13 julho, 2007

Reforma Política: a enganação da lista fechada

A reforma política de fato não avançou. Por vários motivos. Dentre os quais, o espírito republicano que deveria vigorar em seus defensores, especialmente àqueles pró-lista fechada. Discutia-se lista fechada pré-ordenada, financiamento público, fim das coligações proporcionais e fidelidade partidária. As pesquisas mostravam que a ampla maioria da população se opunha à lista fechada, muito embora os números também apresentassem que grande parte desconhecia o mérito do que se alteraria. Portanto, podemos concluir que havia uma tendência contrária à lista, e mais que isso: a necessidade de que este assunto fosse amplamente debatido com a sociedade, inclusive com utilização de mecanismos de democracia direta.
E não me venham dizer que este é um movimento de vanguarda!
Quanto ao fim das coligações proporcionais e à fidelidade partidária, mínima era a polêmica.
O clima esquentava no quesito lista fechada pré-ordenada, uma afronta à cultura brasileira, à opinião popular e à ideologia partidária. É oficializar o caciquismo, predominante nos partidos de direita e em alguns de esquerda. O brasileiro quer votar em um partido de sua preferência, mas também no candidato que mais se afina com sua forma de pensar. Se a disputa ocorre dentro do partido, estará no topo da lista aqueles que tem maior número de apoios. Na prática, os candidatos filiarão pessoas sem vínculo ideológico, mas que garantam seu nome entre os primeiros. E aqueles do final da lista não terão motivação alguma para fazer campanha, em especial nos partidos de esquerda, onde as candidaturas não surgem de maneira personalista, mas da construção coletiva. Seria o mesmo que decretar, lentamente, o fim das campanhas militantes. E por consequencia, o fim dos partidos de massas.
Como o número de caciques nunca é maior que o dos índios, a lista foi derrubada com larga margem na Câmara. Como consequencia, assassinou-se o financiamento público.
Há consenso que o nosso sistema político-eleitoral está desgastado. Necessário se faz uma reforma política. Mas que avance! E que esteja em consonância com o povo!
É a minha opinião.

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