O Jornal El Pais entrevistou a ex-apresentadora da televisão colombiana Virginia Vallejo, que foi amante do traficante Pablo Escobar. Virginia acaba de lançar um livro de memórias que esta deixando as autoridades colombianas de cabelo em pé. Ela descreve o relacionamento de pelo menos 25 anos entre o presidente Alvaro Uribe e o narcotráfico na Colômbia. Sem dúvida muito interessante, e estaria ainda disposta a manter judicialmente tudo o que disse.
"Os narcotraficantes prosperaram na Colômbia não porque foram gênios, mas porque era muito barato comprar os presidentes"( Vallejo)
Vallejo menciona três nomes do que ela chama de "narcopresidentes": Alfonso López Michelsen, Ernesto Samper e Álvaro Uribe. O atual presidente foi chefe do Departamento de Aviação Civil na Colômbia (Aeronáutica Civil) na década de 80, segundo Vallejo ele teria facilitado a liberação de licenças para pistas e aeronaves do cartel de Medellín, dentro e fora da Colômbia, em direção aos Estados Unidos.
"Pablo costumava dizer: Se não fosse por esse bendito rapaz, teríamos de nadar até Miami para levar a droga aos gringos. Agora, com nossas próprias pistas, estamos feitos. É pista própria, aviões próprios, helicópteros próprios... Levavam a mercadoria até Cayo Norman, nas Bahamas, quartel das operações de Carlos Lehder, e dali para Miami sem problemas."
O pai de Alvaro Uribe, Alberto Uribe Sierra, era amigo intimo de Pablo Escobar e foi morto em 1983 pela Quinta Frente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Escobar chamava-o de "Alvarito": "Quando as Farc mataram o pai de Uribe, em uma tentativa de seqüestro, Pablo enviou um helicóptero para recolher os restos. O irmão dele, Santiago, estava sangrando muito. Estavam em uma fazenda distante de Medellín, onde não havia helicópteros nem infra-estrutura aeronáutica de qualquer tipo. Pablo deu a ordem de enviar o helicóptero e me contou isso alguns dias depois. Sentiu muito pela morte. Estava muito triste. Me disse: Quem pensa que este é um negócio fácil está muito enganado. É uma enxurrada de mortos. Todos os dias temos de enterrar amigos, sócios e parentes", disse Vallejo.
"O narcoestado sonhado por Pablo Escobar hoje está mais vivo que nunca na Colômbia" (Vallejo)
Fonte: El Pais
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