02 setembro, 2007

O sol que não nasce para Aparecidinha

Por Carlos Carvalho Cavalheiro (2002)

Há tempos questiono o descaso com que é tratado o importante núcleo histórico de Aparecidinha. É inconcebível o fato de Sorocaba possuir um distrito com tanto potencial turístico e não explorá-lo em benefício da própria população local que sobrevive à míngua com a falta de atenção do poder público.

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Na contramão da evolução do pensamento humano que prioriza agora a preservação ambiental e do patrimônio histórico, o que se vê naquele local é o abandono.

O turismo religioso e rural, tão em voga e com todas as atenções a eles voltadas, incluindo a política desenvolvida pela Secretaria Estadual de Esportes e Turismo, à qual aparentemente, por analogia partidária, deveria se conduzir a nível municipal as ações voltadas para o desenvolvimento turístico; não recebe a atenção devida.

Tal é o disparate que em publicações dessa mesma Secretaria, como é o caso do folheto "Guia do Roteiro da Fé", a cidade de Sorocaba é excluída. Simplesmente não existe. Enquanto outras se aproveitam de eventos religiosos como Folias de Reis, Procissões, Festas de santos e padroeiros, etc. Sorocaba não aparece como cidade e sim como cabeça da região.

Cidades como Mairinque, Tietê, Taguai, Laranjal Paulista, Angatuba, Barra do Chapéu, Pilar do Sul, São Roque... apresentam as suas festas religiosas como "cardápio" turístico. Sorocaba não apresenta nada, muito embora possua Folia de Reis, Festeiros do Divino, a afamada Festa de São Benedito (que atrai Irmandades de muitas outras localidades, incluindo da Capital), a concorrida visita ao túmulo de João de Camargo e da menina Julieta durante o dia de Finados, Encenação da Paixão de Cristo na Vila Assis e no Parque Vitória Régia, Benção das Rosas na Festa de Santa Rita de Cássia (Vila Santana), e várias romarias para Aparecidinha. Uma delas, é bom frisar, ocorre todo primeiro domingo de cada mês e o grupo de romeiros que realiza esse percurso representou Sorocaba o ano passado no evento "Revelando São Paulo", ocorrido em setembro no Parque da Água Branca, na Capital.

Então, não é por desconhecimento que Sorocaba não desenvolve o seu turismo religioso. É por descaso, desprezo. Outras romarias importantes e de grande afluxo de pessoas ocorre em Aparecidinha: a romaria da Penitência (todo dia 15 de novembro) e as duas principais, quando a imagem de Nossa Senhora Aparecida deixa seu santuário e permanece na Catedral Metropolitana por alguns meses e o retorno dessa mesma imagem.

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