08 abril, 2007

O triângulo de Grau

"Vânia era desenhista de moda e pintora, da minha altura, uma gazela, pernas e coxas alongadas, saboneteiras profundas e seios discretos. Rosto marcante, olhos bonitos. Encontrávamo-nos regularmente. Sempre à tarde, que ela desconfiava que o marido desconfiasse. Usava, invariavelmente, camisas de seda ou algodão em padrões que ela mesma desenhava, lindas, marcantes, ousadas. Tinha uma válvula de sucção no lugar do sexo e soltava sonoras flatulências vaginais pós-coito. Era agradável, sadio, sem dramas, o namoro de tardes inteiras, ela nua, suas esguias longas pernas enroscadas em meu corpo. Nenhuma ansiedade. Pedia-me, enquanto nos amávamos, que inventasse estórias sobre ela mesma estar sendo possuída por mais de um homem, concomitantemente, dois ou três, ocupando todas as suas frestas, o que importava em que nos amássemos sem qualquer sentimento de propriedade."

O texto acima foi extraído do livro "Triângulo no Ponto", romance de estréia de Eros Grau, ministro do Supremo Tribunal Federal.

A prosa é ruim e a suposta "ousadia" do tema não salva a obra.

Serve, apenas, para entender porque o STF demora tanto para julgar os recuros e ações que lhe são apresentados. Seus velhos magistrados gastam o tempo escrevendo histórias eróticas de baixa qualidade.

Para conhecer uma narrativa autobigráfica relevante, profundamente erótica e visceral, leia Henry Miller.

Um comentário:

Anônimo disse...

Estranha, e muito, o fato de alguém afirmar que a prosa é ruim, mesmo antes do livro chegar aos locais de venda. Certamente é precária a assertiva apoiada tão-somente em trecho do livro. Conclusões incisivas sobre um obra demandam, no mínimo, o seu conhecimento.
Interessante seria, ainda, a consulta ao site do STF para que fosse apurado qual o volume de processos julgados mensalmente pelo mencionado Ministro.