E deu certo! (Carta compromisso? sei...)

Aécio conseguiu que o vice presidente da Câmara fosse um tucaninho mineiro ligado ao governador de Minas. (Carta compromisso???? Papai Noel vai me trazer um presente lindo esse ano...)

Lá em Barbacena, nós damos outros nomes para isso: CONCHAVO, CULEIO (forma acaipirada e mineirizada de falar CONLUIO), BARGANHA, PICARETAGEM... Essas e outras coisas.

Reinaldo, meu velho, somos farinha do mesmo saco sim!

O PSOL está fazendo o que faria o PT sem o poder que tem hoje. Não adianta barganhar.

Já o PT poderia levar um pouquinho (só um pouquinho) a sério alguns de seus filiados ainda idealistas. Mas isso seria respeitar quem é de esquerda (que se for velho é doente), e isso ninguem mais no PT tolera.

Nós, tucanos, também odiamos essa gentinha. Ô povinho feio esse de esquerda... E cheiram mal... Argh! Que nojo...

Por essas e outras é que somos iguais, Reinaldo. Tratamos os idealistas com desprezo, arrogância e ainda por cima contamos com o apoio desses otários nas nossas eleições.

Farinha do mesmo saco! É o que somos e o que sempre vamos ser!

RECADO SÓ PARA OS BLOGUEIROS: não vão se esquecer daquele nosso bate-papo informal, regado a whisk e canapés, na mansão de nosso Deputado Federal local.

Nos encontramos lá!

Anônimo disse...

Farinha do mesmo saco???
No maximo somos uma mistura de farinha de rosca e farinha de milho no msm saco....Afinal de conts somos todos politicos certo??!!
Mas, agora, a dizer que somos todos iguais??Com certeza somos parentes longinquos, daqueles que só se encontram em bodas de prata dos veteranos da familia....ou podemos chamar de eleição também....como quiser.....
Idealismo é uma palavra que se usa qnd realmente se tem um ideal certo e definido....qnd queremos apenas apoio em momentos que nos interessa se chama "interessise" ou seja la como vcs em Barbacena chamam a pessoa que só quer saber de venham a nós e ao vosso reino nada......

Realmente sr. Tucano, somos farinha do msm saco....mas eu, pelo menos, sou farinha de milho....agora vc seja ql farinha for acretido q nao seja do msm tipo......

Fábio Cassimiro disse...

Tucano, vc carrega o Espírito da elite brasileira: arrogante e rude. SE ninguém presta então por que esta discutindo política?

Tucano Reacionário disse...

Blogueiro Fábio,

Não se ofenda com meus comentários. Eles não agridem esse ou aquele especificamente. São verdades acerca de partidos políticos que conduzem seu pensamento político absolutamente do mesmo jeito, qual seja, o PODER PELO PODER A QUALQUER CUSTO.

Me diz "se ninguém presta, então por que está discutindo política?". Respondo: não discutimos só o que presta. Muitas pessoas discutem sobre novela, e convenhamos, elas também não prestam. O que não quer dizer que um comentário sobre algo que não presta não possa ser produtivo.

Sobre ser arrogante e rude essa é uma verdade que não posso contestar. Nós tucano-petistas somos arrogantes e rudes sim. Desrespeitosos com nossos eleitores também, principalmente com os doentes da esquerda (essa frase do Presidente Lula vai ficar para a história, viu...).

Anônimo disse...

Acho natural que num país que pouco conhece a democracia a estrutura do Poder Legislativo seja tratada de forma tão irrelevante.
O respeito ao princípio da proporcionalidade nas Casas Legislativas brasileiras representaria um significativo avanço a um país que busca firmar sua democracia, com respeito a pluralidade de idéias.
Mas parece que continuamos a defender a imposição de um só pensamento, não aceitamos a tal proporcionalidade como algo normal num regime democrático e ainda criticamos a composição feita na ALESP sem ao menos verificar o que de fato isso significou nas últimas legislaturas, onde a mesma já ocorria.
Será verdade que isso de alguma forma comprometeu as bancadas tucana e petista?
Isso de alguma forma interferiu na postura da oposição?
Alguém aí viu o líder petista deixando de cobrar a abertura de CPIs?
O PT como segunda maior bancada da ALESP, ao assumir a 1a Secretaria, assume uma responsabilidade que lhe foi apresentada pelo eleitorado paulista, que o colocou nessa condição.
Creio que as discussões devam ser mais profundas nesse sentido.
O PT tem vocação para o socialismo e escolheu como instrumento para tanto o regime democrático, portanto é preciso utilizá-lo.
Entendo que assim é a democracia.
Falar em negociata é diminuir demais a importância da mesa diretora da ALESP e da própria bancada do PT, que é composta por representantes das mais variadas correntes de pensamento do partido e que sempre reivindicou a presença proporcional na mesa como um direito e não como um acordo.
Por fim, acreditar em negociata é também diminuir demais a capacidade dos nossos parlamentares em se manterem fiéis às suas convicções.

