18 setembro, 2007

Adolescentes engravidam para segurar namorado, diz secretaria de Saúde de Sorocaba

Uma declaração da responsável pelo setor de “Planejamento” Familiar da Secretaria Municipal de Saúde de Sorocaba que me deixou profundamente assustado:


Muitas adolescentes ficam grávidas porque querem segurar o parceiro ao seu lado. Ao contrário do que as pessoas pensam, apenas uma pequena fração engravida por acidente”.

É o tipo de informação que diz muito mais sobre o seu agente do que sobre o fato tratado. Não quer dizer que seja mentira, pode até ter uma base empírica (circunstancial) mas a sua intenção distorce completamente a realidade.

Não sei em que a pediatra da prefeitura se baseia, mas se isso fosse verdade estaria-mos a ponto de constatar que os adolescentes estão primando pelo relacionamento duradouro, visando a constituição de uma família monogâmica cristã.

Isso tudo vai na contramão dos fatos observados pelos sociólogos e psicólogos a respeito da dissolução do ideal de família convencional na sociedade capitalista pós-moderna.

A vulgarização do sexo tem se mostrado uma realidade cada dia mais impactante nos relacionamento entre os jovens e se não existe uma política de conscientização e planejamento familiar é claro que as adolescentes vão engravidar.

Os relatos que tenho ouvido de amigos pediatras e psicólogos indicam exatamente o contrário do que diz a Secretaria de Saúde, ou seja, o problema não é individual, é antes de tudo social e só pode ser trabalhado enquanto tratado no âmbito das políticas públicas de saúde.

A gravidez na adolescência é um grave problema de nossa realidade e fugir a esta responsabilidade, colocando a culpa num indivíduo que sequer pode responder por si, tem o único objetivo de eximir o poder público de sua parcela de responsabilidade sobre o planejamento familiar.

4 comentários:

L. Archilla disse...

Típica afirmação machista que busca transformar o problema social em individual. Eu não acho que sejam minoria as adolescentes com esse tipo de comportamento, não, mas neste caso, o problema teria que ser combatido pela raiz. Se isso acontece, é porque a sociedade ainda prega que a mulher é um acessório do homem, que seu valor mede-se pelo grau de comprometimento do parceiro. Daí entra aquela história de cobrar mais respeito à figura feminina da publicidade, dos programas de auditório, das figuras de destaque na mídia, etc. Só que quando a gente se revolta ao sermos comparadas a uma garrafa de cerveja no comercial, aí somos as "chatas". Seria cômico se não fosse trágico.

Anônimo disse...

Fábio

Eu fiz uma postagem no blog Opinião Socialista, sobre este tema.

Eu abordo esta questão sobre outro ponto de vista.

De uma lida, o titulo é:

Gravidez na adolescência uma visão diferente.

Até porque, no passado, as milheres se casavam bem cedo, e tinham seus filhos, partir dos 15 anos.

Anônimo disse...

Na adolescência,as meninas,idealizam a relação,pela própria idade de ver o amor de forma pura sem obstáculos.Não adianta tapar o sol com a peneira,os adolescentes vão ter suas relações,cabe a conscientização,na família,na escola,na igreja,na mídia,etc...O que eu não acho correto é que as responsabilidades sempre caia sobre a menina(mulher),sem dar esperança de perspectiva dessa menina mãe de continuar a vida.Proponho que castrassem os homens que não assumissem a paternidade,se eles não tem culhões para assumir a paternidade,não podem te-los para procriar.É ridículo eximir os homens da culpa,quando o ato é consensual.

Fábio Cassimiro disse...

alexandre, passe o link que eu não encontrei a postagem.