23 outubro, 2007

Um caipira na Capital Federal

Indubitavelmente, morar e trabalhar em Brasilia é sensacional!
Ainda estou em fase de adaptação, de 3 semanas pra cá, já tenho lugar pra morar, decorei (pelo menos) o caminho para o trabalho e já tenho internet no meu quarto para poder voltar a escrever no blog.
Trabalho na Comissão de Anistia, compreendi seu papel humanista. Quantas e quantas pessoas entregaram sua vida pelo reestabelecimento democrático. A Lei 10.559 de 2002, vem promovendo justiça, diariamente. São mais de 60 mil requerimentos de anistia, com praticamente 50% já julgados. Temos contato com documentos do Dops, Abin, Arquivos Públicos Estaduais, recortes de jornais da época das ditaduras (Vargas e Militar).
Enfim, um caminhar chocante por um período vergonhoso para a história do Brasil!
Em suma, o trabalho é legal e intrigante!
A cidade também é muito boa! A qualidade de vida aqui é excelente! E as pessoas são bem receptivas. Talvez porque praticamente todos estamos aqui por tempo determinado. Como diz meu amigo Marcio, expresidente do DCE da USP, sorocabano e morador de Brasilia há 2 anos, "Vivo aqui com a paranóia comum do imigrante...Quero voltar um dia, só não sei quando...!".
Final de semana passado, sem ter conseguido passagem para retornar a Bah!Caroço, decidi visitar alguns lugares. São estes das fotos. Obviamente, não apareço em nenhuma. Posso garantir que são belos lugares e belas paisagens. A primeira foto é de uma exposição de fotos no Museu Nacional.
Quando o assunto é política, "to em casa!", não há melhor lugar para aprender e conhecer pessoas ligadas à área.
O Ministério da Justiça é bem qualificado. A grande maioria de seus membros são gaúchos. Na Comissão de Anistia, sou o único paulista! Tem bastante mineiro também. Para quem é petista, a maior parte do Ministério é composta por companheiros da DS (Democracia Socialista). Junto a outro amigo, estamos articulando uma reunião com a juventude da Mensagem que mora em Brasilia, no Diretório Nacional. Será dia 06.
No mais, passei um apuro estes dias, tinha acabado chegar de Sorocaba, saí correndo do aeroporto, subi no quarto, deixei minhas coisas e voltei correndo pro carro. Estava um calor de matar e eu de terno e gravata, não queria me atrasar. Pois bem, entro no carro e... toda a bateria descarregada! Um taxista tentou recarregá-la, mas nada! Tive que deixar a chave com ele no "seja o que Deus quiser", pois o cara pegou um eletricista e resolveu o problema pra mim. Acho que, por enquanto, foi a única peripécia ocorrida.
Espero que gostem das fotos: tem Ministério da Justiça, Catedral etc etc etc
A luta continua!!!

5 comentários:

Anônimo disse...

"Papel humanista"?? É digno do termo "humano" a pessoa que sequestrou, assaltou bancos e matou amigos e inimigos??
"Reestabelecimento democrático"?? Ora, quem conhece o mínimo da história das organizações terroristas que o Brasil teve sabe que estas NUNCA tiveram como objetivo a democracia, mas sim a DITADURA DO PROLETARIADO, motivo este que justifica a falta da identificação popular da época; ninguém queria morar numa China ou num Cubão...
Sem dúvida a Comissão de Anistia tem um papel importantíssimo. Quantos e quantos inocentes morreram (Manoel Fiel Filho, Wladimir Herzog, só pra ficar entre os "famosos")?? Mas ver Lamarca ser transformado em herói, Bacuri virando mártir... Que nojo!!

Anônimo disse...

PS: Quer fazer um trabalho realmente inovador?? Peça indenização pra família do soldado Mario Kozel Filho, ou pra família do tenente Alberto Mendes Jr., ou então para familiares de Marcio Leite de Toledo (olha lá, esse é de "esquerda"!!!) Agora, se é pra tratar de Marighella, de Prestes, fique calmo: a "mídia golpista" já tratou de redimi-los...

Reinaldo disse...

Não posso aceitar os dois comentários acima. Todas as figuras mencionadas - Marighella, Prestes e Larmarca -, embora polêmicas, dedicaram suas vidas a lutar por um ideal.

Pode se questionar suas objetivos políticos, o que pretendiam, mas nenhum deles, antes do golpe de 1964, usou de métodos violentos de luta política.

Foi, isso sim, depois que os militares - Castelo Branco, Geisel, Medici, Figueiredo, Costa e SIlva - estes sim assassinos, bandidos, desqualificados - tomaram o poder à força, que os militantes de esquerda tiveram como única opção a luta armada.

Sinto muito pelos soldados do exercito e da polícia que morreram no confronto, mas ele faziam parte das forças da repressão. Escolheram como meio de vida defender uma ditadura através da violência.

É tardio o reconhecimento à Marighella e Lamarca. E é revoltante que os militares criminosos da ditadura não tenham sido julgados e encarcerados.

Fábio Cassimiro disse...

Artur, a saída da condição capitalista pela violência passou a ganhar relevância após o golpe militar de 64.

Gostaria de complementar o que o Reinaldo disse lembrando que muitos historiadores e militantes da esquerda, hoje, culpam a esquerda pré 64 de ter mantido uma atitude demasiadamente conciliatória e pouco radical perante o capitalismo e na relação com a burguesia.

Hoje a saída parece ser pelo fortalecimento da democracia, amanhã pode não ser.

Mas o Artur tem razão num certo sentido, pois muitos torturados de ontem estão nas redações da mídia golpista [sem aspas] de hoje, o que faz com que ela se manifeste positivamente perante alguns militantes, Wladimir Herzog por exemplo, mas isso não diminui o fato de que milhares de pessoas tenham sido perseguidas pelo Estado e que ele tenha, antes tarde que nunca, de pagar.

Os mortos e feridos do lado do Estado, como lembrou o Reinaldo assumiram a repressão como modo de vida, recebiam para isso, morreram como morreriam numa guerra e suas filhas recebem uma gorda pensão até hoje. Por quê incluí-los outra vez?

Anônimo disse...

Assassinato de Elza Fernandes (sorocabana) por ordem de Luiz Carlos Prestes (antes de 1964)

http://www.geocities.com/fusaoracial/fernandes_elza.htm