A semana promete uma grande polêmica: a reforma política.
Os deputados podem apresentar emendas até amanhã, pois o projeto deverá ser votado ainda esta semana. Corre-se contra o tempo para que as mudanças possam ser aplicadas nas eleições do próximo ano.
O PT reunirá sua bancada na Câmara dos Deputados e a executiva do partido para "fechar questão". Ou seja: terá um posição obrigatória sobre o assunto. Os outros partidos votarão divididos e ninguém arrisca um palpite sobre o que acontecerá.
A chamada Reforma Política concentra-se basicamente numa questão: como serão eleitos os parlamentares? O atual sistema tem causado corrupção sistemática e precisa ser mudado. Todos concordam com relação a esse ponto.
Para se eleger, o sujeito precisa de muita grana. Para conseguir a grana, precisa de doações de grandes empresas ou grupos. As doações nunca são desinteressadas. São um "investimento". E nos quatro anos de mandato o parlamentar rebola para cumprir os acordos que firmou. E para garantir dinheiro para as próximas eleições.
Segundo a atual proposta de reforma política, os deputados serão eleitos através de uma lista pré-ordenada, elaborada pelos partidos, com financiamento público exclusivo e fidelidade partidária.
As direções dos partidos políticos e os parlamentares que gozam de grande influência são favoráveis ao projeto. Acreditam que terão mais poder e a permanência no parlamento assegurada.
A esquerda, de maneira geral, também é favorável. Tais partidos avaliam que, com a escolha em listas partidárias fechadas, as legendas mais ideológicas e com identidade claramente definida serão beneficiadas. Terão mais votos e, em consequência, elegerão mais parlamentares.
São contra a adoção da lista pré-ordenada os deputados com pouca representatividade dentro de seus próprios partidos - e que temem ir para o final das futuras listas -, os deputados ligados à legendas de aluguel, que tendem a desaparecer e, principalmente, aqueles que recebem grandes somas de empreiteiras e outras empresas.
De qualquer forma, a Câmara dos Deputados deverá aprovar alguma alteração na legislação, para chamar de "reforma política".
Depois, entrega a criança ao Senado Federal, que terá a decisão final. Ou aprova a reforma ou altera o projeto inicial e começa tudo de novo. No segundo caso, as alterações não serão aplicadas nas eleições do próximo ano.
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