31 janeiro, 2008

Empresário do agronegócio é a p. q. p.


Foi noticiado, nos últimos dias, que o desmatamento da floresta amazônica atingiu proporções alarmantes no final do ano passado. Ao mesmo tempo divulgou-se a versão de que tal desmatamento teria sido agravado pela falta de chuvas. A impressão é que buscavam uma explicação climatológica para um crime causado exclusivamente pela ação do homem.

Logo surgiu uma disputa entre a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o Ministro da Agricultura e Pecuária, Reinholds Stephanes. A ministra atribuiu o desmatamento à ação de grandes latifundiários, produtores de soja e carne bovina, e outras commodities. Já Stephanes procurou defender os seus, dizendo que a culpa era da falta de chuvas e questionou mesmo a confiabilidade dos dados apurados pelo INPE.

Reinholds Stephanes? Esse cara não era da turma do FHC?!?! Ele não corre pelo certo...

Inicialmente o Presidente Lula deu razão ao INPE e à Ministra Marina Silva mas, depois, estranhamente, pressionado sabe Deus por quem, mudou o discurso, soltando mais uma de suas pérolas lulísticas: “pode ser só uma coceira e a gente pensou que era uma doença grave”.

Coceira?!?! Isso só pode ser piada. Nosso Presidente é um fanfarrão!

Vamos analisar. A floresta amazônica é inóspita, fica longe pra diabo de qualquer lugar. Transportar gente, maquinário agrícola e combustível (para por fogo), dá um trabalho danado e custa muito caro. As queimadas ocorreram – os satélites do INPE atestam isso. Quero acreditar que não vivemos um fenômeno de combustão espontânea da floresta, nem que as tribos indígenas tenham decidido fazer um churrasco em escala planetária. Portanto, alguém colocou fogo na floresta. Centenas de focos de incêndio.

Como não há notícia de algum novo esporte radical do tipo “fogo na mata”, podemos dizer que os incêndios – criminosos – foram causados por diversas pessoas, de forma planejada, contando com recursos financeiros suficientes, e, por consequência, tendo em vista um lucro considerável. Ou alguém iria colocar fogo na floresta para ter prejuízo?

Assim, resta apurar: a quem favorece o crime?

É sabido que o chamado agronegócio não tem grandes escrúpulos ambientais. E também que a expensão das áreas de cultivo de commodities e pastagens é acompanhada de grande devastação ambiental. A coisa é simples: para faturar, os latifundiários precisam de grandes extensões de terra, que são mais baratas exatamente na floresta amazônica e, para usarem a área, precisam desmatar.

O Presidente Lula, comovido pela generosidade e espírito cívico dos latifundiários, agora alcunhados de “empresários do agronegócio”, decidiu apoiá-los e relativizar o desmatamento.

Presidente Lula: se existe algo de bom em seu ministério, é a Ministra Marina Silva, reconhecida internacionalmente pela defesa do meio ambiente. Ela está com a razão nessa disputa.

Latifundiário é latifundiário, embora o termo, nos dias de hoje, seja de mau gosto.

Não importa. O nome do bicho é latifundiário. Safado.

“Empresário do agronegócio” é a p. q. p.

2 comentários:

Anônimo disse...

Puta merda, falou o que eu queria dizer!

Anônimo disse...

E a ministra da desigualdade racial??? E o cartão corporativo???