A decisão de um juiz que livrou a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) de aceitar alunos negros pelo sistema de cotas, trata-se de mais uma, das dezenas de "provocações" encaminhadas à Justiça brasileira para que derrube, definitivamente, esse avanço nas universidades brasileiras.
A opinião, de Felipe da Silva Freitas, estudante de Direito e membro do Núcleo de Negras e Negros da Universidade Estadual de Feira de Santana (BA), está exposta no artigo que ele escreve sob o título "A Justiça e as cotas raciais", que publico na seção Juventude deste blog.
O estudante considera que a questão das cotas requer discussão mais ampla e que esta deve se dar em cima do especial modelo de racismo que, observa, existe no Brasil. Um sistema "sui generis" porque aqui, acentua Felipe, "não se precisa de um instrumento legal para excluir objetivamente os negros e negras das possibilidades efetivas de emancipação econômica, política, acadêmica e social."Na visão dele, no Brasil, repete-se à exaustão o princípio de que "somos todos iguais, de que vivemos numa sociedade multicultural e de que o cruzamento racial se deu a partir de bases integradoras e complementares, mas na realidade, porém, vive-se num país repleto de iniqüidades raciais e assim passa-se a responsabilizar os(as) negros(as) pela sua própria exclusão, alegando que, se todos são iguais, com as mesmas oportunidades, os que não “progridem” é porque são preguiçosos e ladinos." Leia a íntegra dos pontos de vista expostos no artigo por Felipe em Juventude.
A opinião, de Felipe da Silva Freitas, estudante de Direito e membro do Núcleo de Negras e Negros da Universidade Estadual de Feira de Santana (BA), está exposta no artigo que ele escreve sob o título "A Justiça e as cotas raciais", que publico na seção Juventude deste blog.
O estudante considera que a questão das cotas requer discussão mais ampla e que esta deve se dar em cima do especial modelo de racismo que, observa, existe no Brasil. Um sistema "sui generis" porque aqui, acentua Felipe, "não se precisa de um instrumento legal para excluir objetivamente os negros e negras das possibilidades efetivas de emancipação econômica, política, acadêmica e social."Na visão dele, no Brasil, repete-se à exaustão o princípio de que "somos todos iguais, de que vivemos numa sociedade multicultural e de que o cruzamento racial se deu a partir de bases integradoras e complementares, mas na realidade, porém, vive-se num país repleto de iniqüidades raciais e assim passa-se a responsabilizar os(as) negros(as) pela sua própria exclusão, alegando que, se todos são iguais, com as mesmas oportunidades, os que não “progridem” é porque são preguiçosos e ladinos." Leia a íntegra dos pontos de vista expostos no artigo por Felipe em Juventude.
Fonte: site do Ze Dirceu http://www.zedirceu.com.br/
2 comentários:
E a ministra da desigualdade racial??? E o cartão corporativo???
O sistema de cotas para negros nas universidades embute em si uma perversão tão cruel quanto o próprio racismo, que é ignorar o fato de que a porta fechada das universidades públicas do país se apresenta às pessoas que têm como marca distintiva não sua cor de pele, mas sua condição social. Adota uma chicana maliciosa, do tipo "farinha pouca meu pirão primeiro", em relação à realidade posta de que quem não consegue acesso (qualquer deles) no Brasil são os pobres e não apenas o negros. É como se todos os pobres brasileiros fossem negros e só por isso merecessem um atalho em substituição ao mérito, como compensação às injustiças históricas. Penso que não deve ser raro amigos da mesma favela, parceiros da mesma miséria mas de "cores" diferentes (o que já é outro absurdo de se falar no Brasil) tentem a sorte numa universidade pública, obtenham a mesma pontuação, mas o "negro" obtenha a vaga pelo sistema de cotas e o "branco" seja preterido pelo fator melanínico de sua perfomance... Isso sem falar no aspecto totalmente furado de classificação de quem seria negro ou não, de quais critérios seriam utilizados, mais uma porta aberta à trapaça. Simplesmente ridículo. Se querem, e devem, criar um sistema para acabar com a vergonha que existe hoje, de só uma casta de afortunados frequentar as universidades publicas, pagas com impostos de todo o resto ( e resto aqui é utilizado com uma certa propriedade ) é muito mais simples: 90% das vagas pertenceriam aos oriundos da escola pública, que deverá ser em período integral. Assim, se o filho do bacana conseguir estudar na escola pública prá tentar se dar bem e frequentar o cursinho à noite, jogo jogado, mas vai ficar bem mais complicado pro rapaz e, àqueles que não se sujeitarem a encarar uma escola pública e mantiverem-se nas particulares, boa sorte, a concorrência vai ser de lascar. Assim, duas coisas têm grande chance de acontecer: os pais mais abastados, mas nem tanto, que desconfiam, com razão, do nível do ensino público até o nível médio e que fazem um sacrifício e colocam seus filhos nas escolas privadas ( e depois ainda pagam cursinho pros mais manés)e até agora fazem de conta que não é com eles, começarão a exigir melhoras nas escolas públicas, afinal os pimpolhos acabarão tendo que migrar prá lá. Por outro lado, os pais ainda mais abastados, que não abrirão mão da escola particular, terão que providenciar universidades privadas decentes pros seus herdeiros, e fica tudo bem prá ambas as partes. Simples, mas tenho a impressão, difííííícil de acontecer...
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