Reinaldo disse...

Caro PH:

Se a proporcionalidade é um princípio elementar ao trabalho legislativo, deveria constar do regimento da Assembléia.

Assim o eleitor escolhe e tem certeza do que irá acontecer.

Agora, para que a QUARTA secretaria? O que é isso companheiro?

Além disso, por que a carta compromisso não trata da CPI do Metrô? Ou das outras quase 70 CPIs?

O PT já ocupou a Primeira Secretaria da Assembléia. E no que isso contribuiu para a oposição que fizemos ao governo Alckmin?

Em Sorocaba, ocupamos a vice-presidência da câmara municipal durante alguns anos, até levar uma rasteira do PSDB e PFL.

Nesse período, o que aprovamos ou impedimos que fosse aprovado graças a vice-presidência?

Ocupar espaços institucionais faz parte da construção do socialismo democrático. Também concordo com isso. Mas a ocupação de tais espaços deve ter em conta nossos objetivos estratégicos e mudar, minimamente, o espaço da institucionalidade.

Apenas revezar-se com os liberais no comando das casas legislativas não nos leverá a lugar nenhum.

Parece fora de moda citar Lênin. Ele chamava essa postura de cretinismo parlamentar.

Anônimo disse...

Reinaldo,

Acho esse um debate muito legal mesmo. Tenho pensado muito na diminuição da importância do Poder Legislativo em todas as suas esferas.
E é claro, tenho plena convicção que esse desgaste é de responsabilidade dos próprios "nobres edis", ou parte importante deles.
Mas desde que vim para o mandato do Hamilton passei a ter uma leitura diferente desse tão pisoteado poder. Creio que se tivéssemos ao menos 50% das cadeiras legislativas ocupadas por gente séria e comprometida, a qualidade da nossa democracia daria um salto.
Mas enfim, só pra acrescentar alguns elementos às suas questões:

. O Princípio da proporcionalidade é um princípio, ou seja, nem precisaria de texto específico em lei, apenas que seu conteúdo fosse observado. Mas, não satisfeito, o legislador cuidou dele sim, ele está descrito tanto na Constituição Federal, como no artigo 12 da Estadual;

. Há um equívoco quanto a afirmação de acordo para a quarta secretaria, na verdade o PT continuaria com a primeira e com a quarta, o que já ocorre hoje.
No entanto, aqui concordo que o quarta secretaria não deveria existir. Na estrutura da ALESP ela tem um papel rídículo, cuida basicamente da frota de veículos, sua manutenção, etc. De fato muito pouco pra justificar sua existência, essas funções poderiam ser incorporadas pela primeira ou segunda secretarias;

. O regime presidencialista que impera nos atrapalha muito na questão das CPIs, pois o regimento da ALESP diz que é preciso submeter o pedido ao plenário e obter maioria para tê-la instalada. No entanto, ação proposta pela bancada petista provocou o Judiciário a se manifestar a respeito e o entendimento aceito agora é que em se obtendo o número de assinaturas previsto no regimento, já se pode instalar a CPI, portanto, essa questão já não constava mais na pauta da bancada para negociação da mesa;
. Por fim, específicamente na ALESP, o PT vem participando da mesa há anos e em que isso alterou a postura da bancada em relação ao enfrentamento ao governo tucano? Pra mim em nada, a oposição não seria melhor, nem pior por estar ou não na mesa.
O que há de positivo, é que passa a fazer parte da "parte executiva do poder legislativo", além de interferir no orçamento, na pauta e de facilitar a fiscalização da administração da ALESP.
Já Sorocaba é um outro caso, faço aqui um mea culpa, defendi a presença do PT na mesa diretora da Câmara. O PT foi e isso em nada, ou em muito pouco, contribuiu à nossa luta.
Tomamos uma rasteira e acho que isso acabou sendo muito bom para o PT local.
Nossa bancada tem se mostrado com mais energia, após esse incidente.
É isso, um bom debate a ser continuado.

Tucano Reacionário disse...

Companheiros tucano-petistas,

Percebam o quão profícuo foi o pedido de pauta por parte desse companheiro que vos escreve.

O prezadíssimo companheiro PH - pessoa que respeito e admiro - veio também em defesa do Partido dos Trabalhadores (nosso irmão gêmeo).

Reinaldo, mais uma vez, brilhante em seus comentários, mostrando seu já conhecido bom senso na análise política dos fatos.

Não posso negar que o time de "defensores" do Partido do Presidente é de altíssima qualidade.

Como bem disse PH, a estrutura do Poder Legislativo em nosso país é tratada de forma extremamente irrelevante. O pior disso é saber que esse tratamento desidioso com o mais importante e representativo dos Poderes é dado, principalmente, por nossos Parlamentares (de todas as legendas).

