12 maio, 2007

O preço da vida

A aposentada Maria Luiza Bezerrade, de 53 anos, que sobrevivia graças a um aparelho elétrico, morreu por insuficiência respiratória, na periferia de Fortaleza, após a Companhia Energética do Ceará (Coelce) desligar a luz de sua casa.

Cerca de nove horas antes de sua morte, funcionários que prestam serviço para a Coelce fizeram um corte por causa de uma dívida de R$ 204.

A própria Coelce - empresa privada que pertence ao grupo espanhol Endesa -, por meio de sua gerência de comunicação, admitiu que Maria Luiza constava de um cadastro de 150 pessoas no Estado que dependem da energia para viver e que, mesmo em caso de inadimplência, não poderiam sofrer um desligamento.

A aposentada havia sofrido, há nove meses, um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e, desde então, precisava de um respirador, um aparelho de inalação e uma sonda para manter-se viva.

Os parentes da aposentada contaram que, um dia antes da morte da aposentada, funcionários da Coelce apareceram na casa para fazer o desligamento, mas foram convencidos a recuar, depois de a filha apresentar um atestado médico que comprovava a necessidade dos equipamentos.

No dia seguinte, porém, novos funcionários apareceram. O desligamento ocorreu às 11h30. Durante todo o dia, uma das filhas de Maria Luiza, Ana Cristina da Silva, tentou, por telefone, pedir que a energia fosse religada. Segundo ela, os funcionários da companhia elétrica alegavam que não havia documentos que comprovassem a situação de saúde de sua mãe.

A aposentada sobreviveu até as 20h. No mesmo dia, às 23h, a luz foi restabelecida. Era aniversário de Maria Luiza.

fonte: JB Online

2 comentários:

Anônimo disse...

Capitalismo é isso.
A vida de cada pessoa, vale o que ela tem, se não tem nada, não é preciso que viva.

Reinaldo disse...

Absolutamente correto, Alexandre.