Falar em princípio da proporcionalidade é extremamente razoável. Isso se durante toda a existência do PT ele defendesse e abraçasse essa idéia.

Princípio da proporcionalidade é novidade no jargão petista. E não é pra menos. Só deve existir quando nos for conveniente.

Nós, tucanos, também pensamos assim. Somos pela proporcionalidade quando nos convém (Caso Chinaglia). Quando não, defendemos outra "ideologia" (Caso Severino).

As Casas Legislativas são as mais importantes instituições de representação popular e DEVEM ser motivo de orgulho para todos nós cidadãos.

Não posso e jamais serei desrespeitoso com nossas instituições. Não deveríamos permitir que nossos representantes fossem.

Negociata sim! É isso que certos políticos fazem por interesses pessoais. Infelizmente é assim. Também não gosto disso.

Gostando ou não, estamos todos no jogo. Por isso, nós, tucano-petistas, formamos uma só família com os mesmos interesses, utilizando as mesmas sórdidas táticas desde 1500.

Arrogantes, rudes, desrespeitosos com nossos eleitores. Somos assim, e assim morreremos (mas com o bolso bem cheinho...)

Tucano-petistas, uni-vos!

Tucano Reacionário disse...

Companheiros tucano-petistas,

Percebam o quão profícuo foi o pedido de pauta por parte desse companheiro que vos escreve.

O prezadíssimo companheiro PH - pessoa que respeito e admiro - veio também em defesa do Partido dos Trabalhadores (nosso irmão gêmeo).

Reinaldo, mais uma vez, brilhante em seus comentários, mostrando seu já conhecido bom senso na análise política dos fatos.

Não posso negar que o time de "defensores" do Partido do Presidente é de altíssima qualidade.

Como bem disse PH, a estrutura do Poder Legislativo em nosso país é tratada de forma extremamente irrelevante. O pior disso é saber que esse tratamento desidioso com o mais importante e representativo dos Poderes é dado, principalmente, por nossos Parlamentares (de todas as legendas).

Falar em princípio da proporcionalidade é extremamente razoável. Isso se durante toda a existência do PT ele defendesse e abraçasse essa idéia.

Princípio da proporcionalidade é novidade no jargão petista. E não é pra menos. Só deve existir quando nos for conveniente.

Nós, tucanos, também pensamos assim. Somos pela proporcionalidade quando nos convém (Caso Chinaglia). Quando não, defendemos outra "ideologia" (Caso Severino).

As Casas Legislativas são as mais importantes instituições de representação popular e DEVEM ser motivo de orgulho para todos nós cidadãos.

Não posso e jamais serei desrespeitoso com nossas instituições. Não deveríamos permitir que nossos representantes fossem.

Negociata sim! É isso que certos políticos fazem por interesses pessoais. Infelizmente é assim. Também não gosto disso.

Gostando ou não, estamos todos no jogo. Por isso, nós, tucano-petistas, formamos uma só família com os mesmos interesses, utilizando as mesmas sórdidas táticas desde 1500.

Arrogantes, rudes, desrespeitosos com nossos eleitores. Somos assim, e assim morreremos (mas com o bolso bem cheinho...)

Tucano-petistas, uni-vos!

Reinaldo disse...

Companheiro PH:

Também acho esse debate bastante interessante e necessário.

Concordo com vc que o legislativo seria diferente se tivessemos 50% de deputados comprometidos e sérios. E comprometidos com o povo, pois comprometidos com interesses de grupos econômicos não falta.

Vejo esse tipo de deputado comprometido com o povo na figura do Hamilton.

E acredito, sim, que o trabalho legislativo deveria ser simplificado garantir mais espaço para a participação e controle popular.

Inclusive com a proposta de revogabilidade dos mandatos, prevista na reforma política e conhecida como "recall".

Apenas um esclarecimento: a proporcionalidade, prevista na constituição, se aplica às comissões das casas legislativas.

No caso da mesa diretora e da presidência, prevê-se uma decisão política, ou seja, a eleição dos membros.

O partido menos votado pode presidir a casa, como ocorreu com Aldo Rebelo, ou não.

Anônimo disse...

Sem dúvida a decisão quanto a composição da mesa é política, como exemplo a própria cidade de Sorocaba, que em ocasiões já teve como maior bancada a petista e não deu nem participação em comissão para nossos vereadores.
Hoje mesmo, o PT tem a segunda maior bancada e foi chutado da mesa.
Mas ainda existe a questão da formação de blocos, agora assim o modelinho brasileiro da coisa. Forma-se um bloco da base governista e então entende-se que esse bloco é legítimo para apresentar uma candidatura. Assim se deu a eleição do camarada Aldo e também a do companheiro Arlindo, já que a maior bancada é a do PMDB.
Meio estranho, no entanto, mais legítimo que a eleição de um Severino.
Não é propriamente um parlamento de menchevicks e bolchevicks, mas o que temos para o momento, uma minoria e uma maioria, a que custo melhor nem pensar.